Díli,
29 out (Lusa) - O Presidente são-tomense, o primeiro-ministro cabo-verdiano e o
príncipe do Mónaco confirmaram que vão estar presentes nas celebrações do 40.º
aniversário da declaração unilateral da independência de Timor-Leste, a 28 de
novembro.
Angola
deverá enviar um ministro em representação do chefe do Governo, disse à Lusa
Dionísio Babo, ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos da Administração do
Estado e da Justiça e ministro da Administração Estatal timorense.
"Ainda
não tivemos confirmação sobre se virá alguém de Portugal, do Brasil ou da
Indonésia. É possível que esteja o governador-geral da Austrália", disse
Babo.
As
autoridades timorenses estão a ultimar a agenda para as celebrações de 28 de
novembro, que marcam ainda os 500 anos do primeiro contacto de navegadores
portugueses com Timor-Leste.
As
celebrações principais vão decorrer no enclave de Oecusse-Ambeno (os
portugueses chegaram a Lifau, cidade que foi primeira capital de Timor-Leste),
mas haverá também atos oficiais na capital, Díli, e nos restantes municípios do
país.
Os
convites para os chefes de Estado foram feitos pelo Presidente da República
timorense, Taur Matan Ruak, enquanto os chefes de Governo foram convidados pelo
primeiro-ministro, Rui Maria de Araújo. Os restantes convites partiram do
gabinete de Dionísio Babo, que é responsável da comissão que está a organizar
as comemorações.
Dionísio
Babo disse à Lusa, na sua primeira entrevista de antecipação dos festejos, que
estas celebrações assentam em três pilares: "Uma abordagem histórica com
várias atividades, incluindo debates, encontros académicos e outros. Uma
vertente cultural, com filmes e documentários, uma feira do livro, concertos
musicais e teatro, entre outras. E uma vertente desportiva".
Previstos
estão concertos que procurarão reunir, no mesmo palco - em Oecusse e Díli -,
artistas do fado e de dois estilos musicais "influenciados pelo
fado", as mornas de Cabo Verde e o keroncong indonésio.
O
ponto alto das celebrações timorenses será a 28 de novembro, com a inauguração
do novo monumento em Lifau.
Os
convidados VIP deverão ser transportados para Oecusse no novo avião de
Timor-Leste, o primeiro do país, que aterrou na quarta-feira em Díli, e em
navios rápidos que já estão a funcionar.
"Estão
ainda a ser preparados todos os alojamentos locais e a ser instaladas cerca de
um milhar de tendas e lonas para acolher os visitantes", referiu Dionísio
Babo.
Os
principais convidados deverão ficar num hotel prefabricado com 50 quartos e
seis 'suites'em construção, mas o Governo timorense diz que já lhe garantiram
que "vai estar pronto a tempo".
Sobre
as críticas que têm sido feitas às celebrações, Dionísio Babo afirmou que vêm
de quem "não tem um conhecimento profundo" sobre o tema.
"Estamos
aqui a dar valor a um ponto histórico da identidade timorense sobre o qual
devemos sentir orgulho. A nossa história, quer queiramos quer não, começou
dali, quando as duas civilizações se encontraram: uma proveniente da Europa,
Portugal, e outra que já estava aqui", disse.
"Temos
que nos sentir orgulhosos e afirmar mais a identidade timorense e não esquecer
as nossas raízes", sublinhou.
Babo
considerou que os timorenses devem "conhecer a sua história",
incluindo a mais antiga, havendo novas descobertas arqueológicas que sugerem
que os primeiros habitantes de Timor remontam há mais de 40 mil anos.
"Outros
dizem que só há 3.000 anos porque datam daí instrumentos agrícolas que sugerem
comunidades estabelecidas e não apenas nómadas", referiu o ministro.
"Tudo
isso faz parte da nossa história. E devemos sentir orgulho nisso. Esta vai ser
uma grande festa e vai correr tudo sem problemas", afirmou.
ASP
// MP
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