Segundo
a sua irmã, Gertrudes Dala, o activista continua a depender de cadeira de rodas
para se movimentar.
Borralho
Ndomba*
O
activista Nuno Álvaro Dala continua em greve de fome. Completou esta
quarta-feira 28 dias sem comer. O investigador e professor universitário está
desde o dia 10 de Março a protestar para que as autoridades
devolvam os seus bens apreendidos no dia 20 de Junho, bem como a
revelação dos resultados dos exames médicos que havia feito.
Gertrudes
Dala, irmã do activista que faz parte dos 15+2 jovens condenados de 2 a 8 anos
e seis meses de prisão por crimes de actos preparatórios de rebelião e
associação de malfeitores, disse que o seu irmão continua a depender da cadeira
de rodas para se movimentar.
O
activista contou à irmã que os profissionais de saúde do Hospital Prisão de São
Paulo têm estado a medir os seus sinais vitais. Segundo Gertrudes Dala, ontem
os médicos da unidade prisional aplicaram soro ao activista.
“Já
começaram a lhe aplicar soros na veia. Mas isso no meu entender não é
suficiente. É necessário que seja transferido para uma clínica para ter boa
assistência porque ele não está bem”, solicitou.
Desde
que começou com a greve, Nuno
Dala só ingere líquidos. Água, soro e chá são os únicos meios de
sobrevivência. Em declarações dadas anteriormente ao Rede Angola, o
investigador disse que só vai parar o protesto quando reaver os seus
pertences.
“Sei
que estou a prejudicar a minha saúde. Mas não vou parar sem que cumpram com as
minhas exigências. Eles estão a me obrigar a agir assim”, disse o activista ao RA no
dia 24 de de Março, data em que completava 14 dias em greve de fome.
Gertrudes
Dala contou que ontem, os familiares dos activistas estavam na 14ª Secção dos
Crimes Comuns para receberem todos os materiais apreendidos no dia 20
de Junho do ano passado. Os familiares recusaram-se em recebê-los porque
estavam incompletos.
De
acordo com a irmã do activista, os parentes dos 15+2 dois só podiam levar bens
como livros, mochilas e algumas pastas de bolso.
“Não
podíamos levar os materiais informáticos porque estavam sob perícia. E nós
decidimos não levar coisas incompletas porque quando nos convocaram, alegaram
que teriam nos dados todas as coisas e posto lá a atitude deles foi outra. Só
deram livros e as mochilas. Quanto a devolução dos cartões de crédito e os
documentos do Nuno não vi nada. Na mochila dele só havia papéis”, explicou.
*Rede
Angola – Foto: Ampe Rogério
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