sábado, 16 de janeiro de 2016

Cabo Verde. POLÉMICA NA DATA DE SUSPENSÃO DO RECENSEAMENTO ELEITORAL



A suspensão do recenseamento transformou-se no primeiro "caso" da época eleitoral. Sexta-feira várias mesas estiveram a funcionar na Praia, depois da Comissão Nacional de Eleições (CNE) ter anunciado o fim da operação um dia antes, quinta-feira.

A interpretação do calendário eleitoral está, de resto, no centro da polémica. De acordo com a CNE, a suspensão da operação de recenseamento deveria acontecer às 24 horas do dia 14 de Janeiro. Acontece que o presidente da Comissão Regional Eleitoral da Praia, José Barbosa, decidiu contrariar a instrução da Comissão e manter as mesas de recenseamento abertas o dia 15.

Ouvido pelos jornalistas, José Barbosa confirma que recebeu indicações da CNE para suspender o recenseamento no dia 14, mas optou por manter as mesas abertas na sexta-feira, argumentando que 15 de Janeiro era a data inicialmente divulgada para o fim da inscrição nos cadernos eleitorais. 

"No momento em que recebi o e-mail, depois das seis da tarde, já tínhamos distribuídos mais de uma centena de números às pessoas que estavam nas filas", disse.

"De uma hora para outra a data mudou e hoje quando chegámos aqui encontrámos um batalhão de pessoas, a ameaçar levar a comissão a tribunal", acrescentou o responsável da CRE.

A decisão foi, então, recensear quem estava à espera, deixando à CNE a última palavra sobre se aceita ou não as inscrições.

Perante isto, e após insistência, a presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) reagiu, negando que tenha havido qualquer contradição nas informações divulgadas.

Citada pela Lusa, Maria do Rosário Pereira sublinhou que o calendário eleitoral publicado no Boletim Oficial indicava claramente que a suspensão do recenseamento devia ser efectivada no dia 15 de Janeiro, até 20 de Março.

"Isto quer dizer que a partir das primeiras horas do 15 de Janeiro seria suspenso", esclareceu. Quinta-feira, a CNE emitiu uma deliberação confirmando a suspensão - a mesma que o presidente da CRE Praia garante só ter visto na sexta-feira de manhã.

"Em nenhum momento foi dito que o recenseamento seria realizado até 15 de Janeiro, inclusive", reforçou.

Partidos reagem

Os partidos políticos já reagiram à polémica. O Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV) acusou ontem, em conferência de imprensa, o presidente da CRE da capital de recensear eleitores à revelia da lei.

Em sentido contrário, o Movimento para a Democracia (MpD) considerou que os cabo-verdianos "estavam cientes que o encerramento do processo de recenseamento terminaria dia 15 e não dia 14".

No mesmo sentido do MpD, a UCID, por intermédio do deputado João Luís, mostrou o seu desagrado com a suspensão do recenseamento no final do dia 14.


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