O
líder do PAIGC, partido vencedor das últimas eleições legislativas na
Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, acusou no sábado o Presidente do país de
ter faltado aos deveres constitucionais no ato da nomeação de um novo
primeiro-ministro.
Em
declarações aos jornalistas momentos após a sua chegada a Bissau vindo do
Senegal - onde se reuniu com o Presidente daquele país -, Simões Pereira acusou
José Mário Vaz de ter "imposto" Baciro Dja para o cargo de
primeiro-ministro, "sem respeitar os ditames constitucionais".
Para
o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o
Presidente guineense não só alterou a lógica, ao propor ao Partido da Renovação
Social (PRS), segundo mais votado nas ultimas eleições, que indique o primeiro-ministro,
como também não observou o que recomenda a Constituição do país.
Domingos
Simões Pereira disse ter sido informado sobre de que, alegadamente, José Mário
Vaz não ter auscultado os partidos com representação parlamentar e o Conselho
de Estado sobre o nome de Baciro Dja para o cargo de primeiro-ministro, o que
diz ser ilegal.
"Estamos
perante uma tentativa de forçar [a nomeação], de forma abusiva, ilegal,
inconstitucional", considerou Simões Pereira, que promete compreender
melhor o que se passou antes de José Mário Vaz nomear Baciro Dja como
primeiro-ministro.
O
líder do PAIGC não foi taxativo sobre se o partido irá avançar para os
tribunais pedindo a fiscalização da decisão do Presidente guineense, mas
lembrou que o poder judicial existe para fazer respeitar as leis do país.
Apenas
disse ser solidário com os membros do governo demitido pelo chefe de Estado que
se mantêm na sede do executivo desde quinta-feira por discordarem da decisão de
José Mário Vaz.
"Vou
saudar o facto de, responsavelmente, o Governo [demitido] continuar a garantir
a gestão da coisa pública", afirmou, Simões Pereira, que promete
deslocar-se pessoalmente ao palácio do Governo, no Bairro de Brá.
Sobre
a sua deslocação ao Senegal e à Guiné-Conacri, o líder do PAIGC disse ter sido
convidado pelos presidentes daqueles países para lhes explicar qual a
perspetiva do partido vencedor das últimas eleições na Guiné-Bissau perante a
crise no país.
MB
// FV – Lusa
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