sábado, 22 de agosto de 2015

Guiné-Bissau. PAIGC pede ao PR que volte atrás na decisão de nomear PM




O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que detêm a maioria no Parlamento, pediu hoje ao Presidente da Guiné-Bissau que volte atrás na decisão de nomear Baciro Djá como primeiro-ministro.

O pedido é uma das resoluções da reunião do ´bureau´ político iniciada às 14.00 de sexta-feira e só encerrada às 03:00 de sábado (04:00 em Lisboa).

As resoluções só serão publicadas na manhã de hoje, mas o presidente do partido e primeiro-ministro do Governo exonerado no dia 12, Domingos Simões Pereira, adiantou à Lusa que vão no sentido de apelar ao presidente José Mário Vaz para que reconsidere a sua posição.

O órgão dirigente condena a nomeação feita pelo Presidente da República que considera não ter observado todos as regras constitucionais e legais, referiu.

Para o PAIGC, o direito de governar não é adquirido a partir dos resultados eleitorais pelo que o Presidente da República deve voltar atrás na decisão de propor ao país um primeiro-ministro.

"O partido espera que o Presidente da República possa rever essa situação, outorgando ao PAIGC essa competência de poder fazer uso de uma prerrogativa que lhe é atribuída por força de umas eleições legislativas", sublinhou Simões Pereira.

Simões Pereira Adiantou que o espírito das resoluções do ´bureau´ político vai no sentido de o partido impugnar política e judicialmente a nomeação de Baciro Djá para primeiro-ministro.

O líder do PAIGC adiantou igualmente que o órgão advertiu alguns dirigentes no sentido de reconsiderarem as suas posições sob pena de lhes serem aplicados castigos à luz dos estatutos do partido.

Questionado sobre se se referia a Baciro Djá em concreto, Domingos Simões Pereira disse que a advertência é válida para todos aqueles que possam estar a ir contra as orientações do partido.

No final da reunião e abordado por jornalistas, o novo primeiro-ministro guineense afirmou que não queria adiantar nada por se encontrar num encontro partidário.

Domingos Simões Pereira não deixou de enaltecer o clima de camaradagem que acabou por reinar no final da reunião, ainda que as discussões tenham sido acaloradas.

"Como todas as reuniões do partido, são intensas, onde as pessoas se exprimem com particular calor e às vezes com alguma emoção, mas no final eram camaradas reunidos, dirigentes de um partido, com um espírito de entendimento e de cooperação", concluiu Simões Pereira.

Lusa em RTP

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