A
novela Banco de Portugal/Carlos Costa teve hoje um novo arremesso de enredo
através do pedido daquele para “repor a verdade” na comissão parlamentar. Claro
que isso vai acontecer e Costa terá oportunidade de satisfazer o que pretende,
acredite-se ou não se acredite naquilo que ele disser. Porém, já não é isso que
está em questão. O que está em questão é que os portugueses já não confiam
nele, mesmo que por mais razão ele tenha. Afinal sempre o vimos na linha dos
que alinharam no esbulho aos portugueses mas ocultaram as verdades, verdades de
facto. Tão verdades que temos de andar a pagar as “asneiras” dos banqueiros e a
salvar bancos apesar de só existir por alternativa para muitos portugueses
passarem fome, carências inadmissíveis.
Carlos Costa empederniu-se na linha de Cavaco
Silva quando aquele disse que o BES era “seguro”, e que “estava bem”. Quando afinal não
estava. Costa, assim, passou a pertencer ao bando dos esbulhadores e mentirosos, como Ricardo
Espírito Santo, Passos Coelho, Cavaco Silva, Paulo Portas, até a atual Cristas e associados, todos esses do
anterior governo e anterior "esquema" que arrasaram os portugueses e Portugal e o venderam ao
desbarato. Carlos Costa, com dignidade, devia ter saído no dia em que o governo de António
Costa tomou posse porque o caminho que ia ser encetado era literalmente
diferente daquele que o governador do BdP serviu. Como está a ser.
O governador do BdP é visto como alguém do "antigamente" de Passos, Cavaco e adornos. maléficos. Não existe confiança que justifique que continue no desempenho do cargo. É que, como se sabe, gato escaldado até tem medo de água fria.
Está
demonstrado e é público que cometeu “falhas graves” no desempenho do cargo de governador do
Banco de Portugal. Só lhe resta demitir-se. Com dignidade. Com a dignidade que merece mas que se vai esvaindo ao protelar a sua saída. De nada adianta fazer chover no
molhado. Demita-se, senhor governador, obviamente.
A notícia corre em baixo, a seguir, sobre a carta de Costa a pedir para "repor a verdade". Ou seja, fazer chover no molhado. Inutilmente.
(CT / PG)
A
carta que Carlos Costa enviou no sentido de "repor a verdade"
O
governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, enviou hoje uma carta à
comissão parlamentar das Finanças para prestar esclarecimentos sobre o seu
papel no caso BES, disse à Lusa um deputado da comissão.
O
governador do Banco de Portugal, que tem estado debaixo de fogo nos últimos
dias, fez saber, através de uma carta, que está disponível para se explicar perante o Parlamento.
A
notícia foi avançada pela edição eletrónica do Expresso segundo a qual Carlos
Costa quer "repor a verdade" na sequência da reportagem da semana
passada, na SIC, sobre o caso BES [Banco Espírito Santo], com incidência na
atuação da instituição liderada por Carlos Costa no segundo semestre de 2013.
"Há
um conjunto de acusações à supervisão que distorcem aquilo que é a realidade do
que se passou", afirma Carlos Costa na carta, citada pelo Expresso.
As
reportagens, escreve Carlos Costa na carta, "tiveram como efeito
desacreditar a conduta do Banco de Portugal e o exercício da função de
supervisão".
Segundo
a reportagem intitulada 'Assalto ao Castelo', técnicos do BdP assinaram uma
nota informativa interna, logo em novembro de 2013, na qual punham em causa a
continuidade de quatro administradores do BES e sugeriam mesmo o afastamento
imediato do presidente, Ricardo Salgado.
Ainda
segundo o Expresso, o governador do Banco de Portugal pretende esclarecer todos
os pontos" levantados na reportagem, "em defesa do BdP e para
promover a confiança" na instituição.
O
PCP e o Bloco de Esquerda defendem a demissão de Carlos Costa do cargo de
governador, mas o primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, recusou essa
hipótese.
O
líder parlamentar socialista, Carlos César, admitiu na quinta-feira que os novos
dados que indiciam uma ação tardia do governador no caso BES constituem
"objeto de reflexão", confirmando "falhas significativas"
da supervisão.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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