terça-feira, 12 de abril de 2016

FRANCISCO NICHOLSON VIVE E VIVERÁ



Manhã da notícia de abalada de um grande ator e uma pessoas excecional: Francisco Nicholson. Quem privou e trabalhou com ele vai sentir muitas saudades daquele ser humano que era um homem das artes e das humanidades.

A vida de Nicholson é referida muito levemente pela notícia da Lusa. Recorremos à Wikipédia para o dar a conhecer melhor aos que se interessarem. Francisco merece-o e os que o conheceram também. Foi um privilégio conviver com ele. Um mestre. Um grande amigo dos seus amigos. Um grande homem das artes, da 7ª às que melhor preferirem. Um grande ator do teatro consignado às suas raízes.

Fiquem com Nicholson, porque ele só abalou… mas vive e viverá sempre que aplaudirmos a arte de representar. Ator, produtor, autor, encenador… Tudo das artes. (MM / PG)

Morreu o ator Francisco Nicholson

O ator, dramaturgo e argumentista Francisco Nicholson morreu hoje, aos 77 anos, em casa, disse à agência Lusa fonte da família.

Francisco Nicholson começou a fazer teatro aos 14 anos, no antigo Liceu Camões, sob direcção do encenador e poeta António Manuel Couto Viana, a convite do qual veio a pertencer ao Grupo da Mocidade, que integrou com, entre outros, Rui Mendes, Morais e Castro, Catarina Avelar e Mário Pereira.

Estudou em Paris, frequentando a Academia Charles Dullin, do Théatre Nacional Populaire, privando com grandes nomes do teatro francês, como Jean Vilar, Georges Wilson, Gerard Philipe.

CP // SO – Lusa

ORIGENS

Nascido no seio de uma família ligada às artes, é filho de John Francis Quintela Nicholson (Southsea, Sussex, 13 de Março de 1916 - Lisboa, 23 de Julho de 1960) e de sua mulher Maria Alice de Vasconcelos Marques (Marco de Canaveses, Paços de Gaiolo, 14 de Outubro de 1913 - ?), sendo seu pai, filho dum inglês, bisneto do 1.º Visconde da Charruada e duma filha do 1.º Visconde do Cartaxo (irmão do 1.º Conde da Póvoa e 1.º Barão de Teixeira), aquele filho do 1.º Conde de Farrobo e 2.º Barão de Quintela e de sua mulher a artista de Teatro Mariana Carlota Lodie neto de Francisco António Lodi, de ascendência italiana,. É, também, primo em terceiro grau de José Diogo Quintela..

O MERGULHO NA ARTE

Estreou-se, profissionalmente, como actor e autor, com a peça infantil “Misterioso Até Mais Não, no Teatro do Gerifalto. Viu representadas mais cinco peças suas para crianças.” O cavaleiro sem medo”, “Boingue-boingue”, “O indiozinho Raio de luar” etc. Fez parte dos elencos da Companhia Nacional de Teatro e do Teatro Estúdio de Lisboa onde representou grandes textos da dramaturgia mundial, de autores como Strindberg, Kleist. Bernard Shaw, Arnold Wesker, Davis Storey,Apollinaire, e outros. Raul Solnado convidou-o para inaugurar o Teatro Villaret integrando o elenco da peça “O Inspector Geral” de Nicolau Gogol, permanecendo no elenco mais de dois anos, tendo interpretado várias comédias e encenado “Quando é que tu casas com a minha mulher?”. Mas foi no Teatro ABC que se popularizou com o teatro de revista. Tendo-se estreado com “O gesto é tudo “ a lado de Eugénio Salvador, Camilo de Oliveira, a brasileira Berta Loran e um grande elenco, é com “Bikini” que se afirma como autor (com Cesar de Oliveira e Rogério Bracinha),, actor ( ao lado dum elenco muito jovem com Ivone Silva, Manuela Maria, Irene Cruz, Henriqueta Maya, António Anjos, Iola e o consagrado João Maria Tudela) e encenador. Ao enorme êxito deste projecto inovador seguiram-se “Chapéu Alto” e “Lábios Pintados”. Depois, no Teatro Monumental, dirige (com Alfredo Alária) e interpreta o musicado “Férias em Lisboa”. Com o empresário Sérgio de Azevedo, regressa ao ABC com “É o fim da macacada”, que escreve (com Gonçalves Preto e Rolo Duarte) e encena, “Pró menino e prá menina” e “Tudo a nu”, em que é um dos autores, intérprete e encenador. E é , precisamente, “Tudo a Nu” que está em cena , com grande êxito , no Teatro ABC no dia 25 de Abril de 1974., Aproveitando o final da Censura para repor todos os cortes efectuados pelos censores os autores modificaram-lhe o nome para “Tudo a nu com parra nova”. A nova dinâmica surgida com a chegada da Democracia ao país entusiasmou vários actores, actrizes e técnicos a, com participação de nomes importantes do nosso espectáculo como a bailarina Magda Cardoso, o coreógrafo Fernando Lima, ou o cenógrafo- figurinista Mário Alberto, a reunirem-se numa cooperativa teatral, o Teatro Adoque procedendo a uma autêntica revolução na forma conteúdos do Teatro de Revista. No Adoque se iniciaram, entre muitos outros, José Raposo, Maria Vieira, Virgílio Castelo e projectaram Ana Bola e Henrique Viana. No Adoque se abriram as portas á primeira encenação de, António Feio. No Adoque, colaboraram como autores Ari dos Santos, Ferro Rodrigues, Cesar de Oliveira, Gonçalves Preto, entre outros, e os compositores Joaquim Luis Gomes, Fernando Correia Martins, Braga Santos, etc.. Regressa ao Parque-Mayer escrevendo com Henrique Santana, Mário Zambujal, Rogério Bracinha e Augusto Fraga a Revista “ Não batam mais no Zézinho” que permanece dois anos em cartaz. Seguem-se uma sucessão de Revistas de que foi figura de topo.

Na televisão, dá-se a conhecer com Riso e Ritmo (1964), programa em que foi autor, actor e produtor ( com Armando Cortez e José Mensurado)Dirigiu e interpretou vários programas como “O canto alegre” Foi o autor de Vila Faia, a primavera telenovela portuguesa. Foi também autor de outras novelas e séries para televisão, como Origens (1983), Cinzas (1992), Os Lobos (1998), Ajuste de Contas(2000), Ganância (2001), O Olhar da Serpente (2002), entre outras.

É um dos autores da canção "Oração" com que António Calvário venceu o primeiro Grande Prémio TV da Canção. Conquistou, por duas vezes, o Festival da Canção da Figueira da Foz, duas grandes Marchas de Lisboa (“Cantar Lisboa” , com Gonsalves Preto, Braga Santos e Correia Martins,( 1981) “Lisboa quem a vê” , com musica de Rui Serôdio (1995). Esteve no Festival internacional da Canção do Rio de Janeiro,em que Paula Ribas concorre com “Canção de Paz para todos nós” com poema de sua autoria composta por Jorge Costa Pinto; nas Olimpíadas da Canção, em Atenas, de novo com uma composição de Jorge Costa Pinto interpretada por Vitória Maria; ainda desta parceria foi a canção “Amar é vencer” com que Madalena Iglésias se apresentou no III Festival Internacional da Canção, 1968. (parcial de Wikipédia)

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