A
instabilidade política na Guiné-Bissau está a travar acordos com oito dos 16
doadores que há um ano prometeram apoios de 1.400 milhões de euros ao país,
disse hoje o ministro da Economia e Finanças guineense, Geraldo Martins.
"A
principal razão" para não haver acordos com metade dos parceiros "tem
a ver com a instabilidade política", referiu o governante numa conferência
de imprensa para fazer o balanço do encontro de doadores, realizado há um ano,
em Bruxelas.
Os
1.400 milhões de euros estão previstos para projetos a realizar até 2020.
O
que até agora chegou à Guiné-Bissau "são sobretudo apoios de ajuda
orçamental", a saber, 10,5 milhões de euros do Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD), 1,7 milhões de euros de Timor-Leste e verbas relativas a
programas de apoio portugueses.
Quanto
aos principais projetos, os parceiros "estão à espera de ver mais
claramente o que vai acontecer no país: se haverá ou não programa de
Governo", referiu o titular da Economia e Finanças.
"Teremos
que ser nós, guineenses, a resolver este problema. Temos instituições que
funcionam, temos que resolver isto na base do diálogo", acrescentou
Geraldo Martins.
Se
as disputas sobre lugares no parlamento forem resolvidas de forma a garantir
que o programa do Governo eleito em 2014 (e apresentado no encontro de
doadores) continua em vigor, "isto é fácil".
"Basta
tudo normalizar para irmos a um ritmo muito mais rápido", referiu.
Geraldo
Martins pretende que até ao fim do ano sejam estabelecidos acordos com todos os
doadores.
O
Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, e o PAIGC, partido no Governo,
estão em confronto político desde o verão de 2015, num diferendo que extravasou
para o Parlamento e o tem impedido de funcionar.
Valores
prometidos para o período 2016-2020 (em milhões de euros)
Fonte:
Ministério da Economia e Finanças da Guiné-Bissau
(*)
doações em dólares (câmbio dólar/euro: 0,895)
Parceiros
bilaterais
Brasil:
13,43 * - Portugal: 40,00 - Timor-Leste: 1,70 * - Grã-Bretanha: 2,24 *
Parceiros
multilaterais
Banco
de Investimento e Desenvolvimento da CEDEAO (BIDC): 17,90 * - Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD): 169,00 - Banco Oeste-Africano de Desenvolvimento (BOAD):
300,00 - Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO): 53,70 *
- União Europeia (UE): 160,00 - Banco Europeu de Investimento (BEI): 50,00 - Fundo
Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA): 27,75 * - Fundo Global: 46,54
* - União Económica e Monetária Oeste-Africana União Económica e Monetária da
África Ocidental: 8,95 * - Organização das Nações Unidas (ONU): 266,71 *
Missão
Integrada da ONU (UNIOGBIS): 18,80 * - Banco Mundial: 223,75 *
Total:
1.400,45
Parceiros
com os quais já há acordos assinados
Portugal
- Timor-Leste - Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) - Banco Oeste-Africano
de Desenvolvimento (BOAD) - Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola
(FIDA) - União Económica e Monetária Oeste-Africana - União Económica e
Monetária da África Ocidental - Missão Integrada da ONU (UNIOGBIS) - Banco
Mundial
LFO
// EL - Lusa
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