Opera
Mundi, São Paulo
Cerca
de 30 membros do Parlamento Europeu afirmam que governo interino no Brasil
'carece de legitimidade democrática' e pedem suspensão das negociações entre os
blocos
Cerca
de 30 deputados do Parlamento Europeu enviaram nesta sexta-feira (27/05) um
pedido para que a União Europeia suspenda todas as negociações com o Mercosul
devido à “falta de legitimidade” do atual governo brasileiro, liderado pelo
vice-presidente no exercício da Presidência, Michel Temer.
“Consideramos
que o governo brasileiro instalado após o impeachment carece de legitimidade
democrática e, portanto, pedimos a suspensão das negociações UE – Mercosul”,
diz o documento assinado por 27 eurodeputados de diversos partidos e países da
Europa e enviado a Federica Mogherini, Alta Representante da União Europeia
para a Política Externa. Segundo o site Sputnik News, no domingo (29/05) a
proposta já contava com o endosso de 36 dos cerca de 700 eurodeputados.
“O
acordo comercial com o Mercosul”, argumentam os eurodeputados, “não só se
limita a bens industriais ou agrícolas, mas inclui outros afastados como
serviços, licitação pública ou propriedade intelectual. Por isso, é
extremamente necessário que todos os atores implicados nas negociações tenham a
máxima legitimidade democrática: a das urnas”.
“Tendo
em vista a situação política no Brasil, temos dúvidas de que este processo tem
a legitimidade democrática necessária para um acordo de tal magnitude”, diz o
texto em referência ao afastamento da presidente brasileira, Dilma Rousseff, em
decorrência do processo de impeachment contra ela que tramita no Senado.
Os
eurodeputados afirmam que não há acusação de crime que justifique o afastamento
de Dilma e classificam o processo de impeachment de “ruptura institucional”.
Eles dizem “compartilhar a preocupação expressada também pelo secretário-geral
da Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela Unasul sobre a severa
situação na qual Dilma Rousseff foi condenada por um Congresso doente de
corrupção e claramente orientado por obscuras intenções” e pedem que a União
Europeia dê “total apoio para a restauração da ordem democrática no Brasil”.
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