O
secretário-geral do PS afirmou esta sexta-feira que está fechada a parte
programática do acordo com PCP, Bloco e "Os Verdes" e que no sábado
apresentará na Comissão Nacional a proposta de programa de um Governo
socialista.
António
Costa assumiu esta posição em entrevista à SIC, classificando como "a mais
difícil" a parte programática do acordo em marcha com o PCP, Bloco de
Esquerda e "os Verdes".
O
líder socialista adiantou que apresentará na Comissão Nacional do PS, no
sábado, uma proposta de programa de Governo do seu partido, incluindo já
"as alterações resultantes nas negociações" desenvolvidas com as
outras forças da esquerda parlamentar.
Costa
confirmou também que há três acordos distintos com cada uma das três forças
partidárias, situação que justificou com o facto de "cada partido ter as
suas prioridades programáticas". Segundo o líder socialista, cabia ao PS
"assegurar a coerência interna do programa".
Numa
entrevista que durou cerca de 40 minutos, o secretário-geral do PS disse que
espera ter os acordos totalmente fechados com comunistas, bloquistas e "Os
Verdes" até ao início do debate do programa do Governo na Assembleia da
República, ou seja, na segunda-feira.
O
secretário-geral socialista afirmou ainda que tenciona apresentar um Governo de
iniciativa do PS, com o suporte maioritário da esquerda no parlamento,
adiantando que essa foi a opção escolhida pelo Bloco de Esquerda e PCP.
António
Costa reiterou que quer formar um Governo do PS, tendo como base um acordo de
incidência parlamentar com o Bloco de Esquerda, PCP e "Os Verdes".
O
líder socialista adiantou que a opção pela formação de um Governo do PS, sem a
presença de elementos de outras forças políticas, foi uma opção do PCP e do
Bloco de Esquerda, salientando, depois, que, em matéria de formato desse novo
executivo, os socialistas não colocaram qualquer restrição.
"Respeitamos
essa opção do PCP e Bloco de Esquerda, embora da nossa parte não houvesse
qualquer restrição ao nível da participação de militantes ou personalidades de
outros partidos. Mas a opção não foi essa e entendo que não devemos forçar os
caminhos. Acho que já foi muito importante o que aconteceu relativamente ao
diálogo entre as esquerdas", defendeu.
Interrogado
se espera que o Presidente da República o indigite para formar Governo, António
Costa começou por alegar que não lhe compete substituir-se às competências do
chefe do Estado, mas disse não ter dúvidas em relação à atual conjuntura
política em matéria de garantias de governabilidade.
"O
atual Governo PSD/CDS não tem condições de suporte maioritário na Assembleia da
República, um Governo de gestão é a pior solução para um país que precisa de
estabilidade e, havendo uma solução maioritária no parlamento de suporte ao um
executivo, o que é normal é que esse Governo não seja impedido de governar pelo
Presidente da República. Registo uma frase fundamental do Presidente da
República: A última palavra cabe ao parlamento", apontou o líder
socialista.
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