quarta-feira, 6 de abril de 2016

Angola. CADA UM DE NÓS E A OMS



Jornal de Angola, editorial

O país vive desafios ao nível do sector da saúde, que estão a merecer da parte das entidades governamentais e de toda a sociedade a tomada de medidas para inverter o quadro.

Felizmente, já se pode dizer que o cenário dantesco que as unidades hospitalares viviam, fruto do impacto do paludismo e da febre amarela, conheceram uma redução notável. 

Fruto do empenho do Estado angolano e da ajuda dos seus parceiros, dentro e fora do país, está a ser controlado o surto de paludismo e de febre-amarela que nas últimas semanas enlutou centenas de famílias. Em Angola, o que é notável é que ninguém ficou de braços cruzados ante os desafios provocados por aquelas duas enfermidades. 

É verdade que até muito recentemente o quadro era assustador, a julgar pela combinação de uma série de factores que sobrecarregaram demasiado as unidades sanitárias. Luanda, pelas especificidades demográficas, continua a ser o centro nevrálgico quando se trata de questões que se levantam ao nível do sector da saúde.

 O fundamental era manter os níveis de controlo para que os desafios provocados pelo surto das enfermidades não complicasse a capacidade de resposta das autoridades sanitárias.

Temos ainda muito trabalho pela frente, mas a campanha desencadeada pelo Executivo no sentido de mobilizar entidades e pessoas, dentro e fora de Angola, começam a gerar os resultados que pretendemos. 

Numa altura em que se encontra no país a directora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, a nível de África, a responsável regional, as autoridades angolanas reafirmam o compromisso de contar com os esforços de todos, dentro e fora do país. Abrir as portas do país a entidades responsáveis da OMS para, pelas suas próprias avaliações, fazerem as observações e recomendações que se impõem. 

E foi bom ouvir de Margareth Chan que os esforços para reduzir a incidência do paludismo e da febre-amarela resultam na baixa dos números.

O importante foi sobretudo o facto da OMS associar-se às iniciativas das autoridades angolanas, instituição com a qual o Executivo conta muito para empreender lado a lado a cruzada contra as enfermidades. 

A ajuda com meios humanos e materiais, prometida pela directora-geral da OMS, vai fazer toda a diferença sobretudo nesta fase em que cresceram os desafios, mas estão igualmente controlados. É salutar que, na província de Luanda, a vacinação contra a febre-amarela já abrangeu cerca de 87 por cento da população. 

Acreditamos que Angola e os angolanos registam com satisfação a vinda e o trabalho desempenhado no país pelas duas distintas entidades da OMS. É preciso continuar a alargar o raio de vacinação em todo o país contra a febre-amarela, tal como recomenda a médica sino-canadiana que dirige a OMS. “Nós tivemos a oportunidade de visitar alguns centros de vacinação, bem como o Hospital Geral de Luanda e registamos que há progressos, na medida em que o número de casos está a reduzir”, disse Margareth Chan, numa alusão à delegação da OMS. 

Uma outra recomendação, várias vezes já salientada entre nós, tem a ver com o envolvimento das populações e das famílias para que determinadas metas no controlo e combate contra o paludismo sejam eficazes. Vale insistir que as comunidades e as famílias devem também fazer a sua parte para melhor se prevenir doenças.

A directora da OMS, na sua curta visita ao nosso país, não deixou de sublinhar a necessidade do engajamento de todos, tendo apelado ao voluntarismo traduzido em várias iniciativas. As campanhas de limpeza, promovidas por muitas organizações da sociedade, os actos públicos de doação de sangue, apenas para mencionar estes, têm o potencial de prevenir dezenas de enfermidades e salvar milhares de vidas humanas. 

No fundo, o essencial deve passar pelo aumento da vigilância epidemiológica, pelo reforço dos cuidados elementares ao nível da casa e da comunidade e a ida aos hospitais e postos de assistência aos primeiros sintomas de qualquer enfermidade. Esta é também a mensagem trazida pela OMS, que deve ser passada e observada pelas famílias para serem bem sucedidas na contenção das enfermidades em causa. Afinal, como é evidente, a maioria dos mosquitos vectores da febre-amarela reproduz-se nos agregados familiares, razão pela qual o empenho a partir de casa é vital. 

Da parte do Executivo há o firme compromisso de empenho e de mobilização de todos os seus parceiros, dentro e fora de Angola, para o êxito no controlo e erradicação das enfermidades. A parceria com a OMS é, neste momento, de suma importância para que possamos acelerar todas as formas para se erradicar a febre-amarela, tal como tinha sucedido no passado.
    
Temos a certeza de que todos estes esforços vão resultar em avanços significativos que o sector conhece, tal como testemunhado pela directora da OMS. O que precisamos, para o sucesso de todos os esforços que fazemos para travar a febre-amarela e atenuar os números do paludismo, é que cada um, pessoa ou instituição, faça a sua parte.

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