A
missão da ONU em Maputo confirmou hoje à Lusa que uma viatura da Organização de
Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) foi atacada por desconhecidos
na semana passada no centro do país.
A
informação tinha sido avançada por órgãos de comunicação moçambicanos e foi
confirmada hoje à Lusa por fonte da missão das Nações Unidas em Maputo.
A
mesma fonte disse ter sido comunicado um ataque a uma viatura da FAO na N1, a
principal estrada do país, na zona de Nhamapaza, província de Sofala, quando
viajava entre Zambézia e Maputo.
O
condutor e único ocupante da viatura escapou ileso para uma zona segura,
segundo a mesma fonte, acrescentando que o caso foi comunicado às autoridades.
Esta
zona no norte da província de Sofala foi palco na semana passada de vários
ataques que as autoridades atribuem a homens armados da Resistência Nacional
Moçambicana (Renamo).
Desde
sábado, foi montado um dispositivo de escoltas militares obrigatórias a
viaturas civis, num troço de cem quilómetros entre Nhmapaza e Caia, adiantou
hoje à Lusa fonte policial.
Um
dispositivo semelhante foi criado na semana passada entre Save e Muxúnguè, na
mesma província e igualmente cenário de ataques recentes, também atribuídos a
militares do maior partido de oposição.
Esta
medida já tinha sido aplicada no mesmo troço, entre 2013 e 2014, na última
crise política e militar entre Governo e Renamo, e, apesar disso, foram
registados vários ataques que deixaram um número desconhecido de mortos e
feridos, incluindo civis, e fortes danos na economia do país.
Moçambique
vive uma situação de incerteza política há vários meses e o líder da Renamo
ameaça tomar o poder em seis províncias do norte e centro do país, onde o
movimento reivindica vitória nas eleições gerais de outubro de 2014.
Esta
é a pior crise em Moçambique desde o Acordo de Cessação de Hostilidades
Militares, assinado a 05 de Setembro de 2014 pelo ex-presidente Armando Guebuza
e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, colocando termo aos ataques na N1.
A
violência política voltou no entanto a Moçambique a seguir às eleições,
agravando-se nos últimos meses, com acusações mútuas de ataques, raptos e
assassínios.
A
Renamo pediu recentemente a mediação do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e
da Igreja Católica para o diálogo com o Governo, que se encontra bloqueado há
vários meses.
O
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, tem reiterado a sua disponibilidade para
se avistar com o líder da Renamo, mas Afonso Dhlakama considera que não há mais
nada a conversar depois de a Frelimo ter chumbado a revisão pontual da
Constituição para acomodar as novas regiões administrativas reivindicadas pela
oposição e que só retomará o diálogo após a tomada de poder no centro e norte
do país.
HB
(AYAC/EYAC) // EL
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