Economista
defende que Portugal deve ter uma posição de força na defesa dos interesses
nacionais
Foi
o economista que mais combateu a entrada no euro e é agora quem mais defende a
saída. João Ferreira do Amaral considera que a moeda única contraria a
existência de um Estado social e impõe normas desajustadas da realidade
económica de cada país. O professor universitário alerta que Portugal tem de
ter uma posição de força na defesa dos interesses nacionais.
Portugal
está a viver um intenso debate sobre a “espanholização” da banca. É um risco?
É
um assunto que deve ser visto com cuidado. É essencial termos um sistema
financeiro ao serviço da nossa economia. Quando se concentra muito num
determinado país, começa a haver algumas dúvidas.
O
que pode ser feito para contornar essa excessiva concentração de bancos em
acionistas espanhóis?
Se
mantivermos um banco público com a dimensão que tem a Caixa Geral de Depósitos,
esse risco está, de certa forma, minorado.
Mas
fala-se da necessidade de capital da CGD e de o Estado ter de abdicar de parte
da propriedade do banco.
Não
é boa solução. Ou é público ou é privado. Público com capital privado não
funciona. Se for necessário, o Estado deve reforçar o capital da CGD.
E
se houver constrangimentos europeus nesse domínio?
Portugal
deve insistir. Não há nada nos tratados que o impeça e Portugal deve defender
os seus interesses.
Fazer
um braço-de-ferro com Bruxelas?
Se
necessário. Não podemos à partida pensar que, por haver algumas restrições da
Direção-Geral da Concorrência, devemos deixar de defender os nossos interesses.
Temos de o fazer e temos armas para isso, como os outros países.
Historicamente,
Bruxelas não tem concordado com a posição do Estado nas empresas. Foi o caso
das golden shares.
Nas
golden shares ficámos excessivamente acomodados. Tínhamos possibilidade de
defender melhor a nossa posição. Não houve vontade interna. Essa coisa de
Bruxelas isto, Bruxelas aquilo, para mim, não é argumento, a não ser que haja
violações nítidas dos tratados.
Começou
esta semana a comissão de inquérito ao Banif. O ex-presidente do banco culpou o
Banco de Portugal e as eleições. Foi isso que acelerou a implementação da
resolução?
Não
sei se foi. Acho é que houve um fardo demasiado pesado para os contribuintes.
Atribuo uma boa parte da culpa às instituições comunitárias, que puseram o
governo num dilema em que qualquer uma das opções era má, péssima. Ou perdiam
os depositantes ou perdiam os contribuintes, e o governo optou pelos
contribuintes. Tem alguma razão para isso por causa da concentração dos
depositantes nas regiões autónomas. O mal foi as instituições comunitárias
terem posto o Banif na parede.
Foi
tudo muito rápido…
Como
tinha sido, aliás, o BES. Isto não é forma de funcionar. As instituições
comunitárias tomam decisões e pouco ou nada respondem, nem sequer pagam os
custos. Nós é que pagamos.
Estamos
a caminhar para um cenário em que os pequenos bancos tendem a desaparecer?
Diz-se
que é essa a intenção do Banco Central Europeu. Mas porque tem o país de pagar
essa ideia? Isso é fruto de não termos uma união monetária e de não termos um
banco central verdadeiramente central. Temos uma agência de um banco central.
Sente-se
defraudado com o processo de integração europeia?
Não
me sinto defraudado porque já sabia que ia dar nisto. A Comunidade Económica
Europeia era um bom projeto, fui a favor da nossa adesão e não estou nada
arrependido. Mas a partir da moeda única transformou-se num grande risco de
desagregação.
Vê
mais riscos hoje do que há um ano ou dois, quando a questão da Grécia estava
mais quente?
Quando
vi a forma como se reagiu à crise grega, em 2010, como infelizmente tinha
poucas expectativas, foi a confirmação de que não havia solidariedade
suficiente para manter um projeto tão ambicioso. A degradação vai sendo
progressiva até vermos no que dá.
É
por isso que continua a defender a saída do euro?
Não
temos futuro dentro da zona euro. Sou um adversário muito grande da moeda única
porque põe em causa três aspetos que, para mim, são fundamentais: a
independência nacional; a democracia, porque reduz brutalmente as opções de
política económica e social ao dispor de um país; e o próprio Estado social,
porque os seus maiores inimigos são o desemprego e a estagnação económica. Põe
em causa tudo o que, para mim, é valioso na política.
Portugal
foi dos mais prejudicados com a moeda única?
Sim.
Não tinha à partida condições para pertencer à zona euro. Aliás, é curioso, mas
isso sabia-se. Nós recebemos muito dinheiro na altura justamente para
contrabalançar as dificuldades que iríamos ter, o que mostra que foi uma opção
estratégica incompreensível.
Defendeu
várias vezes a necessidade de sair do euro de uma forma negociada. O desfecho
da situação grega não veio mostrar que isso não é possível?
A
questão grega teve um aspeto importante, que foi o reconhecimento por alguns
países, nomeadamente a Alemanha, de que seria possível um país sair. Para mim,
isso é importante. Também é importante para mim a negociação que o Reino Unido
fez recentemente, em que ficou na prática estabelecido que o euro não é a única
moeda na Europa. São coisas que ajudam. Mas, na Grécia, evidentemente que não
ia correr bem porque não prepararam uma saída. Não terem um cenário de
alternativa não iria correr bem. O governo grego ou o Syriza, ao saber que o
eleitorado não favorecia a saída, não se quis preparar para isso. E depois teve
de recuar.
E
acha que os portugueses querem sair do euro?
Há
hoje mais portugueses que querem do que no passado, claramente. Penso que ainda
não seja maioritário, mas os barómetros dão um maior ceticismo em relação ao
euro.
A
que atribui esse sentimento?
Houve
um grande choque que toda a gente sentiu, mesmo as pessoas mais distraídas em
relação à União Europeia – que, infelizmente, são a maior parte. Estávamos
habituados à ideia de que a União Europeia era um espaço em que nós estávamos
bem e em que nos ajudavam. No fundo, era uma grande ingenuidade, mas tínhamos
essa ideia. Quando foi o choque com a Grécia e depois connosco, houve muita
gente que finalmente compreendeu que a União Europeia, especialmente a zona
euro, não era um espaço adequado para estarmos lá. As pessoas só não são mais a
favor da saída porque têm medo das consequências, não é porque estejam
empenhadas nesse projeto.
Há
quem antecipe consequências quase dantescas com uma saída…
Cenários
desses há sempre. Tudo depende da solução política. Na altura da austeridade, a
pressão com esses cenários foi maior. As pessoas aceitam tudo para não terem a
suposta catástrofe que é a saída do euro.
Mas
podia não ser catastrófico?
Com
certeza. Se fosse catastrófico, eu não a defendia.
O
euro é então reversível?
Acabará
por ser, se calhar não da melhor maneira. É um projeto de uma densidade e
gravidade tal que deveria ter havido muito mais cuidado. Em Portugal, ter-se
bloqueado um referendo sobre a entrada no euro foi um desastre.
Na
altura, o resultado seria negativo?
Não
interessa. Até poderia ter sido favorável à entrada. Mas teria permitido que
durante o referendo se discutissem os riscos da entrada de Portugal na moeda
única.
E
devia haver agora um referendo para a saída?
Não.
Se não foi feito para a entrada, não deve haver para a saída. Se for útil,
faça--se, mas não há obrigatoriedade.
A
divisão da Europa entre o sul e o norte tem-se acentuado. Isso tem a ver com o
euro?
É
o drama que se estava a criar visivelmente com a introdução da moeda única e
que a crise veio espoletar. Há países que se dão bem e outros que se dão mal
dentro da zona euro. E havia a ideia de que os países que se dão bem pagariam
isso, mas eles não estão dispostos a pagar. Eu compreendo-os. A Alemanha tem os
seus interesses nacionais e usa a zona euro para os perseguir. Está bem
economicamente porque ganhou um peso enorme na decisão comunitária – muito
maior do que o seu peso específico levaria a crer. A Alemanha é o maior país,
mas não é assim tão diferente dos outros para ter o peso que hoje tem na
decisão comunitária. Ganhou tudo isso através da zona euro. É evidente que essa
divisão entre os que estão bem e os que estão mal irá aprofundar-se e pode ser
um motivo sério de desagregação da União.
Temos
agora a ameaça do Reino Unido.
Sim.
Se eu fosse inglês, seria a favor da saída, mas sendo português prefiro que o
Reino Unido esteja dentro. Com o Reino Unido, a UE já é o que é, e sem ele
seria um pesadelo. Apesar de não fazer parte da zona euro, o Reino Unido sempre
se opõe a algumas das piores coisas que há na União. E sem esse contrapeso
seria ainda pior.
Pode
haver um bloco contra a austeridade na Europa?
É
difícil, não estou a ver. A posição francesa seria essencial, e a França, a não
ser que mude muito, não está disposta a entrar em confronto com Alemanha sobre
esse tema. Tem preferido ceder a entrar em conflito. E através do seu estatuto
de grande país na Europa, tenta obter mais flexibilidade orçamental do que um
pequeno país como Portugal. Sem a França, não é possível existir esse bloco.
A
UE é uma construção contra o conflito entre a Alemanha e a França. Se houver
uma desagregação, não há o risco de essas tensões de décadas regressarem?
Infelizmente,
quer os movimentos fascistas de extrema-direita quer os ódios seculares ainda
aí estão. A UE era um projeto genial na sua conceção: evitar a guerra ligando
os países pelos seus interesses. Mas isso tinha o pressuposto de que todos os
países eram considerados iguais e que todos estavam bem dentro do espaço
comunitário. Quando, a partir da moeda única, se começou a diferenciar os
países, e como visivelmente havia muitos países que não se dariam bem dentro da
moeda única, o génio dos pais fundadores da integração europeia desapareceu.
Isto é uma situação muito perigosa que pode levar à desagregação e à emergência
de fenómenos que não estão anulados. É um risco muito grande para a Europa,
fruto de uma teimosia federalista de pôr a moeda ao serviço de uma utopia
política. Quando isso acontece, fica-se sem economia e sem utopia. A Europa
precisa urgentemente de refletir sobre uma mudança de rumo para retomar o que é
essencial, que é todos os países estarem bem dentro da União e que haja uma
igualdade razoável entre os países.
Para
isso teria de haver mais solidariedade?
Não
é preciso solidariedade, não estou a dizer que vamos pedir dinheiro emprestado.
Temos é de ter condições adequadas à nossa situação. A União sempre foi contra
a existência de regras diferenciadas. Quando se discutiu a política regional e
a moeda única, decidiu-se que os países que iriam ter mais impactos seriam
compensados com dinheiro. Foi a pior forma de o fazer, porque isso agrava
muitas vezes a periferização dos países. Teria sido preferível dizer que esses
países poderiam beneficiar de umas derrogações aqui e acolá. Foi o que fez a
EFTA. Quando entrámos na EFTA, como éramos um país pobre dentro de um grupo de
ricos, não nos deram dinheiro. Disseram-nos que tínhamos regras especiais por
sermos menos desenvolvidos e termos uma estrutura produtiva pobre. E foi
benéfico para todos. Normalmente, os grandes problemas da UE têm a ver com
políticas comuns únicas. A política agrícola comum causou enormes problemas nos
anos 70, em resultado de ser uma política cega, igual para todos. A política
monetária é a mesma coisa. É um espaço tão diferenciado que só em casos muito
especiais faz sentido ter uma política única. Mas não. O caminho é sempre
tentar centralizar as políticas. Agora inventaram a necessidade de termos uma
guarda costeira europeia. Amanhã será o exército e por aí fora, e isso acaba
por dar cabo da Europa, porque cria uma espécie de império europeu em Bruxelas,
guiado pela Alemanha.
E
com Portugal sempre na cauda de qualquer decisão…
Nós
sobrevivemos 900 anos por termos autonomia política. Se não a tivéssemos,
acontecia como o interior face ao litoral: desaparecia. Agora temos uma
autonomia política reduzidíssima e os resultados que estamos a ter da
periferização – emigração e outros problemas - são aquilo que se esperaria
nessas condições.
Os
partidos mais à esquerda defendem a saída do euro, mas é realista pensar que
pode haver abertura para isso do lado do governo?
A
questão dos bancos foi muito importante para aumentar o ceticismo das pessoas –
se nós não estivéssemos no euro, a solução para os bancos poderia não ser tão
penalizante como foi. Isso foi mais uma machadada no apoio à zona euro. Mas a
verdade é que nenhum dos problemas está resolvido, na Grécia muito menos, e
portanto vamos ter uma evolução com certeza atribulada dentro da Europa. E na
devida altura vamos ver como é que os partidos políticos reagem.
O
Orçamento do Estado já entrou em vigor e foi a primeira vez que os partidos à
esquerda se concertaram. O que achou das medidas aprovadas?
Não
são más. A estratégia geral do Orçamento aproveitou a margem de manobra do
petróleo baixo para fazer uma redistribuição, o que me parece bem. O OE tem
sido muito criticado por não ser amigo do crescimento, mas a verdade é que os
últimos Orçamentos não têm sido amigos do crescimento. Se este contribui para
uma melhor redistribuição do rendimento, então cumpre uma missão.
O
OE poderia apostar noutras medidas?
Dentro
das condicionantes da zona euro, é difícil. O que poderia fazer-se de muito
importante em termos de crescimento? Aumentar o investimento público? Já está
no patamar que é possível, face às condicionantes comunitárias. Dentro da zona
euro, não estou a ver nada que se pudesse fazer de muito excitante em termos de
crescimento económico.
Concorda
com a transferência dos impostos diretos para os indiretos?
Isso,
à partida, não seria positivo porque os diretos são mais justos do que os
indiretos – são progressivos. Mas dadas as circunstâncias e a baixa do
petróleo, até compreendo a solução.
O
que achou das negociações com Bruxelas que impuseram, grosso modo, mais mil
milhões de euros em austeridade?
As
negociações basearam-se numa ideia errada de que a zona euro sairá da crise com
austeridade e com reformas estruturais. Já se provou que isso não acontece. Não
se sabe bem o que são reformas estruturais, é um chavão com pouca consistência.
Como muitos economistas de todo o mundo têm chamado a atenção, como o próprio
G20 chama a atenção e o próprio Banco Central Europeu tem chamado a atenção, ou
a política orçamental dentro da zona euro muda ou então não se sairá disto. A
política monetária já chegou ao extremo, não pode fazer mais para estimular a
economia, o BCE já está a tomar medidas arriscadas.
Que
riscos são esses?
Não
sei bem – ninguém sabe muito bem. Não é que não tenha já havido experiências de
taxas de juro negativas, como no Japão. Não correram muito bem, mas também não
agravaram a situação. Se eu estivesse na posição de Mario Draghi, também teria
arriscado: a alternativa seria uma recessão e uma deflação ainda mais
pronunciadas. Mas não é saudável que isto continue por muito tempo. Não é
saudável que uma pessoa não tenha remuneração na poupança que faz nos bancos,
não é saudável que o sistema financeiro não tenha rendibilidade para funcionar.
Isto não poderá durar para sempre. Só faz sentido esta política se admitirmos
que a política orçamental muda no sentido de impulsionar a economia. Se a
Alemanha continua a opor-se a isso, estas medidas do BCE podem ser puras perdas
e gerar desequilíbrios que ninguém conhece bem.
Falta
então um estímulo orçamental.
Isso
já se sabe há décadas: a política monetária é útil para restringir a economia
quando ela está sobreaquecida, deve mudar no sentido expansionista, mas só por
si não garante a expansão da economia.
Faltaria
então um plano de investimento à escala europeia, mais ambicioso do que o plano
Juncker?
Sim.
E pura e simplesmente admitir que haja financiamento monetário de défices
públicos, como há nos EUA e no Reino Unido. O BCE já foi até ao limite do seu
mandato – até há quem ache que já o excedeu –, mas a zona euro devia acabar com
esse tabu. O BCE deveria comprar dívida pública diretamente aos Estados e
fazê-lo sem juros, se necessário.
Há
quem admita a possibilidade de serem usados instrumentos monetários pouco
convencionais, como a entrega de dinheiro diretamente aos consumidores.
Tentou-se
isso no Japão com vouchers para os consumidores gastarem, mas também não deu
grande resultado. Mau não será, mas também não deu grande resultado. Então se
se pode fazer isso, porque não se pode utilizar o financiamento monetário, que
é mais eficaz? O problema a que estamos a assistir na zona euro é político, de
poder.
Voltando
ao Orçamento, acha que será necessário um plano B, como tem insistido a
Comissão Europeia?
Já
houve vários planos B no passado. Claro que, se isto correr muito mal, terão de
ser tomadas algumas medidas. Mas neste momento não vejo razão para isso. Não
vejo razões para temer um grande descontrolo orçamental.
Mas
se ocorrer, aí será preciso avançar com medidas.
Aí
seria mais difícil evitá-las porque já haveria uma violação de um tratado – ou
o que pode ser entendido como uma violação, embora não seja um tratado europeu.
A posição negocial nesse cenário é com certeza mais difícil. A argumentação
terá de ser que não é possível fazer esforços mais razoáveis do que aqueles que
já são feitos.
Se
forem necessárias mais medidas, quais deveriam ser implementadas?
Depende
do montante que fosse necessário. Se fosse pequeno, que permitisse fazer pelo
lado da despesa, seria preferível. Se fosse um montante tão grande que só a
despesa não fosse suficiente, então teria de se aumentar algum imposto.
Isso
não poria em risco o entendimento entre os partidos?
Evidentemente,
e o acordo é que suporta o governo.
Acredita
na estabilidade desta solução governativa? É para se manter?
Não
faço ideia. Estamos naquela situação de viver um dia de cada vez. Aqui, é mais
viver cada Orçamento de cada vez. O momento principal para saber se o acordo
está sólido é a produção e aprovação de cada Orçamento.
Para
já tem dado sinais de estabilidade.
Mais
do que muita gente previa. Eu próprio admitia que seria mais difícil. O
primeiro-ministro tem demonstrado uma grande capacidade de negociação.
Como
olha para estes entendimentos, tendo em conta o histórico do país desde o 25 de
abril?
Foi
surpreendente. Era um cenário que eu não previa, mais por causa do PS do que
pelos outros partidos. Não foi só nos outros partidos que as coisas mudaram,
foi no PS também. Vejo alguns sinais de uma posição diferente da habitual face
às instituições europeias. Não mudou o essencial do que o PS tem defendido, mas
a postura nas negociações na UE. Considerei positivo, como sinal, que neste
retomar dos feriados o primeiro-ministro tenha feito uma sessão para enfatizar
a independência nacional no feriado do 1º de dezembro. É um sinal de que
devemos ter um novo entendimento face à nossa posição na Europa.
No
novo Presidente da República vê a sensibilidade para um confronto com a UE?
Tenho
grande simpatia pessoal pelo prof. Marcelo Rebelo de Sousa, mas não gostei de o
ver dizer que iria trabalhar para reconciliar os portugueses com as
instituições comunitárias. Cheirou-me muito mal. Parece-me que o governo não
tem tido essa posição.
Pode
haver aí divergências…
Talvez
não. Pode ser que esteja a interpretar mal. Ainda não tive a oportunidade de
lhe perguntar o que significa aquilo.
Já
consegue avaliar o trabalho do ministro das Finanças?
É
cedo. Tenho boa impressão dele, é meu colega na instituição de investigação,
mas só em 2017 se poderá avaliar como correu o Orçamento. Estas negociações
devem ter sido muito difíceis. A Comissão não atuou bem, porque começou a
mandar coisas cá para fora quando ainda não estavam fechadas, e o ministro
portou-se bem.
João
Madeira / Sónia Peres Pinto – jornal i
Sem comentários:
Enviar um comentário