domingo, 15 de novembro de 2015

Angola. INDEPENDÊNCIA E A JUVENTUDE



Jornal de Angola, editorial

Os ganhos obtidos por Angola ao longo dos 40 anos de Independência Nacional  são consideráveis e devem ser encarados como parte de um esforço que tem que ser preservado e continuado.

Não são muitos os países com uma natureza de pós-conflito e com as realizações que Angola alcançou ao longo de mais de dez anos de paz e estabilidade. Desde a desminagem, à reabilitação das estradas e pontes, passando pela construção de salas de aulas, hospitais, postos médicos, até à criação de condições mínimas para melhorar o ambiente de oportunidades, podemos dizer que melhorou muito. Não é honesto dizer que “não se fez nada” no país e que de Cabinda ao Cunene está tudo ainda por se fazer. 

Embora sejam ainda visíveis inúmeras sequelas da guerra, que terminou há treze anos, não há dúvidas de que as transformações que Angola conhece proporcionam uma paisagem diferente. Não são apenas os angolanos que têm essa percepção, mas inclusive as instituições internacionais que olham para o país de forma diferente. 

A situação pós-conflito, que ainda caracteriza Angola, começa rapidamente a dar lugar a um ambiente de consolidação das realizações de construção de um país renovado. É verdade que temos ainda muito trabalho pela frente, numerosas arestas por limar e realizações por consolidar. 

Precisamos de melhorar o que está bem e assumir com coragem e determinação a necessidade de fazer bem o que eventualmente esteja mal. Nisto, vale a pena enaltecer os esforço do Executivo no sentido de envolver o maior segmento da população, a juventude. 

É imperioso que os jovens saibam e acompanhem as realizações das instituições do Estado para que as suas aspirações estejam em consonância com a realidade e com as possibilidades do país. Acreditamos que os jovens compreendem e acreditam nos esforços empreendidos pela governação, razão pela qual milhares se encontram inseridos em programas e estratégias ligadas ao auto-emprego, empreendedorismo e outras iniciativas.
  Hoje, a participação dos jovens nos mais variados fóruns permite concluir que as gerações mais novas estão a caminhar bem e que a passagem de testemunho entre os mais velhos e os mais novos é possível sem sobressaltos. Nos negócios, na cultura, na política e noutras áreas deve continuar a ser encorajada a interacção positiva entre estratos da população com idades, experiências e visões de futuro diferentes sobre o país e o mundo. Os mais velhos fazem muito bem quando acolhem e compreendem as expectativas da juventude, razão pela qual este último segmento deve igualmente fazer prova de um aprendizado correcto. 

No discurso do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, por ocasião da comemoração do aniversário da Independência Nacional, os jovens foram mencionados repetidas vezes como ponto de partida e de chegada das políticas do Executivo. “O país deve fazer tudo para oferecer à juventude cada vez mais oportunidades de crescimento pessoal e profissional. Dois terços da nossa população, que é a nossa maior riqueza, têm menos de 25 anos de idade. A Nação deve assumir como sendo seu dever trabalhar para garantir um futuro melhor  à juventude e às gerações vindouras”, disse o Presidente da República. Parte da intervenção dedicada ao maior segmento da população angolana por parte do Chefe de Estado deve servir como uma espécie de ideário por via do qual a juventude deve conceber a Angola de hoje e de amanhã. 

Hoje e olhando para os ganhos proporcionados pela paz e estabilidade, ao longo dos últimos 13 anos, não há dúvidas de que mudou muito o panorama social em termos estudantis, de acesso aos centros de formação técnico-profissional, do primeiro emprego e ocupação económica ou cultural. Os números não mentem e embora tenhamos ainda muito trabalho pela frente, ensina a sabedoria popular que precisamos de valorizar o que temos antes de idealizarmos outras realizações. Precisamos de fazer correcta avaliação das metas onde nos encontramos, partindo do princípio de que nem tudo pode ser feito num só dia, para nos concentrarmos no essencial. A pressa com que a juventude pretende, naturalmente, ver as coisas resolvidas é inteiramente compreensível, mas tal como é possível notar, através da História, trata-se de uma realidade vista em todas as gerações e em todos os tempos.

As palavras do Presidente José Eduardo dos Santos, relativas aos anseios da juventude, são claras quando diz que “sabemos que os jovens querem tudo resolvido de um dia para o outro. Assim foi em todas as gerações anteriores. Somos um país independente, respeitado e admirado por muitos por causa do bom trabalho do seu Povo e da sua juventude em particular. Temos que continuar a transformar a energia e o dinamismo da juventude em alavanca para continuarmos a construção de uma Nação mais próspera, feliz e justa”. Assim tem sido feito, atendendo a que os jovens estiveram e continuarão a estar na linha de frente das principais execuções das políticas do Estado. No entanto, convém referir que ninguém está excluído dos esforços para fazer de Angola um país bom para se viver e todos os contributos são bem-vindos para termos uma sociedade inclusiva. 

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