Leopoldo Baio, Luanda
Esta
é a pergunta que vale milhares de Dólares Americanos e pode não se calar nas
expressões de muitos seres pensantes, porque formatados pela lógica da
Democracia Representativa Americana exportada para o mundo como o modelo mais
bem acabado do exercício do “Poder Popular”, aliás a Democracia é exatamente
isso, uma outra versão do Comunismo; olvidaram-se da simples lógica dos
interesses globais da Aristocracia Financeira Mundial enraizada na dicotomia
republicano-democrata do poder Americano.
Uma
lógica que assenta nos interesses financeiros de dois lobbies: o Democrata,
ligado aos minerais e o Republicano ao petróleo e à Indústria Armamentista.
Aliás foi essa a lógica que defendi em 2004, em Havana-Cuba, quando em
companhia do meu amigo “Martinho Júnior”, participamos como convidados ao III
Encontro Internacional de Correspondentes de Guerra.
Na
altura, sob o olhar incrédulo de personalidades jornalísticas de várias
latitudes do mundo, defendíamos que a lógica do poder americano não nos
aconselhava a dar como certa uma vitória do democrata John Kerr, naquela fase
em que a Indústria Armamentista alimentava a guerra do petróleo no Iraque.
Uma
análise que se apresentava contrária às sondagens, que, com menos de 30 dias
para as eleições americanas que conduziram George W Bush para o seu segundo
mandato, muito por conta da famosa votação na Florida onde seu irmão era
Governador, dava clara vantagem ao candidato democrata.
Incompreendidos
na altura, tal intervenção valeu-nos um convite para dissertar sobre o assunto
no programa Mesa Redonda, da Televisão Cubana (com considerável audiência em
Miami), porque o tema por nós proposto “As Guerras Esquecidas de Africa”
expunha duas análises sistémicas das intensidades dos conflitos mundiais
conforme Democratas ou Republicanos estivessem no poder nos Estados Unidos da
América, assistindo-se ao empoderamento do loobie dos minerais dos democratas e
consequente baixa de intensidade dos conflitos entre o Israel e a Palestina, a
ascensão e estabilidade de países cuja economia assenta na exploração de
minerais (realce-se a África Sub-sariana com a África do Sul na base da
pirâmide) e consequente valorização no mercado dos produtos minerais, enquanto
que com os republicanos são notórios o aumento de conflitos em zonas
estratégicas de produção de petróleo, satisfazendo, por arrasto, a Indústria do
Armamento.
Se
esses fortes interesses reelegeram “fraudulentamente” Bush, não nos estranha
que o venham a fazer nestas eleições com Donald Trump, porque na lógica da
américa “rural” onde os negócios se sobrepõem à política (política é isso
mesmo), não é crível que se percam mais cinco anos sem lucros para a Indústria
do armamento, que se alimenta dos conflitos normalmente ateados pelos
republicanos e do petróleo, cujo peço tende a subir em função dos interesses
conexos.
Estando
o cenário montado, com o Director do FBI (um Jurista Republicano) a despoletar
a famosa surpresa de Outubro, baseada na reabertura das investigações ao caso
dos emails da candidata Hilary Clinton a menos de dez dias das eleições, as
incertezas e as dúvidas podem proporcionar mais uma fraude, em que se
converteram todas as eleições americanas, porquanto não se pautam pela lógica
de um homem – um voto remetendo as decisões para os chamados Colégios
Eleitorais, que, verdade se diga, são pouco escrutináveis.
Aqui
chegados, discordando com os que defendem ser a democracia americana o
processo mais bem acabado do exercício do “poder popular” e de soberania, mesmo
com os contrapoderes corporizados no denominado chek Balance, não acredito que
a vitória da senhora Clinton esteja garantida.
As
eleições nos Estados Unidos vão ser, certamente, uma verdadeira TRAMPAGEM.
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