Em
entrevista à TSF, Jerónimo de Sousa elogia o esforço de diálogo do PS em
matérias como a eliminação da sobretaxa e dos cortes nos salários da Função
Pública. No entanto, o líder comunista deixa uma dúvida no ar sobre eficácia do
trabalho do governo socialista.
A
propósito das negociações, na Assembleia da República, com vista à eliminação
da sobretaxa do IRS, ao fim dos cortes nos salários dos funcionários públicos,
Jerónimo de Sousa faz questão de "registar" a disponibilidade dos
socialistas para "ver se existe uma solução". O líder comunista
garante que ainda não foi encontrada uma saída para o problema, mas afirma que
o empenho do PCP é "muito grande" rumo a uma solução que respeite as
limitações orçamentais.
Em
relação ao sentido de voto do PCP no Orçamento do Estado para 2016, Jerónimo de
Sousa mantém as reservas, afirmando que os comunistas só decidem depois de ver
o documento. O secretário-geral do PCP classifica esta necessidade de um
"exame prévio" ao OE2016 como absolutamente"ajustada", já
que "o PS tem algumas conceções que colidem diretamente com as convicções
do PCP".
Jerónimo
de Sousa admite que "em todo este percurso" será natural PCP e PS
divergirem em diversas matérias, sem que haja "consequências
institucionais", leia-se, sem que o acordo entre os dois partidos seja
rasgado. Sem alinhar em dramas, o líder comunista diz que essas divergências
"são da vida", e que o PCP estará "de acordo com tudo o que seja
bom para os trabalhadores e para o país", e votará contra tudo o que não
cumpra esses critérios.
Ao
longo destes primeiros dias de governo, e semanas de legislatura, têm sido
vários os exemplos de diplomas entregues pelo PCP na Assembleia da República,
textos legislativos que entram em rota de colisão com os planos do PS. Jerónimo
de Sousa garante que "não se trata de desgastar, não se trata de
desconfiar", mas apenas de cumprir aquele que é "o principal
compromisso do PCP", o compromisso para com os eleitores.
Nesta
entrevista à TSF, Jerónimo de Sousa garante que "faz votos sinceros para
que este governo governe na perspetiva da legislatura, porque isso significaria
que deu resposta a anseios e necessidades nacionais". O secretário-geral
do PCP clarifica a posição do PCP, afirmando que a "solução duradoura na
perspetiva da legislatura é tanto mais alcançável, conforme se der resposta aos
problemas", acrescentando ainda que "o pior que poderia acontecer era
que o atual governo do PS não correspondesse às profundas expectativas de
mudança que o povo tem".
Paulo
Tavares – TSF – Vídeo da entrevista no original TSF
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