segunda-feira, 1 de junho de 2015

Violência contra crianças e adolescentes é uma das maiores preocupações de Cabo Verde




A violência contra as crianças e adolescentes acontece em Cabo Verde como um fenômeno social e cultural com “grande relevância” no seio intrafamiliar de forma física, sexual e psicológica, e continua a ser a maior preocupação do país.

A afirmação é da presidente da Associação de Crianças Desfavorecidas (Acrides), Lourença Tavares, que, em declarações à Inforpress, no âmbito da comemoração do Dia da Criança, que hoje se assinala, considera que quarenta anos após a independência nacional, a violência continua a ser a maior preocupação do arquipélago.

“Em diferentes sociedades as formas de violência se diferenciam, mas em Cabo Verde ainda continuamos a ser surpreendidos com actos de violência e bastante marcantes. O último caso que chocou o país tratava-se de um abuso sexual de pai contra filha, que acabou em morte sem que as entidades pudessem fazer nada em forma de prevenção”, diz.

As crianças e os adolescentes, sublinha, são vítimas do uso da força física e psicológica, bem como de abuso sexual por parte de familiares sem que haja uma intervenção mais “ponderada e imediata” dos serviços de direito.

Lourença Tavares realça ainda que a violência psicológica e de neglicência é também uma prática dos familiares para com as crianças e adolescentes, resultando em bloqueio dos seus esforços, autoestima e realização, e provocando, na sua opinião, um efeito muito perverso no desenvolvimento infantojuvenil.

Nestes casos, advoga a necessidade de planos de prevenção e de combate, a colocação das crianças e adolescentes em posição de sujeito de direito por forma a ter “vez e voz” na discussão de leis que puni os violadores dos direitos das crianças.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, segundo sublinha, oferece importante instrumento para que a sociedade e o estado possam, reconhecendo o protagonismo desses sujeitos, buscar superar as formas de violência que prejudicam o seu crescimento e desenvolvimento e, portanto, o desenvolvimento social.

Mas, admite que o documento aprovado ainda tem pouca divulgação e socialização junto de quem de direito.

“Por isso, penso que o estatuto deve ser socializado com os pais e encarregados da educação, nas escolas, para que estes possam conhecer os seus direitos com base no estatuto”, afirma.

Desta forma, Lourença Tavares defende e conclui que a violência física, psicologia e sexual praticada contra criança e adolescentes deve ser o maior desafio das autoridades e instituições ligadas à problemática infantojuvenil.


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