Cerca
de sete milhões de estudantes angolanos regressaram hoje às escolas de todo o
país, com queixas à falta de professores e o Governo preocupado com o fenómeno
"mata-aulas".
Devido
à crise financeira provocada pela quebra na cotação do barril de petróleo, o
Governo angolano anunciou o congelamento da admissão de quadros na função
pública e do plano de formação de docentes. A Confederação dos Sindicatos da
Educação alertou entretanto para a necessidade de 50 mil novos professores,
nomeadamente para renovar o quadro docente.
Segundo
dados de 2015, o sistema de ensino angolano era assegurado por quase 204 mil
professores, que representam 54% dos trabalhadores da função pública, nos
subsistemas de educação pré-escolar, ensino geral, educação de adultos,
formação de professores e ensino técnico profissional.
Só
Luanda conta este ano com mais de 25 mil professores, mas as autoridades
provinciais admitem um défice destes profissionais nas salas de aulas.
O
setor da educação em Angola prevê para 2016 uma dotação orçamental de 492,1 mil
milhões de kwanzas (2,9 mil milhões de euros), através do Orçamento Geral do
Estado.
Apesar
do investimento, milhares de alunos continuam fora do sistema de ensino,
sobretudo por falta de salas de aulas.
O
Governo angolano ainda não divulgou o número de alunos que em todo o país vão
frequentar as escolas públicas este ano, contudo, segundo dados oficiais de
outubro, frequentavam então o ensino primário 5,1 milhões de alunos, enquanto
no ensino secundário estavam integrados 1,082 milhões no 1.º ciclo e 621 mil no
2.º ciclo.
Relativamente
ao fenómeno "mata-aulas", que o Governo receia que se repita neste
ano letivo, trata-se de uma situação que envolve alunos menores de idade e
adolescentes, desafiados, em grupos, a escapar às aulas, à sexta-feira, alguns
envolvendo-se mesmo em consumo de álcool, de drogas e práticas sexuais, segundo
relatos tornados públicos nomeadamente em Luanda.
"Aos
nossos alunos, pedimos que neste ano letivo tenham um maior engajamento nos
estudos, renunciando à participação em atos indecorosos como o fenómeno
'mata-aulas'", disse o ministro da Educação, Pinda Simão, na cerimónia de
abertura do ano letivo, na sexta-feira.
Esta
situação já levou em 2015 à intervenção da Polícia Nacional, reforçando o
patrulhamento nas escolas, para travar a fuga às aulas.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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