quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A ATD DENUNCIA O “REVIVALISMO PIDESCO” DO FILÓSOFO DE SALÃO CARLOS PACHECO!




Sem esgotar o tema, com fundamento nas investigações históricas que tem levado minuciosa e pacientemente a cabo durante anos de aturado trabalho no âmbito da ATD, o camarada Paulo Lara coloca a nu muitas das falibilidades que incorre Carlos Pacheco, que em pleno século XXI não encontrou melhor forma de se afirmar senão assumindo o caminho dum “revivalismo pidesco”.

Do desmascaramento dessas falibilidades encarrega-se o camarada Paulo Lara, que teve a hombridade de só o fazer depois de ler os dois tomos de Carlos Pacheco e sem esgotar a possibilidade de confrontar os dados, tal a quantidade de falências…

Haverá muitas conclusões a tirar do desperdício de que dá mostra Carlos Pacheco, mas decerto que interessa realçar estas duas:

- O leque de ideologias correntes que se permitem integrar, em tempo oportuno, este tipo de“revivalismos”, (o de Savimbi está também em curso);

- A quem, utilizando esses desvarios ideológicos, quantas vezes alienantes, interessa tirar partido deles (e das razões por que o fazem), dentro e fora do território angolano, ainda que em muitos casos subvertam os factos em completo desabono da verdade;

- Como está a ser forjada, por quem tutela o poder da terapia neoliberal, a contradição entre o leque ideológico que compõe a agitada antítese que se vai forjando e a tão fragilizada tese assumida pelo MPLA.

O que a terapia neoliberal trouxe para Angola após 2002 está hoje disponível a “revivalismos” com fortes raízes nos tempos coloniais, algo que é sintomático: quanto aquilo que foi um dia utilizado no passado colonial pela inteligência colonial, está a partir dele disponível àqueles que estão na disposição neocolonial?

“Revivalismo” algum, num momento como este, acontece por acaso!  
  
Foto do camarada Paulo Lara no Novo Jornal de 31 de Julho de 2016.


REPENSAR O PÁGINA GLOBAL OU ACABAR



Ao longo dos anos amadurecemos e caímos devido à falta de sustentabilidade. A fruta cai das árvores de tão madura que fica, apodrece e morre. Temo que assim esteja a acontecer com o Página Global. Essa será uma conversa, uma auscultação a fazer obrigatóriamente com o coletivo que vem sustentando o PG, ou a PG - como preferirem.

O que há a fazer com o coletivo não invalida que aqui não seja exposto para os (poucos) que ainda nos visitam e com a sua presença passam a ser motivo de continuarmos com o PG. É evidente que se não nos visitarem, se não nos lerem, se não comunicarmos, esvaem-se as razões para o PG existir.

Todo este preâmbulo para tecer considerações pela quebra de visitantes, de leitores do PG. Razão mais que suficiente para perguntar se devemos continuar e como devemos continuar. Ou simplesmente devemos fechar o PG?

Poderá parecer uma decisão simples independentemente da decisão que vier a ser tomada, porém, para quem quotidianamente dá algumas horas a esta carolice não se torna tão simples como possa parecer.

Há factos indesmentíveis que devem ser equacionados. A realidade é que ao longo dos anos, desde Abril de 2011, o PG veio crescendo e atingiu uma média de mais de 10 mil visitas diárias. Não é por acaso que soma mais de  quatro milhões e meio de visitas neste cinco anos de existência.

De há algum tempo a esta data os números de interessados em visitar e ler o PG diminuiu de um modo impressionante e atualmente quando chega aos 3 mil visitantes é um luxo. A média atual anda pelos 2 mil ou até um pouco menos. Porquê? O que fazer para conquistar mais interessados no PG? A carolice de manter o PG justifica-se? É o que temos de conversar com o coletivo e de certo modo perguntar aos que ainda estão connosco.

É sabido que neste período de férias as visitas decaem, assim como aos fins-de-semana. Mas no PG nunca atingiram números tão baixos - a não ser mesmo no inicio de existir.

Como melhorar e despertar o interesse dos leitores? O que deve ser compilado? O que deve ser escrito em forma de análise e/ou opinião?

Vamos deixar passar este período de férias e ver o que acontece. Em conformidade com a realidade do futuro próximo o PG deve ser repensado ou acabar, assim é que não é compensatório do esforço coletivo e pessoal que requer.

Um abraço para os que ainda nos visitam. E obrigado.

Mário Motta / PG

FOI EM SETEMBRO QUE TE CONHECI



Miguel Guedes* - Jornal de Notícias, opinião

A robustez e inteligência táctica da geringonça está a transformar-se numa tragédia para a Direita portuguesa. À entrada de Agosto, PSD e CDS-PP falharam todas as metas de apocalipse e todas as suas alucinações de fé pela derrocada de um governo sustentado por forças políticas que nunca se haviam habituado a tratar por tu diariamente. À Direita sobrava aquela esperança cínica - feita certeza - de que as forças do mal internas se encarregariam de implodir em poucos meses um acordo que sempre foi alvo de escárnio, maldizer e desdém pelas habituais antenas do sistema. Ei-los agora, tentaculares, à espera do Diabo em Setembro.

Após alguns meses e perante os sinais de saúde da coligação parlamentar, a Direita fez emigrar a sua esperança: se o Governo não se desmancha por dentro, abanaria pelas notícias de fora. Transferiu e depositou toda a sua esperança para os amigos europeus, salivando por sanções, multas e palmadas de régua e pouco esquadro da União Europeia (UE). Já não seria o Orçamento do Estado que abriria as fendas, seriam as vírgulas do défice a remexer nas chagas. Mas nada disso aconteceu. Lutaram por sanções. Tentaram agarrar-se à tábua enquanto esperavam pelo nadador-salvador. Mas nada disso aconteceu. E, entretanto, nem a liderança de Passos Coelho convence nem a de Assunção Cristas se afirma. A coligação reforça-se e cerra os dentes. É o que acontece, muitas vezes, a quem deseja a infelicidade dos outros para fazer o seu caminho: o beco sem saída é cada vez mais a estrada larga da Direita portuguesa.

Todos os movimentos da oposição os capacitam mais como relicários dos interesses particulares do que como referenciais do interesse nacional. Esperemos por Setembro para perceber se a Direita portuguesa tem menos capacidade de autocrítica do que o sacrossanto FMI. Se Passos e Cristas insistirem na estratégia de culpabilização nacional e na defesa de sanções europeias, dificilmente sustentarão as suas lideranças. Não será defensável, nem compreensível. Se tudo apostarem na suspensão dos fundos estruturais para Portugal, admitem a falência de qualquer projecto de progresso para o país.

É quase um programa de novas oportunidades para a Direita portuguesa. Não emigrem. Façam tudo cá dentro. Se temos "nas mãos o calor de Agosto", como na canção que Victor Espadinha celebrizou, será em Setembro que os conheceremos verdadeiramente. O tempo verbal não é arbitrário: se foi passado ou se será futuro. Não abunda a esperança nesta Direita-bagunça que faz das imperfeições da geringonça a sua força motriz. GPS para Agosto e auspício estival: a canção lembrava que "tudo são recordações" e acrescentava de imediato como "é triste viver de ilusões". Não são muitas.

* Músico e advogado – Imagem: Geringonça, HenriCartoon

Portugal. PROFISSIONAIS DE SAÚDE NÃO DECLARARAM 25 MILHÕES AO FISCO



Médicos já receberam mais patrocínios em seis meses do que em todo o ano passado

O registo dos patrocínios da indústria farmacêutica é obrigatório e público. Apesar disso, muitos dos beneficiados não declaram os valores recebidos.

Estão a aumentar os patrocínios da indústria farmacêutica aos profissionais de saúde, sobretudo aos médicos. Só no primeiro semestre deste ano, esses patrocínios ultrapassam os 35 milhões de euros - mais 7 milhões que o registado ao longo de todo o ano de 2015.

O registo de quem financia e de quem recebe é obrigatório e pode ser consultado por qualquer pessoa no Portal da Transparência, na Internet, mas segundo o Instituto da Farmácia e do Medicamento (INFARMED), continua a haver grande discrepância entre os valores declarados.

Quadro 1: Beneficiados por patrocínios


Quadro 2: Patrocinadores



Este ano foram atribuídos mais de 36 milhões em patrocínios, no entanto, do lado de quem recebe (sobretudo médicos mas também enfermeiros, farmacêuticos e entidades de saúde) há apenas registo da entrada de 11 milhões. Quer isto dizer que alguém recebeu 25 milhões e não os declarou como deveria.

Dora Pires - TSF - Título PG

Portugal. NOVO DECRETO SOBRE O IMI INTRODUZ “JUSTIÇA SOCIAL”



O porta-voz do PS João Galamba considerou hoje que a alteração ao Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) agora concretizada introduz "justiça fiscal", porque permite aproximar a tributação ao valor de mercado da casa.

"O que estamos aqui a falar é de um pequeno item de 13 que passa a ter uma ponderação mais elevada do que tinha e esta ponderação funda-se em critérios de justiça, ninguém compreende que uma senhora que vive numa cave e outra que vive no último andar com uma vista fabulosa de Lisboa paguem exatamente o mesmo IMI. Só por estarem no mesmo prédio, as casas são diferentes, têm valor de mercado diferente", afirmou João Galamba, em declarações à agência Lusa.

O decreto-lei n.º41/2016, publicado hoje, introduz uma alteração ao Código do Imposto Municipal sobre Imóveis, no coeficiente de localização e operacionalidade relativas', um dos elementos que influenciam (aumentando ou diminuindo) o coeficiente de qualidade e conforto, que é tido em conta no cálculo do valor patrimonial tributário, base à qual é aplicada a taxa de IMI.

O diploma define agora que o coeficiente de 'localização e operacionalidade relativas' possa ser aumentado até 20% ou diminuído até 10%, caso fatores como a exposição solar, o piso ou a qualidade ambiental sejam considerados positivos ou negativos.

Até aqui, o código do IMI previa que o coeficiente de 'localização e operacionalidade relativas' tivesse uma ponderação máxima de 5% - o que significava que estes elementos podiam aumentar ou diminuir o coeficiente até esse valor.

Rejeitando que se trate de um aumento de impostos, o porta-voz socialista explicou que o decreto-lei resulta de uma autorização legislativa que foi concedida no Orçamento do Estado para 2016, documento onde também se baixou a taxa máxima do IMI e foi criada a cláusula de salvaguarda permanente que protege as famílias de aumentos excessivos daquele imposto.

"Decidiu-se, e bem, fazer uma majoração de um critério que já existe - hoje há 13 critérios qualitativos para avaliar a casa e para aplicação da taxa de IMI - há 13 critérios e decidiu-se apenas majorar um deles, que é aquele que distingue as casas pela sua localização quer num determinado concelho, quer num determinado prédio", vincou o deputado socialista, insistindo que uma casa numa zona menos valorizada da cidade pagará menos IMI, enquanto uma casa numa zona mais valorizada pagará relativamente mais.

Questionado sobre o anúncio do PSD de pedir a apreciação parlamentar do decreto-lei, João Galamba respondeu que é "um pouco estranho" ver os sociais-democratas a quererem decidir sobre este "alegado aumento de impostos", depois de no parlamento não terem votado a favor nem da redução da taxa máxima do IMI, nem da introdução da cláusula de salvaguarda permanente que protege as famílias de aumentos excessivos do imposto.

"O que estamos aqui a falar não é de nenhum aumento de impostos", frisou, reiterando que o que está em causa é apenas um item de avaliação que já existe e que, desta forma, se introduz "justiça no sistema".

"Uma casa no Chiado não vale a mesma coisa que uma casa nos arredores de Lisboa", acrescentou.

Interrogado sobre a posição que PCP e BE poderão tomar, o porta-voz socialista voltou a recordar que no Orçamento do Estado para 2016 a taxa máxima de IMI baixou por proposta dos comunistas e que a introdução da cláusula de salvaguarda era "uma bandeira de todos os partidos de esquerda que foi finalmente viabilizada".

Lusa, em Notícias ao Minuto

Portugal. MINISTÉRIO DA SAÚDE GARANTE QUE NÃO VAI PRIVATIZAR ADSE



O Ministério da Saúde garantiu hoje que a ADSE não será privatizada e que a preocupação central será a sua sustentabilidade, na sequência de um relatório que defende a transformação desta entidade em "pessoa coletiva de direito privado".

"Cumpre reafirmar que, em nenhum momento, serão apresentadas quaisquer medidas que tenham como objetivo a privatização total ou parcial da ADSE. Importa acima de tudo reafirmar a preocupação central com a sustentabilidade da ADSE reforçando os mecanismos de estabilidade e de confiança que cumpram as legítimas expectativas do conjunto dos seus beneficiários", afirma o Ministério da Saúde em comunicado.

A posição da tutela surge na sequência da divulgação, na terça-feira, do relatório final da Comissão de reforma da ADSE (Assistência na Doença aos Servidores do Estado), que defende que "a nova entidade deverá ser pessoa coletiva de direito privado, de tipo associativo, sem fins lucrativos e de utilidade pública administrativa".

O Ministério da Saúde explica que, em nome das responsabilidades públicas e da transparência, entendeu divulgar publicamente o relatório, mas sublinha que as suas conclusões representam apenas "as visões dos membros que a integram" e "não refletem necessariamente as visões do Ministério da Saúde ou de qualquer das instituições com que os membros da Comissão se encontrem afiliados."

Ao ministério de Adalberto Campos Fernandes, cabe agora elaborar uma proposta de procedimento legislativo que tenha em conta o dever de cumprimento dos compromissos inscritos no seu programa.

Nesse procedimento legislativo, serão tidos em conta todos os documentos produzidos - nomeadamente este, o da Entidade Reguladora da Saúde e o do Tribunal de Contas - bem como os contributos dos parceiros sociais, em particular das estruturas sindicais representativas dos trabalhadores da Administração Pública.

Lusa, em Notícias ao Minuto

O SOL QUANDO NASCE NÃO É PARA TODOS. PAGUEM E NÃO BUFEM!



É costume dizer-se que o sol quando nasce é para todos. A realidade mostra o contrário. Não é para todos. Devia de ser, mas não é. Quem reside numa cave pode dizer que o sol nasceu mas não para ele ou para ela, a casa, a família. Vai daí e o governo criou diferenciações (mais?) no IMI. Quem morar numa cave paga menos IMI que os que moram nos andares acima. De certo modo é justo. Mais justo seria não se ter de pagar impostos por causa dessas minudências. Mas a vida anda e está assim. Só temos que lhe dar a volta. Isso obrigaria a uma revolução e a classe média, média alta e os das fortunas não estão para isso. Principalmente os da classe média andam quase todos a tentar agarrar o pote de ouro que lhes meteram na cabeça ser possível e que para isso têm de trabalhar mais, muito mais. Que têm de se sujeitar. De sofrer. E que assim um dia conseguirão o pote de ouro. O tanas. Nunca alguém enriqueceu a trabalhar.

Voltando ao sol e ao IMI. Ao que podemos apurar não sabemos pormenores das alterações inclusas no IMI (a maioria ainda não sabe). Vamos esperar e ver como a “cena” acaba na sua resolução final. O que não podemos é fiar-nos nos órgãos de comunicação social que estão a fazer o serviço aos poderosos para desgastar o governo e em vez de esclarecerem andam a gerar muita confusão. Ao que parece foi o que aprenderam nas universidades. E andámos nós (contribuintes) a pagar para eles serem doutores daquele jaez. Em certos casos evidentes o objetivo é deformar, manipular… Informar corretamente, com isenção, é que não. Afinal têm de agradar aos patrões e assegurar os seus estatutos de vendidos e lambe-botas. Que se lixe o real e merecido mérito profissional. Para alguns (demasiados) os valores atuais estão como estão, uma choldra.

Vamos esperar para ver, sobre este imposto do sol ou sombra. Vamos eliminar o “ruído” que estão a provocar à volta disso. Depois é só… fazer as contas – como disse António Guterres. Então, provavelmente, poderemos dizer com justiça e ser uma flagrante evidência, que o sol quando nasce não é para todos. Sendo assim paguem e não bufem!

Bom dia. Está calor, vão pela sombra.

Mário Motta / PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Luísa Meireles - Expresso

Sol e silly season

É costume no Verão associar a falta de notícias ao aumento do número das que caem no lote das chamadas “notícias ligeiras” e, pelos vistos, este ano, a silly season também atacou o Governo.

Digo isto por causa de um decreto-lei que ontem entrou em vigor e que determina o agravamento de um critério de ponderação (da “localização e operacionalidade relativas”) que compõe o IMI(Imposto Municipal sobre Imóveis) e que logo concitou reações de todos os quadrantes e já subiu ao nível político. Toda a vida ouvi dizer que “casa onde não entra o Sol entra o médico”, mas agora parece que isso é defeito... ou imposto. Não sei como vão considerar este efeito solar (qual é o “melhor” Sol, o da casa virada a nascente ou poente?) mas, a mim, soa-me a imposto “silly”, de tonto mesmo, não de ligeiro.

Bem sei que o Governo justifica que é em nome de uma maior justiça social, que a nova ponderação visa aproximar os impostos do valores de mecado e que o PS explica, naturalmente, que uma casa na cave não pode pagar o mesmo que um último andar com vista esplêndida (é o que diz o João Galamba), mas será mesmo preciso dar cabo daquilo que nos faz escolher uma casa em vez de outra? O Sol? Porquê escolher esse argumento? A culpa será mesmo do Sol? Se calhar é, e embora haja uma série de ressalvas (casas novas, requalificação de antigas), a verdade é que à boleia do mal estar que gerou, o PSD já anunciou que pretende levar o decreto-lei a votos no Parlamento, no que é acompanhado pelo CDS, enquanto o PCP critica o PSD por estar a fazer uma caricatura da lei (o que não está longe da verdade) e o BE considera que se for para maior justiça social, ok.

Com tudo isto, só me ocorre recomendar a leitura deste artigo do Adriano Nobre, que lembra que “a reputação internacional” de Portugal subiu no ranking, entre outras coisas, devido à nossa qualidade de vida. Não duvido que o Sol tem muito a ver com isso. Mas, por favor, não a arruínem!

A propósito, o Governo está a propor que as comunidades intermunicipais sejam resposáveis pela cobrança de impostos municipais (lamento, mas só para assinantes), como o IMI ou o IUC (circulação).

OUTRAS NOTÍCIAS

Em contrapartida, o Governo parece ter acertado ao propor a baixa dos valores dos contratos por ajuste direto. Para bens e serviços até 20 mil euros e para empreitadas até 30 mil. Os limites atuais são de 75 mil euros nos contratos para a aquisição de bens e serviços e 150 mil para empreitadas. Trata-se de uma revisão do Código dos Contratos Públicos.

A guerra do Ministério da Educação com os colégios privadosnão diminui, pelo contrário, conheceu um novo pico com o incidente suscitado pelo Ministério da Educação, que pediu o afastamento de um juiz por falta de imparcialidade, por este em tempos ter posto uma ação contra o Estado relativa ao mesmo assunto. O Tribunal chumbou a pretensão do Ministério, mas nós aqui no Expresso resolvemos olhar para o assunto e ouvir diversas opiniões. Adivinhe: dividem-se, claro!

Hoje é também o dia em que o Presidente da República chega ao Brasil para uma visita, que inclui encontros com a comunidade portuguesa e abertura dos Jogos Olímpicos (sexta-feira) mas não reuniões com entidades oficiais. O Presidente tem lá o filho e esta é a sua oitava visita ao estrangeiro, desde que iniciou o seu mandato, em março. Em setembro é a vez do Primeiro-ministro lá ir, para os Paralímpicos e em Novembro voltarão os dois, para a cimeira da CPLP.

Atenção ao sítio onde manifesta a sua intenção de voto. Se tem facebook, então é melhor reservar-se. A queixa chegou à Comissão Nacional de Eleições e esta achou mesmo que há ilícito. Houve cinco pessoas processadas e uma das que levou uma reprimenda foi o deputado pelo PSD Carlos Abreu Amorim.. Por isso para a próxima, seja discreto.

Um relatório de peritos diz que a ADSE deve ser aberta a trabalhadores com contrato a prazo e deve transformar-se num associação sem fins lucrativos. Se quiser ler as principais conclusões, clique aqui.

Se é um daqueles proprietários que aproveitou a onda dos arrendamentos temporários, preste atenção: O Governo vai começar a legislar (previno, só para assinantes, mas fica a dica para se informar melhor) a partir de setembro sobre o assunto e quer obrigar os proprietários de muitos imóveis para arrendar a turistas, que reservem uma parte para as rendas normais, quer dizer, de longa duração. Faz sentido, olhando para certas zonas da cidade.

Entretanto, dê uma espreitadela a esta nova série da Visão. Nós lá fora. São 22 portugueses, em 22 países que contam as suas (boas e más) experiências.

Sabia que a ponte 25 de Abril, que nasceu como de Salazar, vai fazer 50 anos no próximo sábado? A SIC/Lusa foi buscar esta história comovente (e de amor) e o Observador lembrou estas fotosextraordinárias. É sempre um regalo.

LÁ FORA

BRASIL. Finalmente, Lula da Silva fala. O carismático ex-Presidente brasileiro, arguido agora no processo Lava-Jato, diz de sua justiça. E diz muito, respondendo a um rol de perguntas, desde a sua opinião sobre o processo de impeachmente da sua sucessora Dilma (que está já na reta final), ao seu papel e intenções (mantém-se candidato a 2018) e ao facto de ser acusado de tráfico de influências por defender empresas do seu país: “Fiz o mesmo que os presidentes da França, Inglaterra e Portugal”.
Também do Brasil, mas do desporto: Olimpíadas azaradas ou mal preparadas, a verdade é que sucedem-se os incidentes, e só estamos a dois dias da abertura oficial dos Jogos. Desta vez foi a rampa principal das provas de vela que colpasou.

EUA. As eleições e Trump continuam a ser o prato forte. Pela segunda vez em poucos dias, o Presidente Obama intervém para prevenir os americanos em relação ao candidato republicano (aqui no NYT) e apelar para que estes lhe retirem o apoio, depois do milionário Warren Buffet o fustigar também. Oxalá não se transforme o candidato em vítima, que já chamou "diabo" a Hillary e até insinua que vai haver fraude eleitoral! E, já agora, divirta-se com este vídeo do impagável John Stewart, que regressa para um épico Trump!

Ainda nos States, é magnífico este trabalho sobre a Primeira Dama Michele, que acaba o mandato (do marido) com uma impressionante taxa de popularidade de 79%! A importância de ser cool.

TURQUIA. Pode o acordo entre a União Europeia e a Turquia sobreviver às purgas de Erdogan (em inglês) é o título de um bom trabalho do Center for European Reform, que coloca as coisas nos seus termos, ao mesmo tempo que a Comissão não parece disposta a ceder às exigências turcas a propósito dos vistos e Erdogan eleva o tom em relação ao Ocidente, acusando-o de “apoiar terroristas e golpistas”. Como se já não bastasse o “inimigo interno”, o novo ditador turco propõe-se arranjar um “inimigo externo”. É um clássico, infelizmente.

A propósito (do acordo com a Turquia), as migrações continuam a ser um tema doloroso: nos meses que vão do ano já morreu o dobro das pessoas no Mediterrâneo do que no mesmo período do ano passado. Nós (portugueses) lá vamos fazendo o que podemos, com a nossa Marinha a resgatar emigrantes e refugiados, mais de 3000. Como se não bastasse, a Hungria é acusada de “violência excessiva” em relação aos imigrantes. Será que perdemos a tal “superioridade moral” de que a Europa tanto gosta de se gabar, interroga-se a autora deste artigo no site OpenDemocracy.

ESPANHA. O ainda presidente de Governo espanhol Mariano Rajoy, líder do PP (o partido mais votado) esperava convencer os socialistas a dar-lhe apoio para formar Governo e fazer uma grande coligação, mas ouviu um rotundo não de Pedro Sánchez, que quer ser a alternativa (“si quiere formar Gobierno ponga de acuerdo a las derechas”, disse-lhe este) com quem se encontrou ontem. Agora, resta a Rajoy a cartada dos Ciudadanos, enquanto se vai esgotando o tempo. De novo eleições?

FRASES

"Povo não paga à GNR para show-offs", José Alho, presidente da Associação Socio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG), a propósito da comemorações do 7º aniversário do Comando de Beja

"Qualquer dia taxamos o Sol", Nuno Magalhães, CDS, ao I

"Para um sportinguista, viver em frente ao estádio da Luz poderá ser um caso de má vista, enquanto que para um adepto benfiquista poderá significar exatamente o contrário", Idem

"Está a matar-se a galinha dos ovos de ouro e a transformar bairros tradicionais numa espécie de Disneylandia", Pedro Soares, do BE, no Negócios

"Se a direita não apoia Rajoy, porque o fará a esquerda?", Pedro Sánchez, líder do PSOE

"A vida real tem o hábito de ser muito pior que esses cenários - a vitória do Brexit é só o exemplo mais recente", Brian Caplen, no Negócios.

O QUE RECOMENDO LER

Dois ensaios muito interessantes e que se completam. Um tem a ver com as chamadas “novas linhas divisórias” nos países que, segundo os autores (Economist), tem mais a ver com abertura e intolerância (espírito aberto ou fechado) do que com esquerda e direita - “Pontes levadiças”, assim se chama o texto (em inglês). O ensaio percorre os exemplos da Polónia, Hungria, França, Itália, Áustria, Estados Unidos, Grã-Bretanha, e de como os fantasmas da imigração e do declínio demográfico influem neste novo sentir que muito mal pode causar. O outro relaciona-se também com estes fenómenos, mas foca-se nos EUA e na “Ascensão do autoritarismo americano” (Vox). Tem tudo a ver com Donald Trump: “está a ocorrer uma transformação dramática na política americana”, diz a autora, Amanda Taub, que faz a inquietante afirmação: mesmo que a América escape de um Trump agora, ele pode ser o início de muitos Trumps na política da mais pujante nação do hemisfério norte. Dá que pensar.

Outra leitura que me pareceu estarrecedoramente inquietante é o que se está a passar em África e o verdadeiro saque a que estão sujeitos os seus recursos piscícolas, com consequências devastadoras, pondo em risco milhões de empregos e riqueza. Está noGeopolitical Monitor e de caminho também pode ler outras coisas (no mesmo site).

Já agora, proponho-lhe este comentário de Carlos Fino (lembra-se deste jornalista da RTP, que tornou famosa a perestroika?) Vive no Brasil há uma década e é de lá que escreveu este artigo sobre uma triste notícia: a possibilidade da literatura portuguesa ser excluída do currículo no ensino médio brasileiro: “A vingança póstuma de Policarpo Quaresma”, chama-lhe ele. Quem leu a obra homónima ("Triste Fim de Policarpo Quaresma") do escritor Lima Barreto, um dos grandes nomes do pré-modernismo brasileiro, sabe do que Carlos Fino fala.

Eu, por mim, que estou quase, quase, a ir de férias, levo na bagagem a quadrilogia da Elena Ferrante, “A Amiga Genial” (Relógio D'Água) – sim, eu sei, já toda a gente leu, mas para devorar de enfiada e sem remorsos, tal como me prometem todos os meus amigos, só em férias! Até ao meu regresso!

Mas não se perca – hoje, ainda tem todo o dia para se por a par das notícias no online do Expresso e e, às 18h, agora que tem mais tempo, espreite sem falta o Expresso Diário, com as últimas do dia.

E tenha um bom dia!

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