O
primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, anunciou hoje que
vai recorrer a todos os mecanismos legais para lutar contra a "intenção
deliberada" do Presidente da República, José Mário Vaz, de derrubar o
Governo.
"Há
uma intenção deliberada de provocar uma crise para justificar a decisão de
destituição do Governo", referiu Simões Pereira numa declaração ao país
feita no Palácio do Governo após reuniões com diplomatas e líderes partidários
com assento no parlamento.
O
primeiro-ministro classificou a ação do Presidente como "uma falta
grosseira de ponderação sobre as implicações e o alcance de tal medida para
ordem interna e estabilidade", após as eleições gerais de 2014, "além
de ser um rude e traiçoeiro golpe à esperança que a todos tem animado".
"Todos
os mecanismos e dispositivos legais e democráticos serão mobilizados para
preservar a ordem e evitar a interrupção desta caminhada do país rumo à paz e
ao desenvolvimento", referiu, numa alusão à estabilidade política
conquistada no último ano com o apoio da comunidade internacional.
De
acordo com o primeiro-ministro, os temas alegados pelo Presidente para o
desentendimento têm a ver com uma remodelação governamental, gestão de fundos
da mesa redonda de doadores e regresso ao país do contra-almirante Zamora
Induta, antigo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas.
Simões
Pereira pormenorizou cada tema, explicando que o Governo foi até onde podia ir
para se encontrar com a vontade de José Mário Vaz, queixando-se ainda de haver
desinformação no Palácio da Presidência.
O
primeiro-ministro garante que procurará "a responsabilização política e
judicial do autor de atos que ponham em causa a ordem interna e a estabilidade
do país".
Ao
mesmo tempo, no Palácio da Presidência, Vaz continua esta tarde a realizar
audições com líderes partidários.
Lusa,
em RTP
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