Os
oito agentes da polícia da África do Sul que foram julgados
culpados por tortura e homicídio do cidadão moçambicano Emídio (Mido)
Macia, que morreu depois de ter sido arrastado, preso na parte traseira de um
veículo das autoridades, e posteriormente detido numa esquadra onde foi
encontrado sem vida a 26 de Fevereiro de 2013, foram condenados a 15 anos de
prisão nesta quarta-feira (11).
O
juiz Bert Ban decidiu não condenar a prisão perpétua os agentes Meshack Malele,
Thamsamqa Mgema, Percy Jonathan Mnisi, Bongamusa Mdluli, Sipho Sydwell Ngobeni,
Lungisa Gwababa, Bongani Kolisi e Linda Sololo, porque estes têm uma excelente
folha de serviços na corporação sul-africana.
Emídio
Macia, de 27 anos, foi detido por ter estacionado o seu carro no lado errado da
estrada. Testemunhas filmaram o moçambicano a ser detido, algemado à traseira
de uma carrinha da Polícia e arrastado centenas de metros pelo veículo no
subúrbio de Daveyton, a leste da cidade de Joanesburgo.
Duas
horas depois, foi
encontrado morto na sua cela, numa poça de sangue. A autópsia indica que o
taxista, gravemente ferido, foi preso sem assistência.
“A
contínua acção dos réus, apesar dos ferimentos infligidos à vítima, foi bárbara
e totalmente inexplicável. O que tornou a conduta (dos polícias) mais
repreensível foi o cobarde ataque na cela da cadeia quando Mido Macia já estava
ferido”, afirmou o juiz Bert Bam, do Alto Tribunal de Pretória, que apesar
disso julgou que o crime não foi premeditado.
Um
nono acusado foi absolvido.
O
advogado de defesa dos oito agentes afirmou que vai recorrer da sentença de
homicídio.
A
Polícia sul-africana é frequentemente alvo de alegações de brutalidade, mas
condenações contra agentes são raras e esta é também um aviso dos Tribunais de
que a brutalidade já não será tolerada.
@Verdade
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