sábado, 5 de setembro de 2015

Portugal. "Estou aqui para as curvas mas isto não é eterno" – Jerónimo de Sousa




Jerónimo de Sousa manter-se-á no PCP até ter condições ou até que lhe seja permitido. Em entrevista ao jornal i, explicou as promessas para as legislativas e lançou críticas ao PS.

Jerónimo de Sousa, líder do Partido Comunista Português, em entrevista ao jornal i, fala abertamente sobre as propostas do PCP para as próximas legislativas, acusando o PS de se alinhar numa política de direita. Porém, mostra que o seu partido está disponível para entendimento, desde que haja uma política patriota.

“Honra-nos muito termos estado sempre do lado daqueles que sofreram (…) nos últimos quatro anos”, “coisa que alguns não fizeram”, acusa o secretário-geral do PCP, ‘apontando o dedo’ ao Partido Socialista. O PS “desapareceu de combate. Não só desertou como, ainda por cima, no essencial comprometeu-se com a chamada troika”, acrescenta.

O líder comunista acredita que os portugueses terão de escolher entre duas opções: “a continuidade deste trabalho de ruína e desastre, que resulta da política de direita, ou um caminho novo, rompendo com o que vem sendo executado”.

Em relação às ideias para o futuro, Jerónimo de Sousa revela a “necessidade de um crescimento e desenvolvimento soberano”. Frisa que é preciso um “aumento da produção nacional e do aparelho produtivo”, não descurando o investimento privado, mas salvaguardando que se confunde “investimento privado com as privatizações”.

O PCP considera “importante a renegociação da dívida, nos seus montantes, prazos e juros e, simultaneamente, uma moratória do serviço da dívida que liberte meios a serem postos ao serviço deste crescimento e desenvolvimento económico”. Jerónimo de Sousa reitera que se trata de um “processo de renegociação”, considerando que este foi um dos grandes erros dos partidos que assinaram o memorando com a troika.

A saída do euro é outra das bandeiras do PCP. “Entrar no euro foi uma aventura” e uma “saída súbita seria uma aventura”, contudo o secretário-geral do PCP crê que há uma “grande irresponsabilidade” em não se estudar e preparar essa saída, lembrando que a moeda foi distribuída em países “com economias muito diferentes".

Quando questionado sobre o seu futuro, Jerónimo de Sousa é perentório: “Estou aqui para as curvas mas isto não é eterno”. “Por mim estou em condições de continuar, embora com esta ideia: um dia sairei desta responsabilidade, enquanto tiver capacidade para decidir também e para fazer esse juízo de valor”, conclui.

Notícias ao Minuto

Sem comentários:

Mais lidas da semana