O
primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Correia, prometeu hoje dar
continuidade ao trabalho do executivo demitido a 12 de agosto, dando prioridade
aos setores da Educação e Saúde
Carlos
Correia disse, no seu discurso de posse, que o Governo "é de
continuidade", mas que também irá dar atenção à formação profissional dos
jovens, construção de infraestruturas e ainda à exploração racional dos
recursos naturais, bem como à agricultura.
Estes
dois sectores, explorações dos recursos naturais e a agricultura, constituíram
pomos de discórdia entre o Presidente guineense, José Mário Vaz, e o antigo
primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira.
O
Presidente entendia que o país ainda não está preparado para se iniciar na
exploração dos recursos minerais (por falta de quadros e legislação) e que a
agricultura devia ser a base da ação do Governo, visando a autossuficiência da
população.
O
anterior Governo tinha entendimento contrário sobre os dois assuntos.
Carlos
Correia, de 82 anos, promete liderar um Executivo que irá promover o
desenvolvimento do país, pondo em primeiro lugar os interesses do povo, mas
sempre em observância das leis e da Constituição da República.
"Iremos
promover um clima de bom entendimento entre os órgãos de soberania, condição
indispensável à paz e à estabilidade de que o País tanto precisa",
prometeu Carlos Correia, bem como um bom relacionamento com a comunidade
internacional.
O
primeiro-ministro elogiou "a conduta exemplar" das Forcas Armadas
"que se mantiveram à margem do imbróglio político", deixando que a
crise que o País viveu durante dois meses fosse resolvida pelas instâncias de
regulação.
Carlos
Correia destacou igualmente a contribuição dos presidentes do Senegal, da
Guiné-Conacri, da Costa do Marfim e da Nigéria, para a resolução da crise na
Guiné-Bissau, bem como o ex-presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, mediador
da crise guineense nomeado pela Comunidade Económica de Estados da Africa
Ocidental (CEDEAO).
À
comunidade internacional residente em Bissau, o primeiro-ministro pediu a
continuidade nos apoios para a "consolidação e robustez" da
estabilidade do País, que disse, também precisa de um Pacto de Estabilidade.
Um
pacto poderá ajudar a clarificar a interpretação da Constituição, fonte de
conflitos recorrentes entre os titulares dos órgãos da soberania.
MB
// EL – Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário