Já
se sabia muito antes que uma súcia de vigaristas, ladrões, salafrários da pior estirpe estiveram em conluio para dar o golpe. Nisso houve juízes envolvidos. As novas
vêm em catadupa dos lados do Brasil. A República do Brasil está a ser
desgovernada por um enorme bando de criminosos, no dizer de imensos
brasileiros. O saque é o objetivo, a mordomia e servilismo aos EUA, ao neoliberalismo
é o que vai aguentando no poder a trupe que se diz governo e não são mais que
um bando de golpistas aprumado no salafre que está destruindo um país e negando
os direitos devidos ao seu povo. Para ler a seguir. (CT / PG)
Lista
de Fachin estremece governo Temer
Nova
onda de revelações da Lava Jato implica caciques políticos em esquema de
corrupção e pode paralisar governo. Mas muitos dos investigados podem ser
beneficiados por foro privilegiado e lentidão do STF.
Com
popularidade baixíssima, Temer deve enfrentar ainda mais dificuldadesapós novas
revelações.
O
fim do sigilo das delações dos executivos da Odebrecht, nesta terça-feira
(11/04), atingiu uma parte significativa dos caciques da política
brasileira, apontando mais uma vez a existência de um esquema de corrupção
multipartidário, que inclui governo e oposicionistas.
Na
lista dos políticos alvos de investigaçõesautorizadas pelo ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin constam cinco ex-presidentes
da República, oito ministros do governo de Michel Temer, 24 senadores, 12
governadores e 39 deputados federais. Todos foram citados nos depoimentos de
ex-diretores da Odebrecht.
Com
a abertura das investigações, a lista que era do procurador-geral, Rodrigo
Janot, se tornou a lista de Fachin. Os inquéritos finalmente tragaram de
vez para a Lava Jato siglas como o PSDB e o DEM, que agora se juntam ao PMDB,
PT e PP.
Desgaste
para ministros
Apesar
da pluralidade partidária da lista, com muitos nomes da oposição, é a situação
do governo Temer que fica mais em evidência. Chefe de uma administração que tem
apenas 10% de aprovação e que mal consegue atravessar uma semana sem enfrentar
um novo escândalo, o presidente insiste na sua posição de não tomar nenhuma
atitude em relação aos ministros implicados, que agora chegam a oito.
Temer
já deixou claro qual é sua regra: só pretende afastar temporariamente os
ministros que forem denunciados pela PGR e exonerar aqueles que se tornarem
réus. Portanto, a abertura de inquéritos não é suficiente.
Os
cargos ministeriais garantem foro privilegiado para muitos detentores sem
mandato. Em fevereiro, já sob o suspense das eventuais revelações da lista, o governo
deixou claro que estava disposto a proteger os seus quando estendeu a
prerrogativa para Moreira Franco e o promoveu a uma posição de ministro. A
permanência de muitos dos ministros também garante em parte a manutenção da
cada vez mais instável base aliada de Temer no Congresso.
Apesar
da proteção garantida pelo presidente, é provável que os ministros sofrerão com
o desgaste provocado pelas diligências que devem ser autorizadas pelo Supremo.
Além
dos ministros, a divulgação da lista atingiu em cheio líderes partidários,
caciques nacionais e regionais e articuladores de pautas no Congresso. Também
constam presidentes de comissões e relatores de projetos de reformas promovidos
por Temer.
Aliados
devem se distanciar
O
momento da divulgação não poderia ser pior para o presidente, que enfrenta
resistência da base aliada para a aprovação de projetos controversos, como a
reforma da Previdência, que agora pode atrasar ainda mais. Apesar de ter sido
pessoalmente poupado pela PGR de se tornar alvo de algum inquérito, Temer corre
o risco de ver seu já turbulento governo paralisado.
"É
um quadro que tende a piorar, mesmo sem o impacto dessa
lista", afirma o analista político Gaspard Estrada, da Sciences Po,
de Paris. "Muitos aliados estão vendo que o governo não está conseguindo
reverter esse ciclo de impopularidade e de associação com a corrupção. Com
eleições pela frente, muitos vão calcular que é melhor se dissociar do
governo."
Segundo
Estrada, o restante do governo Temer corre o risco de ser uma repetição do que
ocorreu com o governo José Sarney no final dos anos 80. "Temer pode
permanecer no poder, mas encontra cada vez mais dificuldade para controlar os
acontecimentos", disse.
No
governo da ex-presidente Dilma Rousseff, divulgações de casos de
corrupção levaram a uma paralisia do Congresso. Deputados e senadores
deixaram o andamento de projetos de lado para se voltar contra o Planalto e o
Ministério Público.
Como
o governo Temer tem uma relação mais amistosa com o Congresso, é provável que a
classe política deixe as reformas de lado para redobrar as iniciativas que
visam a autoproteção, como ocorreu no desfiguramento do pacote anticorrupção no
fim do ano passado.
No
momento, avançam discussões sobre a aprovação do voto em lista fechada, um
modelo que garantiria aos caciques partidários escolher quem deve entrar no
Congresso, o que pouparia políticos desgastados de enfrentar diretamente os
eleitores em 2018 e garantir a prerrogativa de foro. Iniciativas como a anistia
ao caixa 2 também podem voltar à pauta.
Morosidade
jurídica
Se
no aspecto político esta nova fase da Lava Jato provoca terremotos, no âmbito
jurídico as coisas devem ser mais tranquilas, pelo menos para os suspeitos com
foro privilegiado, que vão ter seus casos julgados pelo STF ou pelo STJ.
A
abertura dos inquéritos é apenas a primeira fase de uma investigação. A partir
de agora, começa a etapa de autorização de diligências para a coleta de provas
que serão usadas para embasar as acusações formais contra os investigados.
Algumas das diligências podem ser quebra de sigilo telefônico e bancário,
coleta de depoimentos e cumprimento de mandados de busca e apreensão.
O
tempo corre a favor para muitos dos investigados com foro por causa da
conhecida lentidão do STF. Mais de dois anos após a divulgação da primeira
lista de Janot, apenas cinco dos 50 políticos que foram alvos de pedidos de
inquéritos se tornaram réus. Nesse ritmo, a maior parte dos implicados na
segunda lista pode começar a ser eventualmente julgada somente após o fim do
governo Temer. No caso do Mensalão, um escândalo que tinha apenas 37 acusados,
passaram-se sete anos até o fim do julgamento.
Na
segunda lista, 42 das 108 pessoas são investigadas por suspeita de prática de
caixa 2. Entre os suspeitos com mais de 70 anos, existe um alto risco de
prescrição dos crimes antes mesmo da realização de um julgamento, já que a
partir dessa idade os prazos para a prescrição caem pela metade. Nesse grupo
estão o ministro Moreira Franco (72 anos) e os senadores José Serra (75) e
Edison Lobão (80).
Isso
também não quer dizer que os procuradores vão chegar ao ponto de incluir essas
acusações em denúncias. O fim do sigilo mostrou que em muitos casos, existem
apenas indícios da prática de crime. Os despachos não indicam contas bancárias
ou, no caso de muitos suspeitos, não indicam que já existam provas materiais
contra eles. Não é possível dizer quais políticos têm apenas contra si a
palavra de delatores.
Com
a abertura dos inquéritos, espera-se que os investigadores coletem e detalhem
melhor o que pesa contra os políticos. "É certo que o processo levará
anos. Mas, deixa esse desconforto na atmosfera política e econômica: o
mal-estar existe e ele fere, sim, a dinâmica política nacional, a normalidade
do processo legislativo; afeta as reformas e, certamente, interferirá no quadro
sucessório de logo mais, daqui a um ano e tanto", afirma o cientista
político Carlos Melo, do Insper.
Jean-Philip
Struck – Deutsche Welle
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