A
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai enviar uma missão à
Guiné-Bissau após a constituição do novo governo, foi hoje anunciado após a
reunião dos chefes da diplomacia dos estados membros da organização na ONU.
“A CPLP entrará em contato com as autoridades guineenses para ajudar, sobretudo na parte relativa à contribuição da comunidade internacional. O que se discutiu é que vamos a esperar que se constitua o governo”, disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete.
“A
CPLP está disposta como sempre esteve a ajudar a Guiné-Bissau e isso se
resultou claramente aqui”, acrescentou.
O
ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse à Lusa que
ainda não foi determinado um prazo para o envio da missão.
“Não
determinámos um prazo, vamos esperar que a formação do governo seja em breve e,
depois, mandaremos a missão como um gesto e sinal de apoio ao país”, afirmou.
Espera-se
que até ao final do ano um grupo de representantes dos países que integram a
CPLP desembarque em Bissau.
A
missão da CPLP, ressaltou Mauro Vieira, levará o apoio político e será uma
“demonstração de que todos os países da organização estão empenhados na
estabilização política de GB”.
O
objetivo é que se estabeleça um período de estabilidade, paz e tranquilidade
para que o governo possa continuar a executar os seus projetos sociais e
políticos, afirmou o ministro brasileiro.
“Não
há dúvida que existe um apoio total ao país”, disse ao referir-se à
solidariedade que existe por parte da comunidade internacional.
Ainda
está por decidir-se a que nível será a representação dos países da CPLP na
missão.
Durante
a reunião na sede das Nações Unidas no âmbito da 70.ª Assembleia-Geral, os
ministros da CPLP examinaram a crise institucional na Guiné-Bissau.
O
brasileiro António Patriota, que preside à Comissão para a Consolidação da Paz
da ONU na sua Configuração Específica para a Guiné-Bissau, fez um relato
minucioso sobre as ações tomadas nos últimos dois anos e o ‘briefing’ que houve
no Conselho de Segurança sobre a situação naquele país, no passado dia 21 de
setembro.
“Ouvimos
todos os lados, as declarações de todos os Estados-membros e do representante
da Guiné-Bissau, que nos elucidaram em muitos aspetos a respeito da situação e
o que cada um poderia oferecer como apoio ao governo para solucionar essa crise
institucional”, destacou Mauro Vieira.
A
missão da CPLP apenas irá ao país quando o primeiro-ministro estiver “em
condições de formar um gabinete e tomar as rédeas do governo”.
O
Presidente guineense, José Mário Vaz, demitiu no passado dia 12 de agosto o
primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, ambos eleitos pelo Partido Africano
da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em 2014.
A
missão deverá ocorrer preferentemente logo após a posse das novas autoridades.
A
próxima reunião dos chefes da diplomacia dos países de língua portuguesa será
realizada em Lisboa no próximo ano.
O
Brasil acolherá a próxima Cimeira de chefes de Estado e de Governo da
organização em 2016, ocasião em que assumirá a Presidência da CPLP.
Os
nove países que integram a CPLP são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Lusa,
em O Democrata
Leia
mais em O Democrata
Sem comentários:
Enviar um comentário