O
número de mortes provocadas pela epidemia de febre-amarela em Angola ascende já
a 77, com mais de 315 casos suspeitos de infeção, disse hoje à Lusa o
representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) no país.
De
acordo com Hernando Agudelo, nesta altura já estão comprovados
laboratorialmente 10 casos de febre-amarela em Angola, sendo que para a OMS
"com um único é possível declarar o surto".
"Há
outros casos em análises, mas há muitos suspeitos que acabam por não ser
febre-amarela, podem ser por exemplo malária", explicou o representante da
OMS.
Aquela
organização de saúde das Nações Unidas está a colaborar com as autoridades
angolanas no combate à doença, nomeadamente numa campanha de vacinação
extraordinária da população de Luanda.
"Temos
77 óbitos, até ao momento, mas isso não significa que sejam todos de
febre-amarela. É uma suspeita que tem de ser verificada pelo laboratório. São
casos que caem dentro da descrição da febre-amarela", sublinhou ainda
Hernando Agudelo, em entrevista à Lusa, em Luanda.
O
foco da epidemia está concentrado desde o final de dezembro na zona do mercado
"Quilómetro 30", no município de Viana, arredores de Luanda, onde
decorre uma campanha de vacinação da população por militares.
Cerca
de um terço dos óbitos suspeitos aconteceram em Viana, mas mortes suspeitas já
se registaram também em outras províncias angolanas, essencialmente de
vendedoras que se deslocaram àquele mercado, para comercializar produtos.
A
transmissão da doença é feita pelos mosquitos da espécie 'Aedes aegypti', que
segundo a OMS, em algumas zonas de Viana, chega a estar presente em 100% das
casas.
Decorrem
ainda nesta zona campanhas de sensibilização para a necessidade de limpeza do
lixo nas ruas e escoamento de água estagnada, principais pontos de propagação
dos mosquitos.
PVJ
// JMR - Lusa
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