O
acirramento dos ânimos, nas ruas, aponta para momentos ainda mais radicais na
vida política brasileira, à medida que as classes trabalhadoras passam a se
contrapor ao avanço das forças da extrema-direita na tentativa de prender o
ex-presidente Lula
Correio
do Brasil, de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo
Parte
dos setores progressistas, que luta contra o pedido de impedimento da
presidenta Dilma Rousseff e tenta evitar a prisão do ministro-chefe da Casa
Civil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a publicar, nas redes
sociais durante o fim de semana, que o líder petista deveria buscar abrigo em
uma embaixada, na capital federal. A medida serviria para ele não ser alcançado
por alguma medida extrema originada na 13ª Vara Federal, conduzida por Sergio
Moro, o juiz que determinou a divulgação de escutas após a quebra
de sigilos telefônicos nas três esferas de poder da República, sem
autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). A presidenta Dilma foi a
principal atingida.
Segundo
roteiro dos acontecimentos que circulava nas principais redações dos meios de
comunicação conservadores, no eixo Rio-São Paulo, nas últimas horas, “Lula será
preso nesta semana. Aécio também. Sua carreira política será destruída para dar
a ideia de ‘isenção”. Ainda segundo a análise que circula, nas redes sociais:
•
O processo de impeachment será rápido se consumindo em menos de 20
dias;
• Armínio Fraga seguirá para o Fazenda e Gilmar ocuparia o Ministério da Justiça. (O juiz) Moro seria indicado para o STF.
• Serra é o grande avalista. E já vem acertando o novo “governo” há pelo menos um mês;
• A lei anti-terrorismo será usada para impedir maiores contestações. Possivelmente os vetos aos aspectos mais autoritários da lei sejam derrubados por esses dias;
• Cunha somente será retirado após o impeachment. ‘Rifado’, em seguida, para passar a imagem de ‘limpeza’.
“Que
os deuses tenham piedade do que acontecerá com esse país”, acrescenta o
jornalista que divulgou a linha editorial em que trabalham os meios de
comunicação ligados à tentativa de golpe, em curso, no Brasil.
O
acirramento dos ânimos, nas ruas, aponta para momentos ainda mais radicais na
vida política brasileira, à medida que as classes trabalhadoras passam a se
contrapor ao avanço das forças da extrema-direita, patrocinadas por interesses
internacionais e seus satélites na vida econômica do país, a exemplo da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), entre outras.
Professores, alunos secundaristas e trabalhadores ligados à Educação divulgaram
nota, na noite passada, em que apontam para a necessidade de se promover uma
greve geral no setor para que possam, em grupo, comparecer às manifestações pela
democracia e em favor do mandato presidencial.
Lula
é o alvo
Mesmo
os organismos internacionais ligados às diretrizes mais conservadoras, no
continente, expressam preocupação quanto aos destinos políticos do Brasil.
Ciente do extremismo que tenta dominar a sociedade brasileira, o
secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro,
defendeu a continuação da Operação Lava Jato, mas alerta que nenhum
magistrado está acima da lei que deve aplicar e da Constituição, que dá
garantias ao seu trabalho. Ele não cita um juiz, especificamente, mas afirma
ser “imperativo” o avanço das investigações, dentro dos princípios legais. A
OEA é uma das instâncias diplomáticas que reúne representantes de todos os
países da região, à exceção de Cuba, e mantém-se alinhado, historicamente, aos
interesses de Washington.
Segundo
Almagro, o Estado de Direito requer que todos sejam “responsáveis e iguais
perante a lei”.
—
A democracia não pode ser vítima do oportunismo, mas deve ser sustentada pelo
poder das ideias e da ética — afirmou.
O
representante da OEA também saiu em defesa da presidenta Dilma Rousseff e
criticou as tentativas de tirá-la do cargo sem fundamento jurídico, como o
processo de impedimento iniciado na Câmara dos Deputados. Almagro afirma que o
mandato deve ser garantido, de acordo com a Constituição e as leis, por todos
os poderes do governo e todas as instituições do país.
—
Qualquer deterioração da sua autoridade deve ser evitada, de onde quer que
venha — disse, em outra alusão ao grampo no telefone da Presidência da
República e do ex-presidente Lula.
Almagro
reiterou, durante a conversa com jornalistas, que mantém “grande respeito” pela
presidenta Dilma e assegura que ela demonstra um claro compromisso com a
transparência institucional e a defesa dos ganhos sociais alcançados pelo país.
—
Neste momento, a sua coragem e honestidade são ferramentas essenciais para a
preservação e o fortalecimento do Estado de Direito — concluiu.
Sem comentários:
Enviar um comentário