sexta-feira, 31 de março de 2017

A TRUMPLÂNDIA, O MUNDO, E O BRASIL


Será preciso um esforço hercúleo para reconstruir nossa capacidade de planejamento e nos colocar de novo à altura dos nossos imensos desafios.

Sebastião Velasco – Carta Maior

Não sei se você, caro leitor, mas de minha parte jamais imaginei que viveria o bastante para assistir ao espetáculo hoje exibido ao mundo pelos Estados Unidos.

A sequência é estonteante. Descontada a fase preparatória – a campanha eleitoral --, ela começa na cerimônia de transmissão de cargo, em 20 de janeiro, com o discurso pronunciado pelo novo Presidente logo depois de seu juramento.

Quem viu, há de lembrar. Feitos os agradecimentos convencionais, Trump abre sua fala com um ataque à elite política de seu país, cuja brutalidade não poupa nenhum dos presentes. Na sequência, define sua vitória como a devolução do poder ao povo americano, e reafirma seus compromissos de campanha, sintetizados no slogan “Make America Great Again”: reerguer a indústria, trazer de volta os empregos, reconstruir a infraestrutura devastada por décadas de descaso, reequipar as Foras Armadas. Com a sua contrapartida, mudar as relações com os parceiros comerciais, defender as fronteiras nacionais; cobrar dos aliados o custo de sua segurança.  Os Estados Unidos buscarão amizade e boa vontade em toda parte – assevera o orador --  mas colocarão os seus interesses em primeiro lugar, como fazem – ou devem fazer – todas as nações do mundo.

OFENSIVA DA HEGEMONIA UNIPOLAR EM DOIS PILARES DA AMÉRICA LATINA E DE ÁFRICA, EM CURSO



A Venezuela está a sofrer múltiplos impactos de desestabilização e, em África, um crescendo de instabilidade está já a varrer também a República Democrática do Congo.

Tendo em conta as experiências históricas acumuladas década a década nos dois continentes, só há uma potência capaz de simultaneamente realizar ofensivas do género: ESTADOS UNIDOS! (MJ)

Chanceler Rodríguez: Almagro faz parte de um plano para intervir na Venezuela

Boletim informativo semanal da Republica Bolivariana de Venezuela – N° 37. 28 Março 2017

Washington, 27 de março de 2017 (MPPRE).- Da sede principal da Organização de Estados Americanos (OEA), a chanceler da República Bolivariana da Venezuela, Delcy Rodríguez, denunciou as graves ações intervencionistas que vem desenvolvendo o Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro, contra a Venezuela. 

Rodríguez sublinhou que Almagro está atuando de forma unilateral, ilícita, desviada e parcializada procurando prejudicar a imagem internacional da Pátria de Bolívar, afetar suas relações com os outros países e qualifica-la como um país problemático.

PARA ISRAEL, SOLUÇÃO É UMA TERRA SEM PALESTINOS


No maior campo de concentração a céu aberto, 1,8 milhões de palestinos vivem espremidos nos 48 quilômetros de largura por quatro quilômetros de comprimento da Faixa de Gaza, em alguns pontos atingindo um máximo de sete quilômetros, fazendo com que a região compreenda não menos de cinco mil habitantes por quilômetro quadrado, a maior densidade demográfica do planeta sobre a qual é imposto, pelas forças de ocupação, um regime diário de ingestão de calorias (abaixo do necessário à saúde humana). Trafegar livremente pela própria região, sob permanente vigilância, também é proibido ainda que seja por razões médicas ou escolares.

Os 360 quilômetros quadrados da faixa de Gaza possuem somente três saídas: um ao sul, na fronteira com o Egito, e as outras a norte e a leste, na fronteira com Israel. Do outro lado, palestinos vivem separados de Gaza na Cisjordânia, fronteira com a Jordânia, onde as forças sionistas avançam indiscriminadamente as colonizações á base de demolições de residências, de muita violência e de sumários assassinatos praticados pelas forças sionistas. Para que o Exército israelense - oitavo mais potente exército do mundo (financiado em grande parte por Washington) e portador de alguns dos mais potentes armamentos - mate um cidadão por toda a terra palestina, é tão fácil (e impassível de punição) quanto se matar um pássaro.

O regime de apartheid, reconhecido pela própria ONU e imposto pelo Estado de Israel aos palestinos, trata-se da maior violação ao direito internacional contemporâneo financiada diretamente pelos Estados Unidos, e apoiada pelas grandes potências ocidentais. Tudo isso acobertado e distorcido pela grande mídia de propaganda internacional, exitosa manipuladora do imaginário coletivo em todo o mundo, neste caso com clara tendência sionista.

POÇO SEM FUNDO


Rafael Barbosa – Jornal de Notícias, opinião

1. Em agosto de 2014, eram Passos Coelho primeiro-ministro e Maria Luís Albuquerque ministra das Finanças, o BES implodia e nascia o Novo Banco, devidamente expurgado dos chamados ativos tóxicos e vitaminado com 4,9 mil milhões de euros, quase todos eles saídos dos cofres do Estado. A ideia era fazer uma limpeza e vender quanto antes, recuperando o dinheiro dos contribuintes, até ao último cêntimo. Um ano e meio depois, já com António Costa a primeiro-ministro e Mário Centeno a ministro das Finanças, veio o primeiro grande sinal de que o poço não tinha fundo, com a decisão do Banco de Portugal de desviar obrigações do "banco bom" para o "banco mau", o que equivalia a uma injeção suplementar de dois mil milhões de euros no Novo Banco. Tudo somado, sete mil milhões de recapitalização, o que parecia, a qualquer cidadão, mais do que suficiente para que lhe arranjassem comprador. E arranjaram de facto. A Lone Star está prestes a fechar negócio e propõe-se pagar zero euros (ou um valor simbólico qualquer que entretanto se arranje, para não parecer mal) por 75% do capital. O Estado (ou o Fundo de Resolução em seu nome) fica com os outros 25%, mas sem administradores e sem direito a voto. Se bem me lembro, foi Carlos César, líder parlamentar do PS, quem melhor definiu o que se estava a passar e o que já se adivinhava: "um fiasco". Se a bancada socialista for consequente, chumba o negócio. Mas convém não ter demasiada fé.

2. Um perdão fiscal é sempre uma medida controversa. Desde logo, porque penaliza os cidadãos e as empresas que pagaram impostos a tempo e horas, muitas vezes à custa de grandes sacrifícios. Ao contrário, premeia os caloteiros e sobretudo os que têm os meios e o poder de contestar a fatura do Fisco e litigar contra ela nos tribunais. Depois, porque é sempre usado pelas piores razões: fazer receita imediata e tapar buracos nas contas públicas, abrindo mão de uns quantos milhões pelo caminho (por exemplo, em coimas e juros). Uma das provas de que é uma péssima medida reside no facto de os governos, todos eles, esconderem o perdão fiscal debaixo de um eufemismo. O Governo atual, por exemplo, batizou o seu como Peres. E jurou que o objetivo não era o encaixe financeiro, antes ajudar cidadãos e empresas. Um objetivo bastante piedoso e rapidamente aproveitado por uma série de empresas em dificuldades. Exemplos? A Corticeira Amorim, a Jerónimo Martins, a Galp e a EDP. Só estes quatro potentados económicos somaram, no ano passado, lucros líquidos de mais de dois mil milhões de euros. Parte deles graças ao perdão fiscal. Faz todo o sentido.

* Editor-executivo

PORTUGAL “VENDE” NOVO BANCO MAS TEM DE PAGAR PARA O “VENDER”. VENDE?


Podemos dizer que a fatura será apresentada aos portugueses “dentro de momentos”. Esses momentos estão nos segredos dos “vendedores”, o Estado – que é gerido pelos governos. Os portugueses só vão ficar a saber sobre a “venda” quando forem chamados a pagar mais do que aquilo que já pagaram. Entretanto os banqueiros assobiam para o lado e continuam nos seus negócios. A impunidade é quase que exclusivamente sua. Julgamentos não há, arrestos aos seus bens também não há. Ricardo Salgado está impregnado numa lavagem de imagem inconcebível, outros banqueiros e gestores fazem par e grupo com ele. Os portugueses já pagaram muito com língua de palmo e tudo indica que vão continuar a pagar. Hoje é a “venda” do “banco bom”? Bom, só se for para os que lucram com a “compra”, a Lone Star - que vai vender o banco às peças e lucrar desmedidamente. Bom, para Salgado e afins, que em vez de estarem a ver o sol aos quadradinhos andam no laru por onde querem e lhes dá na real gana. Dinheiro não lhes falta, que é vantagem dos que roubam e vigarizam impunemente. Muito do que não se sabe pode configurar mais um barrete. Novo barrete, Novo Banco. António Costa fala aos portugueses pelas 19 horas de hoje. Não se tema pelo que vai dizer mas sim pelo que não dirá e que teremos a sina de descobrir depois via factos consumados. Um trabalho a que se devem dedicar os do jornalismo investigativo, que é coisa rara em Portugal. (PG)

Estado pode ter de voltar a dar dinheiro para recapitalizar o Novo Banco

A venda do 'banco bom' do antigo BES ao Lone Star poderá não ser o capítulo final na história atribulada do processo Novo Banco com o Estado.

Nas horas que antecedem a explicação da venda do Novo Banco aos norte-americanos do Lone Star por Mário Centeno e Carlos Costa, a informação sobre o negócio vão sendo reveladas a conta-gotas.

Depois de ter sido revelada a alegada garantia que o Estado terá de prestar indiretamente devido aos empréstimos de risco, a SIC garante agora que o negócio também poderá obrigar o Estado a investir dinheiro no futuro, para garantir que os rácios de capital ficam equilibrados.

Segundo a SIC, o acordo obriga ambos os sócios, Estado português e Lone Star, a investirem até 3,8 mil milhões de euros se os níveis de capital do Novo Banco descerem para valores instáveis.

Tendo em conta que o Estado português deverá manter uma percentagem do Novo Banco após a venda ao Lone Star, o investimento seria equivalente à posição detida.

Os contornos do negócio deverão ser conhecidos em detalhe nas conferências de imprensa de Mário Centeno e Carlos Costa, durante a tarde desta sexta-feira.

Bruno Mourão, em Notícias ao Minuto

CARAS DA VIOLÊNCIA NOS LOIOS/CHELAS, UM DOS GUETOS DE LISBOA - JORNALISTAS... LEVAM


RTP avança com queixa-crime contra culpados de agressões a jornalistas

A Direção de Informação da RTP condenou hoje "com veemência" as agressões a dois jornalistas do canal público, adiantando que já avançou com uma queixa-crime na expetativa que os culpados sejam identificados e punidos.

Em comunicado, a Direção de Informação da RTP considera que "a agressão a um jornalista é um ato inaceitável e cobarde", acrescentando que "não pode deixar de condenar com veemência as agressões, atentatórias da liberdade de informação, que mais não visam do que condicionar o exercício do jornalismo".

Um repórter de imagem da RTP foi hoje agredido no exterior de uma escola em Marvila, em Lisboa, alegadamente por familiares de uma criança envolvida num suposto caso de violação entre alunos, disse anteriormente à Lusa fonte policial.

Segundo o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis), a equipa da RTP, composta por uma jornalista e um repórter de imagem, foi agredida na quinta-feira no exterior da Escola Básica dos Lóios, na freguesia de Marvila, onde se deslocou para realizar uma reportagem na sequência de suspeitas relacionadas com "a eventual violação de um menor por outro menor", alunos daquele estabelecimento de ensino.

Pouco tempo depois de chegar ao local, a equipa da RTP terá sido abordada por familiares do aluno suspeito da violação, tendo "agredido o repórter de imagem" que teve de receber tratamento no Hospital de São José, relatou o Cometlis.

Neste contexto, a Direção de Informação da RTP adianta que já solicitou ao departamento jurídico que acionasse uma queixa-crime, porque "é de um crime que se trata, esperando que os culpados sejam identificados e punidos".

Já na quinta-feira, o Sindicato de Jornalistas (SJ) condenou veementemente a agressão sofrida hoje por dois jornalistas da RTP.

Lusa, em Notícias ao Minuto

O AGRESSOR DO REPÓRTER DE IMAGEM DA RTP

Um dos agressores, à direita, indicado pela seta, a caminhar em direção à câmera
O agressor, no movimento a seguir, já com o braço levantado pronto para a agressão
 O vídeo RTP, em Jornal Económico

Agressões a trabalhadores da RTP repetem-se demasiadas vezes

A Comissão de Trabalhadores da RTP denunciou hoje "que se repetem as agressões a trabalhadores" da empresa pública de televisão, após dois jornalistas terem sido agredidos na quinta-feira durante uma reportagem junto a uma escola, em Lisboa.

Um repórter de imagem foi agredido no exterior da Escola Básica dos Lóios, na freguesia de Marvila, no decorrer de uma reportagem relacionada com "a eventual violação de um menor por outro menor", alunos daquele estabelecimento de ensino, supostamente atacado por familiares de uma criança envolvida na alegada violação.

"Hoje [quinta-feira] não foi infelizmente um dia anormal: quer verbalmente, quer fisicamente repetem-se demasiadas vezes as agressões a trabalhadores da RTP. O jornalista repórter Ricardo Mota foi violentamente agredido, tendo recebido assistência hospitalar", refere um comunicado da CT, enviado às redações na noite de quinta-feira.

A equipa de reportagem era composta pelos jornalistas Lavínia Leal e Ricardo Mota.

"A CT vai exigir junto do Conselho de Administração (CA) que a RTP se constitua assistente no processo-crime, que decerto se seguirá e que proceda depois ao respetivo processo cível. Esperamos que sejam apuradas responsabilidades até às últimas consequências. Até ao fim. Se o CA não o fizer, fá-lo-emos nós, os trabalhadores", indica o comunicado.

Os representantes dos trabalhadores da RTP afirmam que, "seja por questões políticas ou pela demagogia com que os assuntos da RTP são tratados, hoje, sair à rua num carro com a marca RTP é um risco" que conhecem, mas, dizem, "não têm" de aceitar.

"Em Portugal, claques desportivas, juventudes partidárias, presidente de clubes, autarcas, idiotas e criminosos escolhem sistematicamente os trabalhadores desta empresa para descarregar as suas frustrações, e para nós, já chega. Estamos fartos", sublinha a CT, alertando para que este crime "não fique impune".

Anteriormente, já o Sindicato de Jornalistas (SJ) tinha condenado "veementemente" este episódio de violência.

"Esta situação é absolutamente inadmissível num Estado onde o direito à informação é constitucionalmente garantido. É absolutamente reprovável que dois cidadãos sejam agredidos no exercício da sua profissão, mais ainda quando a sua missão profissional é informar imparcialmente um determinado acontecimento", disse o SJ, em comunicado enviado à agência Lusa.

Um repórter de imagem da RTP foi hoje agredido no exterior de uma escola em Marvila, em Lisboa, alegadamente por familiares de uma criança envolvida num suposto caso de violação entre alunos, disse à Lusa fonte policial.

Segundo o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis), a equipa da RTP, composta por uma jornalista e um repórter de imagem, tinha-se deslocado para junto da Escola Básica dos Lóios, na freguesia de Marvila, para realizar uma reportagem na sequência de suspeitas relacionadas com "a eventual violação de um menor por outro menor", alunos daquele estabelecimento de ensino.

Pouco tempo depois de chegar ao local, a equipa da RTP terá sido agredida por familiares do aluno suspeito da violação.

Outra fonte policial adiantou na noite de quinta-feira que, até àquele momento, não havia nenhum detido nem suspeitos, acrescentando que o homem anteriormente detido foi libertado, pois não tinha nada a ver com a ocorrência.

Esta fonte relatou ainda que a polícia está a investigar a "eventual violação" ocorrida entre os alunos menores.

Lusa, em Notícias ao Minuto

ALDEIA DOS MACACOS ERA MAIS CIVILIZADA DO QUE NA BANCARIA E EM CHELAS


Expresso Curto com Ricardo Costa na máquina da cafeína. Que vamos vender um banco, escreve ele. E quanto é que essa “venda” nos vai custar, ilustre Ricardo? Pois. A fatura vai ser apresentada depois? Então não está bem. Então não vamos vender um banco. Vamos doar. Aliás, como todos os outros em que tivemos de pagar as desbundas da ladroagem dos gestores, administradores e outras dores causadas pela ladroagem da bancaria mafiosa que abunda por todo o mundo. Ah! Mas existem os honestos, dirão. Pois. É suposto que existam. Convém acreditar nisso até que se conclua que afinal não é bem assim. Tempo passado vamos concluir algumas meias-verdades e conclusão de factos. Então sim. Concluiremos que estamos a pagar, a pagar, a pagar… Mas eles é que são donos dos bancos e donos disto tudo. Nós somos os trouxas do costume. Os que pagam mas passam fome, até da dignidade que nos andam sempre a roubar.

Todos as crianças que há muitos anos frequentaram o Jardim Zoológico de Lisboa, talvez há uns 60 anos, tinham um local do referido local a visitar como num santuário: a Aldeia dos Macacos. Ali podíamos ver como eles viviam em comunidade. Funcionavam no toma lá dá cá. Parecia que diziam “tens amendoins e eu tenho uma maçã”. Ora toma lá, dá cá. Trocavam. Se um deles fizesse batota a trupe perseguia-o, dava-lhe uma surra e deixava-o solitário, num canto. Retirava-lhe a maçã e os amendoins, ao Chico Esperto. Afinal, pelo que víamos, eles tinham códigos de comportamento, de honra, de justiça. Quem estivesse atento percebia isso. Atualmente talvez ainda seja assim, se lá ainda existir a Aldeia dos Macacos.

É sabido que os banqueiros não se iam dar bem nessa Aldeia dos Macacos ao quererem ficar com as maçãs e os amendoins e deixarem os outros depenados. Na miséria, ou perto.

Também na Aldeia dos Macacos existiam elementos ordinários, atrevidos, zaragateiros, e até criminosos, na sistemática postura de parasitas. Esses estavam nos cantos, digamos que nos guetos… Mas eram controlados. Se pusessem uma pata em riste, se pisassem o “risco”, não lhes faltava castigo pela certa, em defesa da civilidade macacal. Dos primatas.

Recordar aquela aldeia dá para perceber que tinha regras e que tinham de ser cumpridas. Percebia-se que afinal os símios possuíam a sua própria noção de civismo comportamental. Ainda acontecerá assim no Jardim Zoológico?

Bem, lá por esse jardim e por essa tal aldeia não sabemos. O que sabemos é que em Chelas isso não acontece, entre supostos… humanos.

Bairros sociais: guetos em que pessoas civilizadas fazem os possíveis por manter a pacatez e normalidade por entre incivilizados que se estivessem na Aldeia dos Macacos seriam limitados aos cantos em vez de fazerem do todo habitacional um gueto. Zonas de má-fama onde muitos nada têm que ver com os comportamentos criminosos, ilegais e incivilizados de uns quantos bandos.

Podemos concluir que, afinal, a Aldeia dos Macacos era mais civilizada que a bancaria em Chelas?

Pelo visto naquilo que foi manchete ontem numa escola do gueto Chelas – em que jornalistas foram agredidos – podemos concluir que melhor era a referida aldeia símia. O mesmo se conclui relativamente à bancaria e afins, que ficam com maçãs e amendoins impunemente. Ladrões de colarinho branco com o fito de lucrarem por via dos prejuízos de toda a restante comunidade. E lucram.

Na foto: a Aldeia dos Macacos, deserta. (PG)

ESPERTOS: NÃO QUERIAM “SAIR” NA TELEVISÃO NEM SER NOTÍCIA… SÃO MANCHETE NACIONAL


Cavaco Silva faltou hoje no bairro de Chelas para dizer a uns quantos “deixem-me trabalhar”. Os portugueses bem conhecem a famosa frase dirigida aos jornalistas que queriam “espremê-lo” sobre assuntos relacionados com o seu cargo e desempenho de primeiro-ministro. Já lá vão quase duas décadas. Pois. Deixem trabalhar os profissionais de informação…

Provavelmente também os jornalistas que se deslocaram a uma escola em Chelas disseram aos que os surraram “deixem-nos trabalhar”, mas de nada valeu. Foram agredidos. 

Cabeças de uma inteligência e esperteza ímpar decidiram que não queriam ser notícia. Melhor: que o caso que levou os jornalistas àquela escola não fosse notícia. Vai daí agrediram os jornalistas, da RTP, outros da profissão refugiaram-se e escaparam incólumes mas com o ânus apertadinho como à nascença. Para quem não queria que houvesse notícia… conseguiu, ou conseguiram, passar a manchete nacional. A esperteza ímpar redundou em saloia. A inteligência foi para o béu-béu, cano abaixo. O civismo, esse, é coisa que por aqueles sítios existe mas não toca a todos. Aliás, é coisa muito rara.

A notícia está a seguir, o mais completo que conseguimos complementar. Em duas partes, não sabemos que haja mais, por agora. Decerto haverá mais, e consequências... Não? Um recado, para o Sérgio Godinho: gente assim, quer se queira, quer não queira… não é bela. (PG)

quinta-feira, 30 de março de 2017

O POPULISMO É RESULTADO DO FRACASSO ECONÓMICO MUNDIAL




A aversão à política é inevitável, num mundo onde os empregados são escravos assalariados e os chefes são super-ricos.

Larry Elliott, The Guardian, em Carta Maior

A ascensão do populismo chacoalhou o establishment político global. O Brexit causou verdadeiro choque, assim como a vitória de Donald Trump. Enquanto muitos ainda estão de queixos caídos, alguns líderes tentam descobrir por que grandes fatias de seus eleitorados estão tão furiosos.

A resposta parece bem simples. O populismo é resultado do fracasso econômico. Os dez anos desde o início da crise financeira mostraram que o sistema de governança econômica que tem imperado nas últimas quatro décadas está defeituoso. Alguns chamam esta abordagem de neoliberalismo. Talvez uma melhor descrição seria impopulismo.

Foi o impopulismo que fez pender o equilíbrio de poder no trabalho para o lado da gestão, passando a tratar os empregados como escravos assalariados. O impopulismo foi manipulado para garantir que os frutos do crescimento fossem para poucos, jamais para a maioria. O impopulismo decretou que os responsáveis pela crise financeira global sairiam impunes, enquanto os inocentes dividiriam o peso da austeridade.

Qualquer um que procure entender por que Trump ganhou as eleições presidenciais dos EUA deve dar uma olhada no que vem acontecendo com a divisão dos espólios econômicos. A proporção da renda nacional que chegou nas mãos dos 90% da população na base da pirâmide manteve-se estável, em cerca de 66%, entre 1950 e 1980. Ali começou um declínio acentuado, caindo para pouco mais de 50% quando a crise financeira estourou, em 2007.

MATURAÇÃO DA AMIZADE AFRO-CUBANA


"Ser internacionalista es saldar nuestra propia deuda con la humanidad. Quien no sea capaz de luchar por otros, no será nunca suficientemente capaz de luchar por sí mismo."
Fidel Castro, discurso en el acto por el 32º Aniversario del
Desembarco del "Granma", el 5 de diciembre de 1988.


1- No momento em que se vão apagando fisicamente do mundo dos vivos, os Comandantes da Revolução Cubana, há muitos dos seus companheiros que continuam a dar visibilidade à luta de décadas que advém sobretudo desde os tempos da guerrilha na Sierra Maestra e cujas águas caudalosas decorrem como um poderoso rio até aos dias de hoje, através de imensas iniciativas vocacionadas na direcção do homem e do planeta, que têm tudo a ver com a lógica com sentido de vida que está a ser transmitida por via do socialismo ao povo cubano e a todos os povos carentes de vencer o subdesenvolvimento crónico de séculos, a que têm sido votados, em especial nas duas margens do Atlântico sul!

As pontes comuns entre a América e África encarregaram-se os europeus de começar a lançar nos seus caboucos, por via do “comércio triangular” que envolvia o tráfico negreiro, determinando-se numa conjuntura que exauriu da forma mais perversa, o tecido humano autóctone dos dois continentes.

Enquanto os autóctones da América eram dizimados pela guerra ou pela doença, a África, em contínuas operações de rapina, iam buscar a mão-de-obra escrava que careciam para as suas plantações, muito antes do surgir das máquinas da Revolução Industrial.

Todos os processos de luta contra o colonialismo, o “apartheid”, o neocolonialismo e o imperialismo, lutas pela independência, pela soberania, pela efectiva democracia, pela dignidade das nações, dos estados e dos povos, pelos equilíbrios humanos que há a construir, pelo respeito para com a Mãe Terra, resultaram e resultam em grande parte desse choque primeiro que ocorreu na metade ocidental do planeta e afinal correspondia aos primeiros passos duma globalização que se tem vindo a acelerar com os parâmetros das Revoluções Industrial e mais recentemente com o aditivo das Novas Tecnologias.

UNIÃO AFRICANA E NOVOS DESAFIOS


O continente africano tem sido cenário de diversos problemas, entre os quais avultam as crises humanitárias provocadas por conflitos armados e pela fome e o terrorismo. A Organização das Nações Unidas tem apelado reiteradas vezes para que a comunidade internacional vá em socorro de milhões de africanos, que podem morrer de fome, se não for organizada uma campanha de ajuda urgente a pessoas que nada têm para se alimentar.

Perante o cenário de crise humanitária, espera-se que a União Africana (UA) tome medidas adequadas, de modo a conciliar esforços da ONU, no sentido de se salvarem milhões de africanos que passam fome por motivo da seca que assola várias regiões do continente.

Que a União africana continue a apresentar ao mundo a situação catastrófica de muitos africanos, de modo a mobilizar recursos financeiros destinados àqueles que neste momento precisam de ajuda internacional. 

A união tem de fazer força. A União Africana tem de ter força suficiente para conseguir a ajuda internacional necessária, de modo a acudir as vítimas da seca. Se nós africanos estivermos unidos, melhores resultados obteremos no campo da ajuda humanitária. 

Temos de ser nós, africanos, a manifestar preocupação, com a má sorte dos nossos irmãos que sofrem nas regiões afectadas pela seca ou por conflitos armados. Tem de se fazer sentir mais a presença da União Africana nas situações de crise. 

Que haja vontade política dos líderes africanos que estão no poder para traçarem estratégias que possam viabilizar acções destinadas a pelo menos, atenuar o sofrimento de muitos africanos vítimas da seca. Num momento em que podem morrer de fome milhões de pessoas, os africanos, em particular, os estadistas dos diferentes países do continente, não devem ficar indiferentes. As crises humanitárias, por mais complexas que sejam, devem preocupar todo o mundo. A vida humana é um bem fundamental. Todo o esforço que se faça para salvar vidas humanas é sempre bem-vindo.

Angola. UMA CONSTANTE LUTA PELA VIDA!



1- Uma grande parte da comunidade de associados da ASPAR, Acção Social Para Apoio e Reinserção, entrou na derradeira fase de sua vida, com destinos diversos:

Uns foram patenteados pelas FAPLA, pelas mais diversas razões de seus curriculuns e vão ingressando, em função do tempo, na Caixa de Segurança Social das FAA, pois estes beneficiam da cobertura específica nos termos previstos nos Acordos de Paz;

Outros ainda, como trabalharam em empresas privadas após a prestação de seu serviço, beneficiam de pensão de reforma paga pelo Instituto Nacional de Segurança Social;

Muitos recebem também pensões, (os antigos combatentes e veteranos da pátria) pagas pelo Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, ou estão ainda beneficiados de pensões do Fundo de Pensões;

Há contudo uma franja importante que tendo sido Oficiais Operativos, não foram patenteados nem pelas FAPLA, nem pela Polícia Nacional e não beneficiam de qualquer tipo de pensão, apesar de alguns, precisamente o da faixa etária mais avançada, terem recebido pensões em 2012, pagas pela Caixa de Protecção Social do MININT, pensões essas que foram suspensas até hoje.

quarta-feira, 29 de março de 2017

ASSIM COMEÇAM AS GUERRAS PELA ÁGUA


Bloqueio do Eufrates e Tigre, pela Turquia acirrou tensões que levaram à guerra o Iraque e a Síria. Mas outros conflitos hídricos já atiçam a Índia, Paquistão, Egito, Etiópia…

Aliança RECOs* - Outras Palavras - Tradução: Vila Vudu

A revista Foreign Affairs traz artigo cuja leitura recomendo sobre as guerras pela água entre Turquia, Síria e Iraque: “Rivers of Babylon”. A Turquia construiu muitas barragens por todo o país, para produzir eletricidade, mas também para irrigação.

Quando viajei pelo leste da Turquia nos anos 1990 muitos novos projetos, partes do Southeastern Anatólia Project (GAP, em turco0, eram visíveis; e água recentemente retida em barragens era fornecida às regiões secas do sudeste mediante canais abertos. Muita daquela água era perdida por causa da evaporação, mas também porque as novas plantações usavam espécies que exigem água intensiva, numa região quente e em muitos pontos desértica. A água agora oferecida a fazendeiros turcos antes corria pelo Eufrates e Tigre, para a Síria e Iraque. Três anos secos na Síria, 2006-2009 induziram muitos aricultores a deixar as terras secas e mudar-se para as cidades, onde só poucos deles encontravam trabalho:

À altura de 2011, fracasso de colheitas por causa da seca empurrara cerca de 1,5 milhão de ex-agricultores a emigrar das próprias terras; essa legião de desenraizados virou fonte de recrutas para o Exército Sírio Livre e outros grupos como o Estado Islâmico (também chamado ISIS) e para al-Qaeda. Testemunhos recolhidos por repórteres e ativistas nas zonas de conflito sugerem que a falta de qualquer ajuda do governo durante a seca foi o fator central de motivação para a rebelião antigoverno. Além disso, estudo de 2011 mostram que as hoje fortalezas dos rebeldes em Aleppo, Deir al-Zour, e Raqqa estavam entre as áreas mais duramente atingidas pelo fracasso das colheitas.

SITUAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU TENDE A DEGRADAR-SE - diz ex-ministro das Finanças


Geraldo Martins, ex-ministro guineense das Finanças, afirma que instabilidade política no país logo após a Mesa Redonda de Bruxelas pôs em causa a estratégia de diversificação e crescimento da economia da Guiné-Bissau.

As instituições não funcionam na Guiné-Bissau. Não há prestação de contas. A Assembleia Nacional Popular (ANP) está bloqueada por causa da crise que se arrasta desde agosto de 2015, com a queda do executivo de Domingos Simões Pereira. Não há fiscalização às ações dos governos (inconstitucionais e ilegítimos) de iniciativa presidencial, que até então não conseguem apresentar e aprovar o seu programa no Parlamento. Contratos com empresas não são respeitados.

A manter-se assim, a situação tende a degradar-se, com reflexos na vida das populações. Quem o diz é Geraldo Martins, antigo ministro guineense da Economia e Finanças.

"Estes governos têm realmente tido problemas. Para já, não tem havido prestação de contas, a Assembleia não consegue fiscalizar, não respeitam contratos. São várias situações anómalas que estão a acontecer e que põem em causa os próprios fundamentos do Estado de direito democrático e desmobilizam os investidores que realmente tinham grandes expetativas em relação à Guiné-Bissau. Que queriam ir investir mas que agora estão com alguma reticência em relação à credibilidade do país, o que é mau", destaca o ex-ministro guineense.

Angola. RECADOS DE CABINDA PARA O CANDIDATO JOÃO LOURENÇO


Constou-me que está para breve a visita a Cabinda do senhor João Lourenço no âmbito da sua apresentação como candidato presidencial do MPLA. Já se pode ver algumas movimentações da praxe a que nos habituaram nestas ocasiões com o mesmo intuito de sempre: falsificar a verdade das coisas para dar uma ilusão óptica aos visitantes.

Raul Tati*

Creio ser esta visita uma oportunidade para fazer uma reflexão política séria sobre a realidade profunda desta província ultramarina de Cabinda, longe das banalidades e da opacidade do discurso oficial.

Para começar esta reflexão gostava de reportar aqui uma questão que havia colocado ao Presidente da UNITA, Dr. Isaías Ngola Samakuva, no princípio do seu segundo mandato (este é o terceiro) num encontro que mantivemos em Lisboa: “O Dr. Jonas Malheiro Savimbi nunca visitou Cabinda. O senhor, sendo sucessor do Dr. Savimbi, também ainda não visitou Cabinda, quando já vai no seu segundo mandato. Que razões estão na base disso?” E a resposta foi peremptória e convincente: “para visitar Cabinda é preciso levar para lá um discurso claro e inequívoco. Estou a preparar-me para isso”.

Para bons entendedores meia palavra basta! A razão evocada, entretanto, pelo meu ilustre interlocutor prende-se com a especificidade política de Cabinda. Na sua óptica, não se pode vir a Cabinda com discursos ocos, torpes e demagógicos. Não se pode fazer discursos políticos em Cabinda passando ao largo dos problemas mais profundos deste Território e que são, sobretudo, políticos.

Angola. JOÃO LOURENÇO: O CAVALEIRO DA TRISTE VERGONHA


Raul Diniz, opinião
         
O que de menos tem o cabeça de lista do MPLA/partido-estado, é de uma cabeça pensante. Nenhum regime funciona tendo a cabeça um obediente lacaio.

O país não tem prazer algum de apoiar uma candidatura do tipo cobaia, que sirva apenas como experiência de substituição subsecutiva a saída de JES na presidência da república. Além disso, o exercício de cidadania, exige muito mais de um candidato presidencial, além de ser transformado no alvo de uma pressagiosa escolha indireta, para substituir um renomado ditador em decadência, João Lourenço formalizou a sua candidatura de lacaio perene.

As constantes piruetas protagonizadas pelo escolhido de JES, dá-nos a entender que, JL vive protegido dentro de uma redoma, longe da realidade objetiva angolana. Senão vejamos, “Perante a crise econômica que abala de sobremaneira as estruturas econômico-sociais, o MPLA, de quem se esperava uma prática mais cordata e comedida no seu modus operandi, tornou-se ainda mais arrogante, e perigosamente mais prepotente na sua forma autoritária de agir.

Até agora João Lourenço só conseguiu um feito inigualável, que é o de caminhar em modo ré, como o caranguejo. Assim acontece que, de erro em erro, conseguiu extrapolar o limite prestativo que lhe confere o cargo de ministro da defesa que ostenta no reino feudal de Dos Santos. Como pôde um ministro pré-candidato ao cargo de mais alto magistrado do país, e, no pleno exercício da função de ministro da defesa, insinuar ofensivamente que todos aquele que se opõem aos partidos FRELIMO e MPLA são malandros!

DIJSSELBLOEM E A FALTA DE VERGONHA


Ana Alexandra Gonçalves*

A falta de vergonha tem feito escola junto de uma classe política que, infelizmente, também se encontra à frente dos destinos da Europa. Dijsselbloem é um excelente exemplo da dita falta de vergonha. O ainda Presidente do Eurogrupo que, ao que tudo indica desempenhará essas funções até Janeiro de 2018, manifestou a sua intenção de se recandidatar. 

Recorde-se que Dijsselbloem sofreu uma derrota clamorosa, através do seu partido, nas últimas eleições holandesas e, em consequência, deixará de ser ministro das Finanças. Todavia, as regras flexíveis do Eurogrupo permitem que o seu Presidente não tenha forçosamente de ser ministro das Finanças.

Recorde-se também que Dijsselbloem voltou a manifestar os seus preconceitos contra a Europa do Sul, mas de forma mais brejeira do que é seu costume, facto que está a dar azo a pedidos de demissão de vários representantes políticos europeus.

O que o Presidente do Eurogrupo e outros não querem perceber é que falsos socialistas e sociais-democratas estão a ser fortemente castigados nas urnas. Dijsselbloem parece relutante em retirar ilações dos desastrosos resultados do seu partido. Dijsselbloem resiste, manifestando uma total incapacidade em perceber que a deturpação dos valores socialistas e sociais-democratas estão a abrir espaço ao populismo que desde logo denuncia políticos rendidos aos negócios, ao compadrio e à corrupção, absolutamente alienados dos interesses dos cidadãos que esses partidos populistas juram defender. Dijsselbloem e similares não querem saber, nem têm pudor em revelar a sua verdadeira face e estão a dar o mais forte contributo para o enfraquecimento das democracias, criando as condições necessárias para que partidos populistas possam emergir.

De uma coisa podemos estar certos: com estas pessoas ao leme a Europa afunda-se a cada dia que passa. Com um cínico sorriso nos lábios; um sorriso demasiadas vezes repleto de falsa superioridade.

* Ana Alexandra Gonçalves – Triunfo da Razão

ABERRAÇÕES POLÍTICAS À LA CARTE


Alfredo Barroso – jornal i, opinião

Já com os pés na pátria, constato que a maior aberração política é o acordo ortográfico de 1990, com que o então PM Cavaco Silva quis sentar-se à mesa com os países de língua oficial portuguesa.

O estado do mundo não é de fiar. Está a precisar do colo de Nossa Senhora de Fátima, como aconselha a ex-militante estalinista Zita Seabra, convertida à religião de São Paulo depois de ter percorrido afanosamente a sua “estrada de Damasco”.

Uma visita virtual ao número 1600 da Avenida Pensilvânia, em Washington D.C., confirma as minhas apreensões. A Casa Branca foi ocupada por um trio de loucos furiosos e freaks racistas – Donald Trump, Steve Bannon e Kellyanne Conway –, sem dúvida as mais perigosas aberrações políticas da actualidade. De acordo com vários psicólogos, Donald Trump sofre de “narcisismo infantil”, e um estudo efectuado pela Universidade Carnegie Mellon conclui que ele “fala como uma criança” e só fica à frente de Bush filho por uma unha negra, “ao nível de uma criança entre o quinto e o sexto ano” de escolaridade. Ou seja: o mundo está mesmo perigoso!

No Palácio da Alvorada, em Brasília, a coisa também está preta. A residência oficial dos presidentes brasileiros foi abandonada por Michel Temer, o ridículo chefe de Estado não eleito de uma república das bananas, levando consigo mulher e filho: Marcela e Michelzinho. Disse Temer: “A energia não era boa. A Marcela sentiu a mesma coisa. Só o Michelzinho, que ficava correndo de um lado para outro, gostou. Chegamos a pensar: será que aqui tem fantasma?” Não era fantasma, não. Era só fantasminha, paizão! Era o seu Michelzinho a correr dum lado para o outro!

TEATRO NACIONAL D. MARIA II BRINCA COM O FOGO. O PERIGO DO NOME PROIBIDO...


Vai acontecer algo especial e diferente no D. Maria II. A última vez que se disse o nome proibido no antro do teatro nacional português o edificio do então Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, foi consumido pelas chamas devido a combustão espontânea. Sobrepôs-se a maldição do tal nome proibido. Agora, sem pronunciarem o nome proibido um elenco do Teatro Nacional vai apresentar e fazer uma visita guiada no atual D. Maria II, no Rossio, em Lisboa. Chama-se A Visita Escocesa, nada de dizer o nome proibido. E se disserem, por distração, por desatenção? Será que o D. Maria II vai novamente entrar em combustão espontânea? É o que poderá novamente acontecer?

Vá até ao teatro, à Visita Escocesa, guiada, pelos vários meandros do edifício porque a peça é fora do palco mas também nele - o palco é onde nós quisermos. Os atores estão lá, à sua disposição, seus cicerones. Para fazerem A Visita Escocesa (sem pronunciarem o nome proibido). Se for lá, assista como cúmplice do atrevimento, do “brincar com o fogo”. Descubra qual é o nome proibido, mas não o diga. Se o disser, se o D. Maria II começar a arder… Fuja do fogo! (PG)

A VISITA ESCOCESA

A visita escocesa - CRIAÇÃO INÊS BARAHONA E MIGUEL FRAGATA

Uma visita igual às outras todas (mesmo as enfadonhas)

Esta é uma visita padrão, mas de padrão escocês. Porque existe muito em comum entre a Escócia e o Teatro Nacional D. Maria II: a Escócia tem uma taxa de humidade fora do normal, o Teatro Nacional D. Maria II tem os alicerces metidos na água. A Escócia tem por símbolo nacional o kilt (inventado pelos irlandeses), o Teatro Nacional D. Maria II é um símbolo nacional português (desenhado por um italiano). A Escócia alberga o Festival de Edimburgo, um dos mais importantes festivais culturais do mundo, o Teatro Nacional D. Maria II... é o Teatro Nacional D. Maria II. A Escócia tem a Peça escocesa, o Teatro Nacional D. Maria II tem A visita escocesa. No entanto, qualquer semelhança entre A visita escocesa e a Peça escocesa é pura coincidência. A visita escocesa não tem qualquer ligação à famosa Peça escocesa. Relembramos que quando essa peça de Shakespeare esteve em cena no Teatro Nacional D. Maria II (em 1964) o teatro ardeu. O seu nome "Mac..." não deve sequer ser pronunciado nesta casa...

Criação Inês Barahona e Miguel Fragata 

Com Cirila Bossuet, Lara Matos, Tomás Varela ou Bruno Bernardo, Carolina Dominguez, Catarina Claro

Vídeo Maria Remédio

Produção TNDM II

Duração 1h30

Teatro Nacional D. Maria II - 8, 22, 29 ABR / 13, 20, 27 MAI - SÁB, 16H

Fora de palco, em VÁRIOS LOCAIS DO TNDM II


TEATRO DIDASCALIA, TERRITÓRIOS DRAMÁTICOS SEMPRE A “MEXER”. VÁ AO TEATRO


Territórios Dramáticos

O encontro de teatro que terminou no passado fim de semana e transformou Joane na Vila mais dramática de Vila Nova de Famalicão

Terminou no passado domingo, dia 26 de março, em Joane, a primeira edição do encontro de teatro Territórios Dramáticos promovido pela companhia Teatro da Didascália. O encontro que se realizou ao longo de dois fins de semana, entre 17 e 26 de Março, encerrou com a apresentação de um espetáculo para o público familiar, o espetáculo A Cores, da Peripécia Teatro.

Não é por acaso que se encerra este encontro de teatro com uma apresentação para as famílias, reunindo num mesmo espaço, jovens e adultos, para celebrar o teatro. Este projeto de programação desenhado pelo Teatro da Didascália tem como prioridade a promoção de um trabalho de proximidade entre o teatro e a comunidade local, e nesse aspeto, o principal objetivo foi cumprido. O público foi crescendo de dia para dia e em apenas 6 dias de programação, foi possível ver o surgimento de um público fiel que se deslocou a Joane para ver todos os espetáculos deste encontro. É a constatação de que existe público para o desenvolvimento de um trabalho de programação regular numa Vila como Joane, com condições técnicas, logísticas e artísticas capazes de construir, envolver e fidelizar público, numa freguesia com um historial fortemente ligado ao teatro.

BREXIT, COISA DE ILHÉUS MANIENTOS E SOBERBOS. CARÁTER TIPICO DO ISOLAMENTO


Dia D (para os que gostam tanto da expressão) na União Europeia por causa do Brexit que finalmente chegou a Bruxelas veementemente oficializado. Blá-blá daqui e dali mas está a acontecer o que já sabíamos que ia acontecer. Os “bifes” saem da UE e lá ficam sozinhos na ilhota. O estigma dos ilhéus é assim mesmo, de tão habituados a estarem isolados, sós. Por isso são macambúzios, individualistas que apregoam sem pudor “olhem lá o meu”. Deixá-los ir, estão a exercer os seus direitos. É assim mesmo, senhores(as) “bifes”. Goodbye, britain. Reino Unido é que não está a ser.

“Estes ingleses são sempre a mesma coisa. Têm a mania de fazer tudo à sua maneira e ao contrário dos outros.” Dizia hoje um ouvinte e participante no Fórum TSF. Outro não esteve com meias medidas e até mostrou com garbo os “manientos e soberbos que são os gajos ingleses”. Claro que nisto também estavam implícitas as gajas. “Olhem que até no trânsito eles andam ao contrário do resto do mundo. Conduzem pela esquerda”. 

“Raios os partam!”, exclamou a senhora Tita por detrás do balcão do café onde se ouvia a TSF. No café “Flor que se Cheire” tudo e todos davam atenção ao Fórum de hoje. Nem a máquina de moer o café, barulhenta, teve direito a dar um pio. Só as bicas, cimbalinos e expressos curtos saiam para as chávenas e daí pelas goelhas abaixo dos clientes. “Silêncio, que se está a tratar do Brexit”- Sussurrou o Manel Cambalhotas para o Agapito que queria começar a falar do desaire da seleção nacional de futebol que perdeu contra a Suécia no jogo de ontem na Madeira - que agora tem aeroporto com nome de Ronaldo. 

Por isso o Manel disse baixinho: "Pfff. Onde já se viu. Só saloiada manienta e soberba se lembra de fazer uma destas. Lá está, são ilhéus. Solitários e broncos – os que são. E são poucos… mas mandam, põem e dispõem. Olhem o Jardim que até parecia não ter a caixa dos pirolitos devidamente arrumada, caixa que usava sobre os ombros mas que não era uma cabeça… normal. Engraçado, muitas vezes era. O pior foi o resto. Já se foi." Fim da retorica do Manel depois do Trombolho o mandar calar com um carolo atrás da cabeça.

Que coisa. Vejam lá para onde fugiu esta conversa. Palha, é o que é. Adiante. O que interessa é que a seguir vem aí o Expresso Curto por Valdemar Cruz. É o que vai salvar a situação. Leiam. Podem crer que tem substrato e até oásis. Ao contrário do que até agora leram (se foram capazes). Amanhã é outro dia e pode ser que aconteça coisa melhor para abrir este matinal Expresso Curto que por nós no PG chega à tarde. Estilo atrazadinhos da Silva. Pois. Até amanhã, se tiverem essa paciência. Vão ler. Cliquem, se forem capazes. (MM / PG)

terça-feira, 28 de março de 2017

O MAU USO DA PALAVRA PAZ



O sistema capitalista, para não reconhecer a crise que o despedaça em frações nacionais vitimadas pela promoção irresponsável do individualismo, da competição à procura de lucro e do desprezo pela tendência humana à solidariedade fraterna, comemora o Tratado de Roma que há 60 anos combateu a guerra entre Alemanha e França.

Assim, dizem orgulhar-se da paz criada entre duas nações que se tornaram aliadas através do poder financeiro e militar. Assim ocultam  que, para fortalecer uma Europa rica, destruiram a URSS pela guerra fria, e através da NATO e seus bombardeios, a Líbia, o Egito, a Siria, o Iraque, a Jugoslávia, a Ucrânia, e vários povos do norte da África, para além de realizarem os programas terroristas dos Estados Unidos que semeiam discórdias internas em paises alheios, em todo o Oriente médio e norte europeu, em todo o mundo. A verdadeira Paz, que só existirá com a independência dos povos a caminho do próprio desenvolvimento, desapareceu até mesmo dos sonhos dos modernos governantes.

Os discursos são desonestos ao fazerem uso de termos esvaziados dos seus verdadeiros conteúdos éticos: democracia, solidariedade, estado social, respeito humano, direitos sociais, paz, soberania, independência, justiça social. Quem comemorou a queda da URSS provocada pela guerra fria que abriu caminho para as ações internacionais mais inexcrupulosas - corrupção, crimes acobertados oficialmente, banditismo generalizado, informações falsas, violações de compromissos oficiais, promoção de anti-cultura nos órgãos de comunicação social, etc - não é capaz de aceitar o direito da humanidade de optar por outro sistema sócio econômico. Impõe os seus interesses mesquinhos de elite privilegiada fazendo uso da mesma falta de excrupulos para iludir os seus seguidores. Instituiram a negação dos princípios éticos liminarmente.

INSUFICIÊNCIAS


Mariana Mortágua – Jornal de Notícias, opinião

Queriam que ficássemos mais pobres, e o país empobreceu. Queriam-nos mais flexíveis, mais baratos, e o país criou o seu batalhão de precários quinhentos-euristas. Queriam-nos mais dóceis, e o país aguentou. Aguentou a troika e o Governo Passos/Portas. Aguentou o ataque aos salários, os impostos e a humilhação. Porque em terra de cristãos a culpa não morre solteira, a preguiça é um pecado e os povos honrados pagam sempre as suas dívidas. Ou assim nos foi dito.

Tudo o que Portugal recebeu desta Europa na última década foi autoritarismo e austeridade. Uma terapia de choque sem qualquer fundamento económico ou racional. Puro radicalismo ideológico misturado com uma boa dose de preconceito. Afinal, as declarações de Dijsselbloem não são mais do que uma interpretação rasca do discurso oficial da irresponsabilidade dos países do Sul.

Se excluirmos os juros, Portugal tem hoje o saldo orçamental mais elevado da Europa. Demasiado foi sacrificado para obter esse resultado, mas dizem-nos que não chega. O Banco Central Europeu quer agora sancionar o país pelos desequilíbrios macroeconómicos. É claro que não importa para esta história que, segundo as regras, o BCE não possa interferir com o poder político. E também não interessa que, segundo o mesmo procedimento que o BCE invoca, a Alemanha deveria ser multada. Sim, porque é tão desequilibrado o défice comercial em excesso como é o excedente predatório. Não interessa nada. A Alemanha é Alemanha, a França é a França, e em Portugal não chega.

Não chega para o BCE nem para a Comissão Europeia, que veio ontem recomendar mais cortes, mais permanentes. E também no sistema financeiro não chega. Não basta vender uma parte do Novo Banco, querem garantir que o Estado não manda, mesmo quando paga. Não chega, nem nunca vai chegar.

Pois vai sendo tempo de dizer que uma Europa onde só cabe quem obedece é uma Europa onde a democracia não chega, nem nunca vai chegar. E esse, sim, é o défice mais insuportável de todos.

* Deputada do BE

Mais lidas da semana