"(..)
a entrada do dinheiro da cooperação está a reduzir-se... e o governo também tem
culpas nisso"
Ramos Miguel – Voz da
América
Esta
semana, o governo moçambicano adoptou um pacote de medidas de incentivo à
produção de bens alimentares e de controlo cambial, face à desvalorização do
metical e à escassez de divisas.
O
pacote de medidas adoptado pelo governo inclui uma maior agressividade na busca
de divisas no exterior para minimizar o impacto da crise.
Economistas
ouvidos pela VOA disseram que estas medidas só poderão surtir efeito se forem
acompanhadas de políticas económicas ligadas ao mercado e a sectores produtivos
que façam com que as empresas possam corresponder aos incentivos que o
executivo irá estabelecer.
O
economista Francisco Cumba diz ser necessário esperar para ver o impacto
imediato destas medidas.
Cumba
sublinha que a economia moçambicana precisa de uma injecção financeira,
sobretudo através das exportações e do investimento directo estrangeiro, entre
outras acções.
O
economista João Mosca considera que as medidas anunciadas pelo Governo fazem
parte de "um discurso recorrente, nos últimos 40 anos, e que aparece mais
forte quando surgem situações de crise".
O
governo diz que toda a economia mundial está em crise, mas em Moçambique, há
quem associe a situação que se vive no país à tensão política.
João
Mosca disse que "o problema de instabilidade política não está resolvido,
o problema das empresas públicas mantém-se grave, o investimento externo em
muitos sectores está comprometido, a entrada do dinheiro da cooperação está a
reduzir-se... e o governo também tem culpas nisso".
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