Ricardo
Costa - Expresso
A
terra tremeu na Coreia da Norte esta madrugada, por volta da 1h30.
Segundo os especialistas internacionais registou-se um terremoto
artificial, de magnitude 5,1, a norte de Kilju, o local onde a Coreia do Norte
tem as suas principais instalações nucleares.
Duas horas depois chegou a confirmação, num anúncio feito a dois dias de mais um aniversário do seu grande líder, em que a televisão oficial de Pyongang afirmou sem margem para dúvidas: “Convertemo-nos num Estado nuclear que tem a Bomba H”.
Convém lembrar que em dezembro, o líder dinástico norte-coreano, Kim Jong-Un, já tinha garantido que a Coreia Do Norte tinha a bomba de Hidrogénio, mas que, na altura, as afirmações não foram levadas muito a sério pelas principais potências internacionais, incluindo os vizinhos e amigos chineses.
Para quem pense que isto tem pouco a ver com o resto do mundo, aconselho estas pequenas contas:
a) Uma bomba de hidrogénio (ou Bomba H) é uma bomba termonuclear incrivelmente superior (até 4000 vezes) à bomba de Hisroshima e a tudo o que já foi usado em qualquer guerra.
b) A Coreia do Norte está a tentar construir uma ogiva que consiga ser colocada no míssil balístico Taepedong-2, que tem um alcance potencial de 6700 km, atingindo o Alasca, o Canadá ou a Costa Leste dos EUA…
O Conselho de Segurança da ONU reúne hoje de emergência, depois de uma chuva de críticas, a começar pelos vizinhos da Coreia do Sul, pelo Japão e pelos EUA. Ao que se sabe, Pequim nem sequer foi informada dos testes que violam todos os tratados internacionais para a não-proliferação de armas nucleares.
Para quem começou o ano com uma escalada diplomática brutal entre as duas maiores potências do Médio Oriente e ainda estava a perceber até onde é que o regime sunita da Arábia Saudita e os xiitas do Irão esticavam a corda, tem aqui uma nova frente para se entreter, com o regime mais fechado e imprevisível do mundo a dois passos de ter uma Bomba H instalada num míssil balístico de longo alcance.
Ao pé disto, as outras notícias ficam muito pequeninas, mas vamos a elas.
Duas horas depois chegou a confirmação, num anúncio feito a dois dias de mais um aniversário do seu grande líder, em que a televisão oficial de Pyongang afirmou sem margem para dúvidas: “Convertemo-nos num Estado nuclear que tem a Bomba H”.
Convém lembrar que em dezembro, o líder dinástico norte-coreano, Kim Jong-Un, já tinha garantido que a Coreia Do Norte tinha a bomba de Hidrogénio, mas que, na altura, as afirmações não foram levadas muito a sério pelas principais potências internacionais, incluindo os vizinhos e amigos chineses.
Para quem pense que isto tem pouco a ver com o resto do mundo, aconselho estas pequenas contas:
a) Uma bomba de hidrogénio (ou Bomba H) é uma bomba termonuclear incrivelmente superior (até 4000 vezes) à bomba de Hisroshima e a tudo o que já foi usado em qualquer guerra.
b) A Coreia do Norte está a tentar construir uma ogiva que consiga ser colocada no míssil balístico Taepedong-2, que tem um alcance potencial de 6700 km, atingindo o Alasca, o Canadá ou a Costa Leste dos EUA…
O Conselho de Segurança da ONU reúne hoje de emergência, depois de uma chuva de críticas, a começar pelos vizinhos da Coreia do Sul, pelo Japão e pelos EUA. Ao que se sabe, Pequim nem sequer foi informada dos testes que violam todos os tratados internacionais para a não-proliferação de armas nucleares.
Para quem começou o ano com uma escalada diplomática brutal entre as duas maiores potências do Médio Oriente e ainda estava a perceber até onde é que o regime sunita da Arábia Saudita e os xiitas do Irão esticavam a corda, tem aqui uma nova frente para se entreter, com o regime mais fechado e imprevisível do mundo a dois passos de ter uma Bomba H instalada num míssil balístico de longo alcance.
Ao pé disto, as outras notícias ficam muito pequeninas, mas vamos a elas.
OUTRAS NOTÍCIAS
Ontem foi noite de mais uma ronda de debates presidenciais – nunca houve tanta fartura deste género televisivo –, uma vez mais sem K.O. técnicos ou factos de grande relevo, mas ainda assim com algumas frases e momentos a destacar.
No frente a frente entre Edgar Silva e Marcelo, o candidato oficial do PCP disse esta frase que fica no ouvido: “O País não precisa de um Cavaco Silva a cores”. Isto para acusar o candidato que aparece destacado nas sondagens de estar aesconder os seus verdadeiros apoios, no PSD e CDS. É claro que Marcelo repetiu, para desespero de uma parte do seu eleitorado, que não é o candidato da direita…
A jornada televisiva foi intensa, com um Marisa vs. Henrique Neto, o paladino da anticorrupção Paulo Morais a enfrentar Sampaio da Nóvoa, Tino de Rans a dar uma entrevista à RTP e os dois últimos a fazerem um debate a trêscom Jorge Sequeira…
Digamos que a programação televisiva parecia uma noite de Champions, daquelas em que o comando nunca está quieto e chegamos sempre atrasados aos golos, com a pequena diferença de não haver lances memoráveis a recordar…
Mais inesperadas são as declarações do líder do PSD Algarve ao Expresso, que decidiu convidar José Sócrates para uma conferência no sábado. Luís Gomes, que também é presidente da Câmara de Vila Real de Santo António afirma que sempre teve uma boa relação com o ex-primeiro-ministro e que "é inaceitável prender alguém para depois investigar".
Sábado, já sabe, pode assistir no Algarve a um evento onde Sócrates estará ao lado do autarca para denunciar o estado da Justiça e no cartaz que divulga o evento pode ler-se: “Luís Gomes convida José Sócrates” (!). O PSD reuniu ontem a Comissão Permanente e ainda prepara a resposta, mas vários dos seus membros contactados não disfarçavam o incómodo.
O regresso dos feriados, agora com dois religiosos a regressar (tal como estava acertado com a Santa Sé) a par de dois civis, estão a fazer as delícias online e a provocar enorme discussão. Os textos sobre pontes e maneiras inteligentes (ou espertas) de marcar férias estão a ser muito lidos. Como este:sorria, este é um ano cheio de feriados e pontes.
Os dois cadetes da Escola de Fuzileiros que estiveram desaparecidos 40 horas num exercício de orientação apareceram sãos e salvos.
Ontem, um barco da Transtejo encalhou ao fazer a travessia durante a tarde, mas tudo acabou em bem com os passageiros a serem transferidos em segurança até ao seu destino, depois de umas horas de susto e um grande atraso.
Na frente internacional, grande destaque para as lágrimas de Obama durante o anúncio de medidas para controlar a venda e uso de armas, num processo administrativo que contorna o Congresso dos EUA e que vai agitar a política americana.
O Presidente norte-americano anunciou quatro ações executivas para endurecer o controlo da compra e venda de armas, contornando a oposição do Congresso norte-americano. “Não estamos aqui para discutir o último massacre, mas para tentar evitar o próximo”, afirmou Obama, que se emocionou em imagens que se tornaram rapidamente virais.
Esta
manhã o Charlie Hebdo está nas bancas com a edição de aniversário do
terrível ataque de há um ano à sua redação. A edição assinala o massacre
ocorrido em janeiro de 2015, num atentado que abalou o mundo. “O assassino
ainda está à solta”, lê-se na capa, acompanhada
da imagem de um deus armado e ensanguentado.
O Vaticano não gostou da caricatura e o jornal oficial Osservatore Romano já criticou a opção do jornal satírico.
Nos jornais económicos, destaque para o facto de o fisco ter retido € 486 milhões em reembolsos de IVA em 2015 (machete do DE) e para o Aeroporto do Montijo estar cada vez a ganhar mais força (título do Negócios)
Os desportivos dão grande destaque à transferência do Suk, que sai do Setúbal para jogar a segunda volta do campeonato no F.C Porto
Isto, em dia jogos da I Liga. O Benfica recebe o Marítimo às 19h, o Sporting vai a Setúbal às 20h15 e à mesma hora o F.C. Porto recebe os vizinhos do Rio Ave.
Além de serem jogos à quarta-feira, coisa pouco habitual em Portugal, anda grande tensão entre treinadores, como pode ser visto nas frases escolhidas para o próximo subcapítulo deste Expresso Curto.
FRASES
“Lopetegui? Amanhã posso estar no lugar dele”. Jorge Jesus, ainda na ressaca do Sporting-Porto
“Concordo com tudo o que Jorge Jesus disse”. Julen Lopetegui, em reação a Jesus
“Pelos vistos há dois treinadores obcecados com o Benfica”.Rui Vitória, em reação em cadeia a Jesus e Lopetegui
Nota: logo à noite esta novela verbal prossegue…
O QUE EU ANDO A LER
Nesta altura devia estar a divulgar alguma aposta editorial de 2016 ou, quanto muito, a dizer o que de melhor nos trouxe 2015. Mas o que acabei de ler foi, na verdade, um dos grandesacontecimentos editoriais de 2014 e que, em bom rigor, já era um acontecimento editorial de 1965…
Confusos? É o que acontece quando o leitor (neste caso, eu) chega atrasado a um livro como Stoner, de John Williams. O que fez deste magnífico romance publicado nos anos 60 um grande acontecimento editorial do séc. XXI foi o seu curioso renascer literário, num acaso que deu ao livro uma segunda vida mais que merecida.
Perdido no esquecimento, foi traduzido para francês por vontade de uma escritora/tradutora e seguiram-se várias reedições noutras línguas. Num processo inesperado, foi escolhido pelos leitores da cadeia de livrarias britânica Waterstones como livro do ano! E então, um livro americano publicado em 1965 fez um estranho comeback até ao país de origem, com enorme sucesso e uma chuva de críticas calorosas, daquelas que ficam bem em qualquer badana ou campanha publicitária. Alguns exemplos:
“O melhor romance americano de que nunca ouvimos falar”, para a New Yorker
“É uma coisa mais rara do que um grande romance – é o romance perfeito, tão bem contado, tão bem escrito, tão comovente que nos corta a respiração”, segundo o New York Times
“Não percebo como é que um romance tão bom passou tanto tempo desprecebido”, na opinião de Ian McEwan
Já vimos que a história que envolve o sucesso do livro é boa. Mas, então, e o livro? Depois das citações acima, não vou gastar muitas palavras. É muito bom, irrepreensivelmente escrito (e muito bem traduzido), enxuto e comovente.
Stoner não é feito de grandes personagens, mas das misérias e glórias do dia a dia de um professor universitário, nascido numa família de lavradores e entregue à literatura numa inesperada paixão universitária, que há de marcar toda a sua vida, entre alguns colegas, poucos amigos, a mulher, a filha, idas e vindas familiares e pouco mais. Com isto, e apenas isto, John Williams escreve um grande livro.
Está na altura de desejar bom dia e de lembrar que vá passando os olhos pelo Expresso Online. Se o fizer através do Facebook será, a partir de hoje, num literal esfregar de olhos.
É que o Expresso chega hoje aos Instant Articles do Facebook. E o que é isso? Bem, não é um pássaro, não é um avião, mas é a maneira mais rápida de ler os nossos artigos em mobile (ou seja, no telemóvel), caso seja nosso amigo no Facebook. É só fazer like aqui. Depois, é como se dizia nas velhas Páginas Amarelas, é ir pelos seus dedos. Mas em versão rápida… são artigos instantâneos (mas que demoraram algum tempo a serem escritos...).
Com um pouco de mais calma, às 18h trazemos mais uma edição do Expresso Diário, com notícias, analise e opinião em primeira mão. E tudo bem arrumado. Amanhã de manhã, oNicolau Santos regressa ao Expresso Curto a poucas horas de David Bowie lançar novo disco. Bom dia.
O Vaticano não gostou da caricatura e o jornal oficial Osservatore Romano já criticou a opção do jornal satírico.
Nos jornais económicos, destaque para o facto de o fisco ter retido € 486 milhões em reembolsos de IVA em 2015 (machete do DE) e para o Aeroporto do Montijo estar cada vez a ganhar mais força (título do Negócios)
Os desportivos dão grande destaque à transferência do Suk, que sai do Setúbal para jogar a segunda volta do campeonato no F.C Porto
Isto, em dia jogos da I Liga. O Benfica recebe o Marítimo às 19h, o Sporting vai a Setúbal às 20h15 e à mesma hora o F.C. Porto recebe os vizinhos do Rio Ave.
Além de serem jogos à quarta-feira, coisa pouco habitual em Portugal, anda grande tensão entre treinadores, como pode ser visto nas frases escolhidas para o próximo subcapítulo deste Expresso Curto.
FRASES
“Lopetegui? Amanhã posso estar no lugar dele”. Jorge Jesus, ainda na ressaca do Sporting-Porto
“Concordo com tudo o que Jorge Jesus disse”. Julen Lopetegui, em reação a Jesus
“Pelos vistos há dois treinadores obcecados com o Benfica”.Rui Vitória, em reação em cadeia a Jesus e Lopetegui
Nota: logo à noite esta novela verbal prossegue…
O QUE EU ANDO A LER
Nesta altura devia estar a divulgar alguma aposta editorial de 2016 ou, quanto muito, a dizer o que de melhor nos trouxe 2015. Mas o que acabei de ler foi, na verdade, um dos grandesacontecimentos editoriais de 2014 e que, em bom rigor, já era um acontecimento editorial de 1965…
Confusos? É o que acontece quando o leitor (neste caso, eu) chega atrasado a um livro como Stoner, de John Williams. O que fez deste magnífico romance publicado nos anos 60 um grande acontecimento editorial do séc. XXI foi o seu curioso renascer literário, num acaso que deu ao livro uma segunda vida mais que merecida.
Perdido no esquecimento, foi traduzido para francês por vontade de uma escritora/tradutora e seguiram-se várias reedições noutras línguas. Num processo inesperado, foi escolhido pelos leitores da cadeia de livrarias britânica Waterstones como livro do ano! E então, um livro americano publicado em 1965 fez um estranho comeback até ao país de origem, com enorme sucesso e uma chuva de críticas calorosas, daquelas que ficam bem em qualquer badana ou campanha publicitária. Alguns exemplos:
“O melhor romance americano de que nunca ouvimos falar”, para a New Yorker
“É uma coisa mais rara do que um grande romance – é o romance perfeito, tão bem contado, tão bem escrito, tão comovente que nos corta a respiração”, segundo o New York Times
“Não percebo como é que um romance tão bom passou tanto tempo desprecebido”, na opinião de Ian McEwan
Já vimos que a história que envolve o sucesso do livro é boa. Mas, então, e o livro? Depois das citações acima, não vou gastar muitas palavras. É muito bom, irrepreensivelmente escrito (e muito bem traduzido), enxuto e comovente.
Stoner não é feito de grandes personagens, mas das misérias e glórias do dia a dia de um professor universitário, nascido numa família de lavradores e entregue à literatura numa inesperada paixão universitária, que há de marcar toda a sua vida, entre alguns colegas, poucos amigos, a mulher, a filha, idas e vindas familiares e pouco mais. Com isto, e apenas isto, John Williams escreve um grande livro.
Está na altura de desejar bom dia e de lembrar que vá passando os olhos pelo Expresso Online. Se o fizer através do Facebook será, a partir de hoje, num literal esfregar de olhos.
É que o Expresso chega hoje aos Instant Articles do Facebook. E o que é isso? Bem, não é um pássaro, não é um avião, mas é a maneira mais rápida de ler os nossos artigos em mobile (ou seja, no telemóvel), caso seja nosso amigo no Facebook. É só fazer like aqui. Depois, é como se dizia nas velhas Páginas Amarelas, é ir pelos seus dedos. Mas em versão rápida… são artigos instantâneos (mas que demoraram algum tempo a serem escritos...).
Com um pouco de mais calma, às 18h trazemos mais uma edição do Expresso Diário, com notícias, analise e opinião em primeira mão. E tudo bem arrumado. Amanhã de manhã, oNicolau Santos regressa ao Expresso Curto a poucas horas de David Bowie lançar novo disco. Bom dia.
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