Inês
Oliveira foi convidada para participar no FIC Luanda mas suspeita que o seu
apoio aos activistas detidos tenha travado o processo.
A
portuguesa Inês Oliveira foi impedida de viajar para Angola, onde iria
participar no Festival Internacional de Cinema de Luanda (FIC Luanda). A
realizadora foi convidada pelo Ministério da Cultura para exibir o seu
último filme (Bobô, 2013), mas não conseguiu obter
visto do Consultado de Angola em Lisboa.
Inês
Oliveira suspeita de que o seu apoio público aos presos políticos esteja
por detrás da decisão, conclusão que começou a ganhar forma quando
foi avisada por um amigo angolano. “Fui alertada por um amigo numa mensagem
privada, dizendo que se eu queria ir ao festival não era boa ideia assumir a
minha posição publicamente. Agradeci-lhe a mensagem e disse ‘tu, tal como eu,
querias poder falar livremente e não podes'”, contou ao Rede Angola.
Inês
Oliveira lembra que no ano passado, recebeu “sem problemas” um visto do
Consulado para entrar em Angola, onde iria participar na edição de 2014 do FIC
Luanda, que acabou por não se realizar, cancelado “à ultima da hora”.
A
realizadora recorreu às redes sociais para solidarizar-se com os activistas,
tendo também participado nas manifestações de apoio em Lisboa. A partir desse
momento a viagem para Luanda começou, diz, a esbarrar na burocracia do
consulado e na falta de resposta da própria organização do FIC Luanda.
“Senti
que este convite e a minha manifestação de apoio aos presos políticos ia entrar
em conflito”, admitiu a cineasta. E assim foi. Sexta-feira de manhã
recebeu em mãos o passaporte, com o visto recusado. Ao pedido de uma justificação,
o consulado limitou-se a dizer que a recusa partiu do Serviço de Migração e
Estrangeiros (SME).
Entretanto,
Inês Oliveira contactou por email o SME com um pedido de esclarecimento e
aguarda resposta.
O RA falou
com o Consulado de Angola em Lisboa e foi informado pelos serviços consulares
que o processo do visto de Inês Oliveira está a ser analisado pelo SME.
No
entanto, o visto solicitado pela realizadora era um visto de curta duração para
uma viagem que estava marcada para realizar-se entre o dia 11 e 16 deste mês.
Isto é, se tudo tivesse corrido normalmente, Inês Oliveira estaria hoje a
embarcar num avião de regresso a Lisboa.
Rede
Angola
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