O
líder parlamentar socialista afirmou hoje que os novos dados que indiciam uma
ação tardia do governador do Banco de Portugal (Bdp) no caso Banco Espírito
Santo (BES) constituem "objeto de reflexão", confirmando "falhas
significativas" da supervisão.
Esta
advertência foi transmitida por Carlos César aos jornalistas no final da
reunião semanal do Grupo Parlamentar do PS, após ter sido confrontado com o
teor da primeira parte de uma reportagem emitida na quarta-feira pela SIC sobre
o caso BES, com incidência na atuação da instituição liderada por Carlos Costa
no segundo semestre de 2013.
Segundo
essa reportagem da SIC, técnicos do BdP assinaram uma nota informativa interna,
logo em novembro de 2013, na qual punham em causa a continuidade de quatro
administradores do BES e sugeriam mesmo o afastamento imediato do presidente,
Ricardo Salgado.
"Se
as pessoas se derem ao trabalho de fazerem uma retrospetiva sobre o tratamento
dessa questão por parte do PS, vão concluir que, na oportunidade, este partido
deu a sua opinião, salientando que o Banco de Portugal podia e devia ter tido
uma intervenção nesse sentido. Mas a matéria está a ser objeto de reflexão por
quem a deve fazer", declarou o presidente dos socialistas.
Apesar
das insistentes perguntas feitas pelos jornalistas, o presidente do Grupo
Parlamentar do PS recusou-se porém a falar sobre eventuais consequências
políticas resultantes dessa reflexão que o seu partido faz sobre os novos dados
referentes à atuação do BdP no caso BES.
Para
Carlos César, em relação ao processo do BES, "não há dúvida que houve
falhas muito significativas na supervisão financeira em Portugal".
"Houve
falhas de supervisão não só no caso do BES, mas também em outros casos que
afetaram outras instituições bancárias - e quem está à frente dessa supervisão
é o governador do Banco de Portugal. A avaliação que nós [PS] já fizemos sobre
o governador do Banco de Portugal é uma avaliação que não retiramos", salientou
o líder da bancada socialista, referindo-se a Carlos Costa.
Ainda
sobre a atuação do BdP enquanto entidade de supervisão financeira, o presidente
do PS defendeu a ideia de que os portugueses, em geral, sabem qual era a
posição dos socialistas.
"Os
portugueses sabem qual foi a nossa posição em relação a uma fase que o BES
atravessou, em particular depois de terem sido emitidas orientações de gestão
àquela instituição - orientações que podiam e deviam ter sido executadas por
outra administração que não aquela que existia na altura [liderada por Ricardo
Salgado]. Portanto, sobre essa matéria já dissemos o que tínhamos a dizer há
muito tempo atrás", vincou Carlos César.
Em
suma, de acordo com o presidente do PS, o conteúdo da reportagem emitida na
quarta-feira pela SIC, "nesse caso em particular do BES, confirma aquilo
que o PS defendeu em devido tempo".
"Não
desejo falar sobre consequências, mas aquilo que saiu [na reportagem] confirma
a justeza daquilo que o PS defendeu, sobretudo através do deputado João Galamba",
acrescentou.
Lusa,
em Notícias ao Minuto - Foto: Global Imagens
Sem comentários:
Enviar um comentário