quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Cabo Verde. Governo e oposição divergem na avaliação da melhoria no índice de competitividade



O Governo cabo-verdiano congratulou-se hoje com a subida do país de dois lugares no índice mundial de competitividade, atribuindo o resultado às reformas em curso, enquanto a oposição desvaloriza, reclamando melhores prestações.

No índice mundial de competitividade de 2015-2016, divulgado quarta-feira pelo Fórum Económico Mundial, Cabo Verde subiu dois lugares em relação ao ano passado, ocupando agora a 112.ª posição entre 140 países avaliados.

Em comunicado divulgado hoje, o Governo cabo-verdiano atribuiu o resultado às reformas em curso, sobretudo nos últimos dois anos, dizendo que o país está no bom caminho.

O Executivo liderado por José Maria Neves salientou que é "mais uma prova da forte aposta que o país, através da reforma do Estado, está a fazer na modernização da administração pública e na melhoria do ambiente de negócios, entre outros aspetos ligados à competitividade".

O índice mundial de competitividade avalia 12 pilares, sendo que Cabo Verde situa-se em 92.º nos equipamentos básicos, em 122.º no que diz respeito aos potenciadores de eficiência e em 104.º relativamente aos fatores de inovação e sofisticação.

Já nas instituições é 66.º, em infraestruturas ocupa o lugar 94.º, e em ambiente macroeconómico está em 124.º, mas é na saúde e educação primária que ocupa a melhor posição: 51.ª.

"Todos estes aspetos considerados na estratégia reformista deste Governo e que tem motivado um pacote de medidas reformadoras sem precedentes no país", lê-se no comunicado governamental.

Outra leitura é feita por Ulisses Correia e Silva, líder do principal partido da oposição, o Movimento para a Democracia (MpD), que desvalorizou a subida de "dois pontinhos" na tabela, reclamando melhores prestações, já que a classificação revela "alguma falta de competitividade e oportunidade de emprego no país".

"Cabo Verde precisa de dar saltos se quer, realmente, fazer a sua economia ser competitiva, exportar e atrair investimentos. Nós estamos numa posição baixa e temos de dar saltos, não pequenos incrementos para fazer festa. Isto é motivo de preocupação", disse.

Entre 2012 - quando foi avaliado pela primeira vez - e 2015, o país subiu 10 lugares, mas Ulisses Correia e Silva afirmou que o país deveria dar altos de 20 a 30 posições para poder estar em condições de competir no mundo.

Para o líder do MpD, o Governo "é o grande obstáculo à economia do país", fazendo com que Cabo Verde tenha uma classificação baixa, principalmente nos fatores como a competitividade fiscal, o acesso ao crédito e eficiência administrativa.

O índice mundial de competitividade é liderado pela Suíça, seguida de Singapura e dos Estados Unidos.

RYPE // EL

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