“Os
Direitos Humanos não podem ficar à porta das organizações internacionais e das
organizações financeiras internacionais”, afirmou Juan Pablo Bohoslavsky,
nomeado no ano passado Perito Independente em Dívida Externa e
Direitos Humanos das Nações Unidas. “Eles devem ser respeitados quando se
transferem responsabilidades dos estados para entidades internacionais como o
Mecanismo Europeu de Estabilidade”, prosseguiu.
O
jurista argentino referiu-se à insuficiência da redução anterior da dívida
grega, que disparou com a crise, atingindo este ano os 180% do PIB. “É a altura
de reconhecer que será necessário mais tarde ou mais cedo um novo alívio da
dívida para evitar que a Grécia continue nas próximas décadas num estado de
dependência mórbida dos credores institucionais”, defendeu o perito da ONU, citado pela imprensa grega.
Caso
não se consiga atingir um acordo que reduza a dívida do país, os direitos
económicos e sociais gregos ficarão ainda mais degradados, defendeu Bohoslavsky.
O jurista saudou ainda a criação da comissão
de auditoria à dívida e do pacote
humanitário para acudir às vítimas mais fragilizadas da austeridade.
A
presidente do parlamento grego já afirmou que irá utilizar os argumentos de
Bohoslavsky “para defender os direitos do povo grego” em eventuais processos
judiciais a defender que a dívida contraída violou os Direitos Humanos na
Grécia.
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