A
polícia moçambicana lançou na última sexta-feira (23.10), na província central
de Manica, uma campanha de troca de armas por materiais de construção. Mas há
dúvidas quanto à eficácia da campanha.
A
Polícia da República de Moçambique quer recolher todas as armas de fogo que
estejam em mãos alheias e incentivou a população a colaborar numa campanha de
“troca de armas por materiais de construção”, explica o comandante na província
de Manica, Armando Canhenze: “Se alguém tiver um irmão que lhe deu uma arma
para guardar, não tenha receio, nós recebemos a arma desde que esteja em
condições. Quem conseguir quatro armas terá em troca 20 sacos de cimento”.
O
comandante provincial garantiu que não haverá questionamentos sobre a
proveniência das armas.
Em
setembro, a província de Manica foi palco de confrontos armados entre as forças
governamentais e homens da RENAMO. Em outubro, na cidade da Beira, foi
desarmada a guarda pessoal do líder do maior partido da oposição, Afonso
Dhlakama.
Um
engodo para apanhar guerrilheiros da RENAMO?
Sofrimento
Matequenha, delegado da RENAMO em Manica, refere que a polícia está a utilizar
a campanha de troca de armas como engodo para apanhar guerrilheiros da RENAMO.
Sendo assim, “a missão policial pode falhar pois o partido não tem armas na
província”, diz Matequenha.
Mas
a campanha poderá também servir para “apanhar armas nas mãos dos bandidos”,
segundo o delegado da RENAMO.
O
desarmamento deve ser feito por vias da liderança
O jornalista e analista Rodrigues Luís avança que a campanha pode falhar se não houver uma negociação prévia: “O desarmamento deve ser por via institucional. Conhecemos um partido, que é a RENAMO, que possui armas de fogo. O desarmamento deve ser feito através da liderança daquele partido. Caso contrário este exercício não vai frutificar. Pode-se pensar que a ação, que está a acontecer na província de Manica e nalgumas regiões de Sofala, não se trata de um desarmamento mas sim de um outro exercicío com vista a acabar com a proliferação de armas de fogo no país. Mas repito se este exercício visar a RENAMO vai falhar porque, ao longo dos últimos 20 anos, temos estado a assistir a um exercício semelhante e as armas continuam nas mãos da RENAMO,” declara o jornalista.
O jornalista e analista Rodrigues Luís avança que a campanha pode falhar se não houver uma negociação prévia: “O desarmamento deve ser por via institucional. Conhecemos um partido, que é a RENAMO, que possui armas de fogo. O desarmamento deve ser feito através da liderança daquele partido. Caso contrário este exercício não vai frutificar. Pode-se pensar que a ação, que está a acontecer na província de Manica e nalgumas regiões de Sofala, não se trata de um desarmamento mas sim de um outro exercicío com vista a acabar com a proliferação de armas de fogo no país. Mas repito se este exercício visar a RENAMO vai falhar porque, ao longo dos últimos 20 anos, temos estado a assistir a um exercício semelhante e as armas continuam nas mãos da RENAMO,” declara o jornalista.
Arcénio
Sebastião (Beira) – Deutsche Welle
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