Raul
Diniz, opinião
O
caso Danilo dos Santos ajuda a dar forma da verdadeira dimensão da corrupção
entranhada no epicentro do regime. Essa situação mostra a pobreza que existe no
debate sobre a corrupção, que de certa maneira ajudou a colapsar em todas as
vertentes a situação politica do país. Por outro lado, percebe-se igualmente
que não pode destrinçar a atitude criminosa do filho do presidente de corrupção
centrada na imagem de José Eduardo dos Santos.
Apesar
da república ter sido transformada no país do pai banana, ainda assim a
situação é penosa e extremamente gravosa por tratar-se de um crime praticado
por um dos muitos filhos do mais alto magistrado da república.
O
eleitorado não quer o silencio do nosso candidato, e muito menos dos demais
candidatos, dos quais se esperava estarem dissociados de praticas nocivas, e
improprias para consumo, principalmente em tempo de eleições. A situação do
país é deprimente, porém, as lideranças político-partidárias não tiraram as
devidas ilações, esses apenas olham para o seu bem-estar e de seus afectivos
dependentes.
A
crise de valores éticos e morais está explanada a olhos nus e são de uma
flagrante realidade fantasmagórico, porém, os políticos não conseguem retirar
as reais ilações para ajudar a mudar o rumo desastroso que o país segue. A
imensidão de escândalos praticados pelo clã familiar do presidente Dos Santos
demonstra em certa medida uma clara e perceptibilidade de corrupção centrada na
imagem do líder do regime despótico.
Agora,
pouca ou nenhuma dúvida existe nas sucessivas declarações costumeiras do
candidato da situação não esta nem nunca esteve comprometido seriamente no
combate a corrupção. O silencio de João Lourenço em torno da compra do relógio
só ajuda comprovar que as mesmas estão nutridas de perjúrio e da ausência de
verdade exequível.
Tudo
que foi dito por JL relacionado com o combate a corrupção, não passa de puro
eufemismo doseado de engodos horripilantes descontextualizados da realidade que
o país e o povo vive. Quero assim afirmar, que a campanha contra corrupção
proclamada pelo JL está despida de qualquer credibilidade, por ter sido
tremendamente beliscado pelo silencio observado pelo MPLA aquando da inédita
atitude de Danilo dos Santos comprar um relógio, e/ou de fotografias por 500.000
dólares num leilão nos Estados Unidos.
Em
face de mais um escândalo protagonizado por um membro da família real, não se
verificou a condenação e/ou a indignação do nosso candidato João Lourenço que
se escusou de reagir contra o acontecido. Mas afinal, de que lado João Lourenço
afinal está? Do lado dos gatunos, corruptos bajuladores, ou do lado dos
espoliados? Pior de tudo que aqui foi relatado acerca do gravoso acto gravoso
praticado pelo miúdo Danilo dos Santos, é a falta de humildade dos pais do garoto.
Essa
situação coloca a nu a enorme pobreza no debate politico em Angola. Essa
situação ajudou fortemente a colapsar a estrutura do regime. Hoje o MPLA
encontra-se desestruturado e está despido de valores éticos e morais. João
Lourenço sai muito beliscado dessa episódica acção de impunidade
criminosa. É claro que expressividade exposta no discurso de combate a
corrupção passa a ser indigerível por ter sido posta em causa a sua
credibilidade.
Não
se pode continuar a banalizar o estado galopante da corrupção e ao mesmo tempo
tratar com leveza as pratica relevante de nepotismo que grassa por todo país.
Essa realidade certamente não ajuda a moralizar a ordem publico-social. Por
outro lado, a sequência de transferências financeiras ilegais para contas
ofshores, originarias da corrupção e lavagem de dinheiro praticadas pelo
próprio ditador e sua família têm que ser estancadas, elas não podem continuar
a prosperar. Essa situação vergonhosa somente será drenada quando existir em
Angola a separação dos três poderes. Sobretudo, Angola precisa ter a cabeça um
presidente munido de valores profundamente éticos, que ajude a moralizar
as instituições do estado.
Para
se ter noção da temperatura prevalecente no interior do poder, basta observar a
gravidade do ensurdecedor silêncio motiva pelo gesto insano do filho do
presidente, reflecte da parte do ditador uma gritante falta de respeito a toda
sociedade. O vergonhoso gesto do filho do presidente do feudo veio mostrar a
dimensão real do estado degradante do regime.
A
corrupção e a deslealdade do MPLA em relação ao soberano têm sido uma constante
realidade. Não se trata aqui de um caso isolado, esse irreflectido gesto do
rapaz Danilo está ligado aos inúmeros actos de puro gamanço praticados pela
família do presidente da república que ao longo do consolado de 38 anos de
usurpação do poder. É preciso não esquecer a riqueza acumulada pelo presidente
e sua família cifrada na ordem dos biliões de dólares.
Em
iguais circunstancias, a oposição parlamentar e arregimentada em torno do
poder, deles assenhorou-se um aflitivo medo reconhecido no silêncio. Até aqui
ainda não ouviu nenhum pronunciamento de reprovação da parte dos nossos
candidatos presidenciais acobardados. A luz do dia eles se negam a contrariar o
todo poderoso ditador. Cada vez mais essa gentalha se parece uns dos outros,
como soi dizer-se, são tão iguais até mesmo nas diferenças.
Essa
realidade vem comprovar a ausência de valores defendidos por João Lourenço, o
candidato do MPLA deseja obter a todo custo o poder pelo poder. Fica também
demonstrado o desejo ardente de JL continuar a militar em torno de mentiras
maquiada como verdades. É caso para reportar o académico, musico e politico
Zeca Afonso, que cantava assim: (eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem
tudo e não deixam nada). A hora e o momento são de mudança senhores donos da
nossa Angola. Nós militantes extra-CAPs queremos a mudança, e o povo agradece.
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