quarta-feira, 6 de abril de 2016

Angola. NUNO DALA ESTÁ QUASE HÁ UM MÊS EM GREVE DE FOME



Segundo a sua irmã, Gertrudes Dala, o activista continua a depender de cadeira de rodas para se movimentar.

Borralho Ndomba*

O activista Nuno Álvaro Dala continua em greve de fome. Completou esta quarta-feira 28 dias sem comer. O investigador e professor universitário está desde o dia 10 de Março a protestar para que as autoridades devolvam os seus bens apreendidos no dia 20 de Junho, bem como a revelação dos resultados dos exames médicos que havia feito.

Gertrudes Dala, irmã do activista que faz parte dos 15+2 jovens condenados de 2 a 8 anos e seis meses de prisão por crimes de actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores, disse que o seu irmão continua a depender da cadeira de rodas para se movimentar.

O activista contou à irmã que os profissionais de saúde do Hospital Prisão de São Paulo têm estado a medir os seus sinais vitais. Segundo Gertrudes Dala, ontem os médicos da unidade prisional aplicaram soro ao activista.

“Já começaram a lhe aplicar soros na veia. Mas isso no meu entender não é suficiente. É necessário que seja transferido para uma clínica para ter boa assistência porque ele não está bem”, solicitou.

Desde que começou com a greve, Nuno Dala só ingere líquidos. Água, soro e chá são os únicos meios de sobrevivência. Em declarações dadas anteriormente ao Rede Angola, o investigador disse que só vai parar o protesto quando reaver os seus pertences.

“Sei que estou a prejudicar a minha saúde. Mas não vou parar sem que cumpram com as minhas exigências. Eles estão a me obrigar a agir assim”, disse o activista ao RA no dia 24 de de Março, data em que completava 14 dias em greve de fome.

Gertrudes Dala contou que ontem, os familiares dos activistas estavam na 14ª Secção dos Crimes Comuns para receberem todos os materiais  apreendidos no dia 20 de Junho do ano passado. Os familiares recusaram-se em recebê-los porque estavam incompletos.

De acordo com a irmã do activista, os parentes dos 15+2 dois só podiam levar bens como livros, mochilas e algumas pastas de bolso.

“Não podíamos levar os materiais informáticos porque estavam sob perícia. E nós decidimos não levar coisas incompletas porque quando nos convocaram, alegaram que teriam nos dados todas as coisas e posto lá a atitude deles foi outra. Só deram livros e as mochilas. Quanto a devolução dos cartões de crédito e os documentos do Nuno não vi nada. Na mochila dele só havia papéis”, explicou.

*Rede Angola – Foto: Ampe Rogério

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