quinta-feira, 2 de março de 2017

PRESERVAR A PAZ EM MOÇAMBIQUE... NESTA QUARESMA




Presidente moçambicano apela à preservação da paz por ocasião da Quaresma

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, exortou hoje os moçambicanos a guiarem-se pelos valores da paz e da reconciliação nacional, como forma de dignificarem o espírito do período da Quaresma, que se iniciou na quarta-feira.

"Que os valores fundamentais do cristianismo, como o amor ao próximo, o perdão, a reconciliação e a paz transcendam o domínio religioso para se constituírem em valores orientadores da sociedade moçambicana, porque comungados por todos nós, independentemente das nossas diferenças religiosas e de outra índole", disse Nyusi, numa mensagem enviada à comunicação social por ocasião da Quaresma.

Na mensagem, o chefe de Estado assinalou que este período deve constituir para os moçambicanos um momento de reflexão profunda sobre os valores e princípios do cristianismo.

Filipe Nyusi apelou ainda para que os propósitos que norteiam a celebração quaresmal inspirem os moçambicanos na esperança e certeza da paz, afastando os fatores que podem minar a convivência sã, harmoniosa e pacífica.

A paz em Moçambique tem estado sob permanente ameaça nos últimos anos, devido a clivagens entre a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.

Entre 2013 e finais de 2016, o país foi assolado por ações de violência opondo as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e o braço armado da Renamo, mas desde dezembro do ano passado vigora uma trégua declarada pelo Governo e pela liderança do principal partido de oposição.

Na quarta-feira, a Renamo afirmou que o seu braço armado garante a continuação da trégua com as FDS, depois do próximo dia 05, data em que esgota o prazo da cessação dos confrontos acordada em dezembro.

Na terça-feira, o Presidente moçambicano convidou seis embaixadores acreditados em Maputo e o representante da União Europeia em Moçambique para integrarem o Grupo de Contato para o apoio ao diálogo para a paz.

Em comunicado de imprensa enviado à Lusa, a Presidência da República refere que Filipe Nyusi convidou os embaixadores do Reino Unido, Suíça, Irlanda, EUA, China, Noruega e Botsuana e o chefe da Missão da União Europeia (UE) em Moçambique para apoiarem nos esforços de estabelecimento de uma paz sustentável em Moçambique.

No final de janeiro, Filipe Nyusi anunciou o encerramento da fase que envolve a mediação internacional nas negociações de paz, considerando que os mediadores serão solicitados para as conversações entre o Governo e a Renamo caso se considere necessário.

Os trabalhos da comissão mista nas conversações do Governo e da Renamo, orientada pela equipa de mediação internacional, foram suspensos em meados de dezembro sem acordo sobre o pacote de descentralização e a cessação das hostilidades militares, dois dos temas essenciais das negociações de paz.

Na altura, o coordenador da equipa de mediação, Mario Raffaeli, indicado pela UE, disse que os mediadores só regressarão a Maputo se forem convocados pelas partes.

Apesar da falta de um acordo entre as duas delegações, as partes chegaram a uma trégua posteriormente, como resultado de conversas telefónicas entre o Presidente moçambicano e o líder da Renamo.

Além do pacote de descentralização e da cessação dos confrontos, a agenda do processo negocial integra a despartidarização das FDS e o desarmamento do braço armado da oposição, bem como a sua reintegração na vida civil.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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