quarta-feira, 23 de março de 2016

Instabilidade política na Guiné-Bissau está a travar acordos com doadores -- Governo



A instabilidade política na Guiné-Bissau está a travar acordos com oito dos 16 doadores que há um ano prometeram apoios de 1.400 milhões de euros ao país, disse hoje o ministro da Economia e Finanças guineense, Geraldo Martins.

"A principal razão" para não haver acordos com metade dos parceiros "tem a ver com a instabilidade política", referiu o governante numa conferência de imprensa para fazer o balanço do encontro de doadores, realizado há um ano, em Bruxelas.

Os 1.400 milhões de euros estão previstos para projetos a realizar até 2020.

O que até agora chegou à Guiné-Bissau "são sobretudo apoios de ajuda orçamental", a saber, 10,5 milhões de euros do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), 1,7 milhões de euros de Timor-Leste e verbas relativas a programas de apoio portugueses.

Quanto aos principais projetos, os parceiros "estão à espera de ver mais claramente o que vai acontecer no país: se haverá ou não programa de Governo", referiu o titular da Economia e Finanças.

"Teremos que ser nós, guineenses, a resolver este problema. Temos instituições que funcionam, temos que resolver isto na base do diálogo", acrescentou Geraldo Martins.

Se as disputas sobre lugares no parlamento forem resolvidas de forma a garantir que o programa do Governo eleito em 2014 (e apresentado no encontro de doadores) continua em vigor, "isto é fácil".

"Basta tudo normalizar para irmos a um ritmo muito mais rápido", referiu.

Geraldo Martins pretende que até ao fim do ano sejam estabelecidos acordos com todos os doadores.

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, e o PAIGC, partido no Governo, estão em confronto político desde o verão de 2015, num diferendo que extravasou para o Parlamento e o tem impedido de funcionar.

Valores prometidos para o período 2016-2020 (em milhões de euros)

Fonte: Ministério da Economia e Finanças da Guiné-Bissau

(*) doações em dólares (câmbio dólar/euro: 0,895)

Parceiros bilaterais
Brasil: 13,43 * - Portugal: 40,00 - Timor-Leste: 1,70 * - Grã-Bretanha: 2,24 *

Parceiros multilaterais
Banco de Investimento e Desenvolvimento da CEDEAO (BIDC): 17,90 * - Banco Africano de Desenvolvimento (BAD): 169,00 - Banco Oeste-Africano de Desenvolvimento (BOAD): 300,00 - Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO): 53,70 * - União Europeia (UE): 160,00 - Banco Europeu de Investimento (BEI): 50,00 - Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA): 27,75 * - Fundo Global: 46,54 * - União Económica e Monetária Oeste-Africana União Económica e Monetária da África Ocidental: 8,95 * - Organização das Nações Unidas (ONU): 266,71 *
Missão Integrada da ONU (UNIOGBIS): 18,80 * - Banco Mundial: 223,75 *
Total: 1.400,45

Parceiros com os quais já há acordos assinados
Portugal - Timor-Leste - Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) - Banco Oeste-Africano de Desenvolvimento (BOAD) - Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) - União Económica e Monetária Oeste-Africana - União Económica e Monetária da África Ocidental - Missão Integrada da ONU (UNIOGBIS) - Banco Mundial

LFO // EL - Lusa

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