sábado, 31 de outubro de 2015

Portugal. Cavaco discursou "mais para o Governo que vem do que para o que está"



O presidente da República estaria a pensar no futuro, mas também Passos discursou como se fizesse "uma despedida triste", considera Francisco Louçã.

Francisco Louçã considera que Cavaco Silva "discursou mais para António Costa" do que para passos Coelho que, apesar de ter hoje sido empossado primeiro-ministro, enfrenta uma provável moção de rejeição já no próximo mês. 

"Foi um discurso mais para o Governo que vem do que para o que está", disse o antigo líder do Bloco de Esquerda ao analisar as palavras do presidente da República no seu habitual espaço de opinião na SIC Notícias.

Para Francisco Louçã, "Cavaco discursou mais como um estadista e menos como líder politico partidário, e foi preciso nos conteúdos", ainda que lhe possa ser apontado "um tom de crispação".

O que mais "surpreendeu" o contador foi o facto de Cavaco Silva ter incluído no seu discurso obrigações para com um "tratado que ainda não existe - a Parceria Transatlântica".

"O Governo é obrigado a cumprir um tratado que não existe, que o pais não conhece e que não foi rectificado pala União Europeia", apontou, referindo que "nenhum Estado tem ainda oficialmente informação sobre este tratado".

Mais do que "estranha", a menção destas obrigações transparece "uma espécie de disciplina de Colégio Militar", condenou.

Já o discurso de Passo Coelho "foi mais cuidadoso e aparece como uma espécie de despedida triste".

Sobre um ainda eventual acordo entre os três partidos à Esquerda, seria "solução mais forte", mas ainda terão de ser discutidas "alterações às propostas socialistas" considera Louçã.

Notícias ao Minuto

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