Leandro Vasconcelos, Maputo
Pergunta
que me ocorreu enquanto lia a situação em Angola acerca da situação política,
administrativa, judicial e outras. Quanto devem os governantes dos países da
CPLP aos seus povos em democracia, justiça e transparência?
A
CPLP é uma organização lusófona que na quase totalidade dos países que a
integram têm défices de democracia clamorosos, e de justiça social, e de
justiça, e de transparência. São pseudo-democracias na maior parte dos casos.
Como se não bastasse ainda há pouco tempo admitiram na organização comunitária
lusófona mais um país que de democracia nada tem, nem uma migalha que se
assemelhe, a Guiné Equatorial. O chefe de Estado da Guiné Equatorial é um
assassino que devia prestar contas à justiça internacional de acordo com os canônes
do direito internacional. Mas não, por via do poder do que é roubado ao país e detém é venerado e aceite. Só por isso vimos quem são os das elites lusófonas que
compõem a CPLP. Gente sem escrúpulos. Gente que não merece os povos que
governam e que em muitos exemplos os roubam e os submetem a sacrifícios inadmissíveis
por via de tanto os roubarem.
Em
três exemplos maiores podemos avaliar o que é a CPLP.
Guiné-Bissau
País
com uma elite político-militar corrupta, antidemocrática, gananciosa, de
qualidades de formação humana dúbias ou tantas vezes demonstradas desumanas e terrivelmente
criminosas.
Angola
É
de ontem o escândalo que já se previa sobre Manuel Vicente, o vice-presidente
de Angola. O senhor Sonangol e de outros cognomes está enredado num escândalo
que é somente a ponta de um icebergue de crimes praticados contra os reais
interesses do povo angolano. É referido que Manuel Vicente, assim como outros
do mesmo agregado criminoso, é somente suspeito. O cuidado com as palavras na
comunicação social assim exige. Mas isso não invalida que os povos lusófonos não
o tenham por definição como um criminoso de lesa angolanos. São as conversas,
os dizeres populares que conhecem a trama criminosa angolana há imensos anos. Nunca
Isabel dos Santos (por exemplo) teria tido tantas oportunidades de enriquecer
se em Angola o regime fosse honesto. Responsável maior da situação: José
Eduardo dos Santos, Presidente da República e chefe de um regime atroz e
maquiavélico que vitima a maioria dos angolanos negando-lhes o usufruto das
riquezas exploradas no país.
Moçambique
O
país em guerra aos solavancos. De um lado um autêntico chefe de terrorismo de
nome Afonso Dlhakama e a sua Renamo. Do outro lado um partido político
deteriorado, podre, roçando ações de crimes de sangue de vez em quando. Quando
consideram dever abater cobardemente em atentados opositores que se revelam pacífica
e democraticamente que o são. Também no que se refere a roubos Moçambique tem
nos poderes elites absolutamente corruptas e ladras. Observando a miséria em
que os moçambicanos sobrevivem e comparando-a com o fausto dos das elites
ligadas à Frelimo podemos chegar a algumas conclusões sobre o que é roubado ao
país para usufrutos privados de só uns quantos.
Temos
assim, lamentavelmente, nestes três países, em pequena abordagem, as palavras
proibidas sobre os que compõem as elites lusófonas: grandessíssimos criminosos, grandessíssimos ladrões.
Não
se infira daqui, desta pequena abordagem que os restantes países são muito
melhores no que diz respeito às suas elites. Existem casos flagrantes de maiores
ou menores semelhanças em Timor ou no Brasil. De Portugal, então, os exemplos são
enormes, só que muito melhor protegidos e nos segredos infinitos de verdadeiras
máfias partidárias muito bem organizadas.
Regressando
a Angola e a esta última exposição criminosa sobre o seu vice-presidente,
Manuel Vicente, todos sabemos que poderá ter sido ele que deu a cara ao
corromper o procurador português mas que muitos outros da elite angolana – ou organização
criminosa – que detém os poderes estão envolvidos no interesse em comprar o silêncio
sobre os crimes que praticam.
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