Três
homens foram baleados mortalmente no sábado (09) na cidade da Beira, capital da
província de Sofala. Um deles era membro sénior do partido Renamo e membro do
Conselho Nacional de Defesa e Segurança do Estado moçambicano.
A
caminho de uma missão do partido em Sofala, José Manuel tinha acabado de
aterrar no Aeroporto Internacional da Beira, vindo de Maputo, com um
acompanhante, pastor numa igreja. Pouco depois de aterrarem, pediram o serviço
de um táxi-moto ("txopela"), para os transportarem até ao centro da
cidade.
A
cerca de 200 metros do aeroporto, três homens portadores de armas de fogo
abordaram o veículo. José Manuel e o motorista terão morrido no local; o
segundo ocupante perdeu a vida a caminho do Hospital Central da Beira.
“Ligaram-lhe
[ao motorista] às 22 horas para ir buscar um passageiro ao aeroporto. Depois de
apanhar o passageiro, foram baleados logo que chegaram a esta zona. Daí só sei
que o meu irmão morreu”, conta o irmão do motorista, que lamenta ainda a
“demora na remoção dos corpos”.
Polícia
sem pistas sobre os atiradores
O
tiroteio aconteceu por volta das 23h30m. O porta-voz da polícia em Sofala,
Daniel Macuacua, afirmou esta segunda-feira (11.04.) em conferência de imprensa
que um processo foi aberto contra desconhecidos. “A polícia da 9.ª esquadra, no
bairro do Aeroporto, foi chamada para atender ao caso de homicídio voluntário
que aconteceu na via pública”, afirmou o porta-voz da polícia.
Macuacua
adiantou ainda que a Polícia continua “diligenciando para encontrar os autores
deste crime, para a posterior responsabilização. Os autos foram lavrados,
retratando todos os factos constatados no terreno”.
O
maior partido da oposição moçambicana lamenta o assassinato do membro do seu
partido. António Muchanga, porta-voz do partido Renamo, declarou à imprensa que
o incidente está em linha com uma alegada operação de perseguição e execuções
de membros do partido de oposição. “Tomámos conhecimento de que o nosso colega
foi crivado de balas, quando saía do aeroporto para a cidade na Beira”, afirmou
Muchanga, que espera que o Conselho Nacional de Defesa e Segurança de
Moçambique “e a polícia esclareçam a morte do nosso colega”.
Em
Janeiro, Manuel Bissopo, secretário-geral da RENAMO, também foi baleado na
cidade da Beira. O incidente continua por esclarecer.
Este
crime envolvendo um alto dirigente do partido Renamo aconteceu no mesmo dia em
que dirigentes políticos, incluindo o chefe de Estado, Filipe Nyusi, e
religiosos moçambicanos clamaram pela paz e reconciliação dos dois partidos.
As
declarações foram feitas durante as exéquias fúnebres de Jaime Gonçalves,
arcebispo emérito da Beira e mediador católico dos acordos de Roma, em 1992,
que selaram 16 anos de guerra civil.
Os
conflitos entre o Governo e o principal partido da oposição intensificaram-se
nos últimos meses. No final de março chegou ao fim o prazo dado pelo partido
Renamo para governar à força nas seis províncias onde reivindica vitória nas eleições
gerais de 2014.
@Verdade
– Deutsche Welle
Sem comentários:
Enviar um comentário