Dívida
à cooperação cubana chegou a USD 300 milhões e a ameaça de partida preocupa
executivo
O
governo não teve outra alternativa se não autorizar o Banco Nacional de Angola
(BNA) a recorrer às suas reservas cambiais para fazer face aos pagamentos em
atraso à cooperação cubana, de modo a não se ver perante o êxodo de médicos,
professores e engenheiros civis de Cuba que trabalham no país.
Segundo
o semanário Expresso, o governador do BNA, José Pedro de Morais, recebeu a
indicação do executivo para libertar reservas para fazer face às despesas
mais prementes dos ministérios, nomeadamente o pagamento à Antex-Antillas
Exportadora, empresa cubana que assegura o recrutamento e pagamento dos
profissionais de Cuba que trabalham em Angola.
O
atraso no pagamento foi a razão da recente visita a Luanda do vice-presidente
do conselho de ministros de Cuba, Ricardo Cabrisas, que terá feito ver ao
governo que os cubanos poderiam ter de partir caso não começassem a ser pagas
as dívidas à cooperação cubana que ascendiam já a USD 300 milhões.
Receando
as consequências da partida dos cubanos – só no sistema nacional de saúde
trabalham cerca de 1800 profissionais -, o governo já pagou esta semana duas
prestações em atraso no valor de USD 81 milhões. O mesmo aconteceu nos
institutos médios de Saúde e Agrário, que podiam ter o ano lectivo em causa se,
de repente, ficassem sem os professores cubanos que neles leccionam.
Apesar
dos pagamentos desta semana, a partida dos cubanos está longe de deixar de
estar no horizonte, daí que os ministérios da Saúde e da Educação estejam nas
últimas semanas a procurar por todos os meios encontrar verbas para pagar as
dívidas, acrescenta o semanário português.
Rede
Angola
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