O
mais premiado arquiteto contemporâneo português afirma que o comportamento da
União Europeia face à Grécia “é lamentável” e tem sido “agudizado” com o
problema dos migrantes. Segundo Siza Vieira, a União Europeia, entendida como
espaço de solidariedade, “desapareceu por completo”.
Lembrando
que, “depois de tanto regozijo com a queda do muro de Berlim por outras
razões”, alguns países erguem muros para lidar com a vaga de migrantes, Siza
Vieira alertou em entrevista.
Em
entrevista ao Diário Económico, Siza Vieira alerta que a Comunidade Europeia
está a construir uma prisão para si própria, pois esses muros funcionam ao
contrário”.
Para
o arquitecto português, a continuar por este caminho, a Comunidade Europeia
caminha para a desunião.
Siza
Vieira acredita, contudo, que ainda irão existir modificações.
“Acredito
que vá haver modificação, porque, a páginas tantas, tal como os migrantes vão
bater à porta, outras coisas irão bater à porta. Se não houver, a mudança mais
radical seria mesmo o fim da Comunidade Europeia”, destaca.
No
que respeita ao papel da Alemanha, o mais premiado arquiteto contemporâneo
português lembra que “ultimamente veio a notícia de que a Alemanha ganhou 100
mil milhões de euros com a crise grega”.
“Isto
diz tudo. A não transformação das decisões actuais tem muito a ver com isto.
Cria-se de novo um nacionalismo e um egoísmo que são o oposto do que era a
ideia utópica e romântica de Comunidade Europeia”, refere.
Esquerda
– Foto: José Coelho / Lusa
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