Sem
dar detalhes, Tsipras afirma que lista de medidas de austeridade apresentada a
FMI, Comissão Europeia e BCE contém concessões difíceis para os gregos. Com
proposta, Atenas esperar desbloquear nova parcela de resgate.
O
governo grego anunciou nesta terça-feira (02/06) ter apresentado aos credores –
Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia – um
abrangente plano de reformas, que seria suficiente para desbloquear mais 7,2
bilhões de euros do pacote de resgate.
"Apresentamos
um plano realista para que a Grécia saia da crise. Um plano realista, cuja
aceitação por parte das instituições, nossos credores e os nossos parceiros na
Europa vai marcar o fim do cenário de divisões na Europa", disse Tsipras a
repórteres. "Fica claro agora que a decisão sobre se eles querem se
ajustar ao realismo [...] cabe à liderança política da Europa."
Na
madrugada de segunda para esta terça-feira, um encontro de alto nível reuniu em
Berlim os líderes das duas maiores economias da Europa e os chefes do Fundo
Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão
Europeia, para discutir a futura ajuda ao país endividado.
Inicialmente,
a chanceler federal alemã, Angela Merkel, receberia apenas o presidente
francês, François Hollande, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude
Juncker, para o encontro. Mas, já no final da noite, juntaram-se a eles o chefe
do BCE, Mario Draghi, e a do FMI, Christine Lagarde.
Com
base em fontes presentes às negociações, o jornal alemão Welt escreveu
que os credores teriam feito uma "última oferta" a Atenas. O
comissário europeu da Economia, Pierre Moscovici, afirmou nesta terça-feira que
houve "sérios progressos" no encontro. Mas que, para se chegar a um
consenso, ainda seria preciso "caminhar um bom trecho".
Não
ficou claro de imediato se o documento apresentado por Atenas abre algum espaço
para as principais questões pendentes sobre reformas do mercado de trabalho e
na previdência, metas fiscais e a dimensão da máquina pública, questões que
permearam os últimos quatro meses de duras negociações.
Uma
porta-voz da Comissão Europeia disse que muitos documentos estão sendo trocados
entre os negociadores, o que "já é um bom sinal". "As
conversações com a Grécia continuam e nós não chegamos lá ainda", afirmou.
Previsão
de mês difícil
Até
a sexta-feira, Atenas terá que desembolsar uma primeira parcela de 300 milhões
de euros ao FMI. No total, deverá devolver, só neste mês, cerca de 1,6 bilhão
de euros aos credores. Caso não consiga, teme-se o início de um efeito dominó,
que, num caso extremo, poderia levar a Grécia a sair da zona do euro.
Apesar
de tudo indicar que há fundos para devolver 300 milhões, há sérias dúvidas
sobre a capacidade de Atenas de arcar com as parcelas restantes e a despesa
estatal, que soma mensalmente 2,8 bilhões de euros, entre salários, pensões e
seguridade social.
A
Comissão Europeia insiste que não há uma data limite para conseguir um acordo e
que o único prazo estabelecido é 30 de junho, quando expira o prolongamento de
quatro meses do resgate.
Caso
haja acordo, seriam abertas as portas à pronta convocação de uma reunião do
Eurogrupo, onde se poderia aprovar o desembolso para a Grécia, pelo menos
parcial, dos 7,2 bilhões de euros pendentes do resgate.
Deutsche
Welle - CA/ap/rtr
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