segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Moçambique. ONU CONFIRMA ATAQUE A CARRO DA FAO NO CENTRO DO PAÍS



A missão da ONU em Maputo confirmou hoje à Lusa que uma viatura da Organização de Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) foi atacada por desconhecidos na semana passada no centro do país.

A informação tinha sido avançada por órgãos de comunicação moçambicanos e foi confirmada hoje à Lusa por fonte da missão das Nações Unidas em Maputo.

A mesma fonte disse ter sido comunicado um ataque a uma viatura da FAO na N1, a principal estrada do país, na zona de Nhamapaza, província de Sofala, quando viajava entre Zambézia e Maputo.

O condutor e único ocupante da viatura escapou ileso para uma zona segura, segundo a mesma fonte, acrescentando que o caso foi comunicado às autoridades.

Esta zona no norte da província de Sofala foi palco na semana passada de vários ataques que as autoridades atribuem a homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).

Desde sábado, foi montado um dispositivo de escoltas militares obrigatórias a viaturas civis, num troço de cem quilómetros entre Nhmapaza e Caia, adiantou hoje à Lusa fonte policial.

Um dispositivo semelhante foi criado na semana passada entre Save e Muxúnguè, na mesma província e igualmente cenário de ataques recentes, também atribuídos a militares do maior partido de oposição.

Esta medida já tinha sido aplicada no mesmo troço, entre 2013 e 2014, na última crise política e militar entre Governo e Renamo, e, apesar disso, foram registados vários ataques que deixaram um número desconhecido de mortos e feridos, incluindo civis, e fortes danos na economia do país.

Moçambique vive uma situação de incerteza política há vários meses e o líder da Renamo ameaça tomar o poder em seis províncias do norte e centro do país, onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de outubro de 2014.

Esta é a pior crise em Moçambique desde o Acordo de Cessação de Hostilidades Militares, assinado a 05 de Setembro de 2014 pelo ex-presidente Armando Guebuza e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, colocando termo aos ataques na N1.

A violência política voltou no entanto a Moçambique a seguir às eleições, agravando-se nos últimos meses, com acusações mútuas de ataques, raptos e assassínios.

A Renamo pediu recentemente a mediação do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e da Igreja Católica para o diálogo com o Governo, que se encontra bloqueado há vários meses.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, tem reiterado a sua disponibilidade para se avistar com o líder da Renamo, mas Afonso Dhlakama considera que não há mais nada a conversar depois de a Frelimo ter chumbado a revisão pontual da Constituição para acomodar as novas regiões administrativas reivindicadas pela oposição e que só retomará o diálogo após a tomada de poder no centro e norte do país.

HB (AYAC/EYAC) // EL

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