O
antigo líder da Igreja Católica em Hong Kong disse que os 79 dias de ocupação
das ruas da cidade durante os protestos pró-democracia no ano passado foram um
sucesso, escreve hoje a imprensa da antiga colónia britânica.
Conhecido
pelas suas posições críticas contra a China, o cardeal Joseph Zen disse que os
protestos aumentaram a consciencialização da população sobre o desenvolvimento
de Hong Kong, ainda que daí tenham resultado divisões na sociedade.
Joseph
Zen disse também que os líderes religiosos precisam de falar abertamente, sem
medo de criticar o governo central, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong
Kong (RTHK).
O
cardeal falou depois de um líder cristão local ter condenado a atitude de
Pequim de retirar cruzes de igrejas no interior da China, num evento
participado por altos quadros do governo central.
Joseph
Zen disse que era insultuoso ver cruzes a serem retiradas e que os líderes da
igreja deviam expressar as suas opiniões como quaisquer pessoas.
Apoiante
declarado do movimento pró-democracia em Hong Kong, o cardeal octogenário
participou em algumas iniciativas, nomeadamente ao lado dos líderes do
"Occupy Central" - os académicos Benny Tai e Chan Kin-man, e o
reverendo Chu Yiu-ming.
Ainda
com a ocupação das ruas a decorrer, Joseph Zen juntou-se ao trio do 'Occupy Central'
e também se entregou às autoridades no início de dezembro do ano passado.
Na
altura, os promotores do 'Occupy Central' entregaram-se voluntariamente às
autoridades para assumirem as consequências pelos protestos, tendo saído em
liberdade na mesma tarde.
Apesar
de não haver uma acusação formal contra os líderes do 'Occupy', as autoridades
de Hong Kong e do interior da China referiram sempre os protestos
pró-democracia como ilegais.
O
Governo central de Pequim autorizou o sufrágio universal para as próximas
eleições para o chefe do executivo em Hong Kong, em 2017, mas sob o pressuposto
de que os candidatos sejam selecionados por um comité eleitoral, uma condição
rejeitada pelos manifestantes pró-democracia, que entre 28 de setembro e 15 de
dezembro ocuparam várias artérias na antiga colónia britânica.
O
primeiro aniversário da ocupação das ruas é assinalado na segunda-feira.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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