“Por todos los caminos les vamos
a hacer resistência. Com estas palabras, certeras como su propira punteria, el
Comandante en Jefe Fidel Castro preludia desde los dias de Abril de 1958, la
ofensiva de verano que el Ejército de la dictadura lanzará contra el Primer
Frente Rebelde y la tenaz defensa de esse território por las fuerzas
guerrilleras, en el firme de la Sierra Maestra” – do livro “La
Victoria estratégica”, de Fidel Castro Ruz (oferta dos meus camaradas e
companheiros de luta José Manuel Silva e Jorge Silva, “Sapo”).
Martinho Júnior | Luanda
1- A luta armada, radicalizada
contra um dos mais empedernidos e corruptos fascismos, avassalado ao poder do
império, marcou desde o início a primeira campanha do Movimento 26 de Julho, inaugurada
com o desembarque do Granma e a afirmação de domínio no inexpugnável baluarte
guerrilheiro da Sierra Maestra e da clandestinidade urbana em Santiago de Cuba,
a leste do território da maior das Antilhas.
Nas trilhas da Sierra Maestra às
poucas dezenas de sobreviventes do desembarque do Granma, pouco a pouco
vieram-se juntar torrentes de homens motivados, aspirando à liberdade, à
independência e à soberania em Cuba, não mais apenas como uma revolta de
escravos que rompiam velhas grilhetas, mas sobretudo enquanto combatentes
animados por um dever patriótico revolucionário, que das veredas das
guerrilhas, começaram a abrir as avenidas próprias duma longa história de
resgates por fazer!
O livro detalha a primeira grande
vitória estratégica, que passou por uma necessidade intrínseca de sobrevivência
e vontade de vencer, um teste que foi servindo ao longo da vida dos que foram
guerrilheiros vanguardistas e souberam transmitir a todo o povo cubano e outros
povos, integrando-os com seu próprio exemplo nas fileiras revolucionárias, a
essência duma sabedoria que numa lógica com sentido de vida se abre e transmite
hoje inexoravelmente a toda a humanidade!
2- … E as vitórias estratégicas
sucederam-se imparavelmente desde aí, mesmo que alguns sugiram que em muitas
frentes de luta houvesse derrotas!
Assim foi por que na luta sempre
houve capacidade estratégica alicerçada, inteligente e firme na observância
dialéctica materialista da história e nessa via desburocratizada e ardente,
esteve sempre presente a lúcida noção do que fazer e do como fazer para se
alcançar um mundo mais justo, mais equilibrado e mentalmente saudável, um mundo
melhor para toda a humanidade!
Ao longo dessas avenidas tornadas
pujantes artérias abertas na América Latina e em África, tal como nos
primórdios do Movimento 26 de Julho, o fascismo, o colonialismo, o “apartheid” e
muitas das suas sequelas que davam e dão corpo à perversidade neocolonial,
foram sempre identificáveis e assim como identificados foram os inimigos a
vencer, pois os resgates só poderiam ter início com autodeterminação,
independência e uma visão progressista para todos os deserdados da Terra!...
… Recorde-se:
Quantos Vietnames houve que
multiplicar!?...
3- De Vietname em Vietname,
balanceie-se assim em relação à América Latina, entre o tanto que há a
balancear, como Fidel vive:
Cuba foi expulsa da Organização
dos Estados Americanos, que o Comandante Fidel considerava de “Ministério
das Colónias dos Estados Unidos” todavia, décadas depois, toda a América
Latina, unanimemente, votou pelo seu regresso… Cuba renunciou dignamente ao seu
retorno, por que entretanto não havia mais tempo a perder, nem viabilidade
ética para esse retorno identificado com o passado: organizações livres,
voltadas para um futuro de progresso dos povos e de integração, ao nível da
ALBA, da CELAC, do CARICOM, da UNASUR e outras, davam garantias de não mais ser
possível marcar o passo do retrocesso à era das trevas e das vassalagens!...
O Che morria fisicamente na
Bolívia, esmagado pelas conexões da CIA, pelos fantoches do costume e pela
perfídia de alguns traidores, mas a epopeia internacionalista do Che não morreu
de tédio e levanta-se hoje com a memória fogosa dos povos, uma memória ávida de
causas justas e dum amor rigoroso para com toda a humanidade… e na Bolívia
ergue-se hoje um país progressista e sensível ao legado da identidade dos seus
povos indígenas, emergindo das veias abertas pelo colonialismo nas Américas
como outra das oxigenadas artérias!...
Semearam a Operação Condor,
perante o exemplo de Cuba revolucionária e rebelde, as defesas torcionárias das
fortalezas do neocolonialismo e das agenciadas oligarquias latino-americanas
fantoches do império, sustentáculo então do embrião da hegemonia unipolar,
emergindo dum passado de horrores nazis e da Escola das Américas… mas das
entranhas das ditaduras que queriam impedir com as mãos os ventos da dignidade,
da solidariedade e do internacionalismo, outra América se ergue, duzentos anos
depois de suas primeiras bandeiras e enfrenta clarividente, particularmente na
Venezuela Bolivariana, a segunda vaga do Condor, sem jamais se deixar
intimidar!...
4- Como se pode balancear em
relação a África:
Perante um Condor não declarado
da internacional fascista instalado enquanto colonialismo, “apartheid” e
tantas de suas sequelas, perante um corpo inerte onde cada abutre vinha
depenicar o seu pedaço, de Argel ao Cabo da Boa Esperança, Cuba revolucionária
ergueu-se em irmandade com o movimento de libertação em África, disposta a
desencadear a Operação Carlota até aos horizontes dos imensos resgates que há a
realizar... e tudo isso ocorreu no preciso sentido contrário da visão do Cabo
ao Cairo do colonialismo britânico sob a égide de Cecil John Rhodes!
Dizia o Che, rigoroso, honesto,
digno e exigente para consigo próprio, que a sua passagem por África teria
sido “a história de um fracasso”… todavia a sua semente não caiu num
estéril deserto e à internacional fascista da África Austral, tecida
secretamente nas teias do Exercício ALCORA, o movimento de libertação ergueu-se
em estreita aliança com a revolução cubana, levou até ao fim a sua saga de
linha da frente contra o colonialismo e o “apartheid” e persiste na
sua luta contra as sequelas que se acobertam do capitalismo neoliberal e de sua
terapia post traumática!
África que continua a ser
assolada pela doença e pela ignorância própria dos que integram a cauda dos
Índices de Desenvolvimento Humano, tem numa Cuba revolucionária, solidária e
internacionalista, Cuba tantas décadas dirigida pela clarividência do
Comandante Fidel, garantia de indefectível irmandade transatlântica, disponível
para os imensos resgates que em comum há que realizar!
5- Mas as vitórias
geoestratégicas, perante as crises contemporâneas estimularam outro nível de
respostas sempre na unicidade entre teoria e prática, sublimando a dialética
histórica com o pensamento e a prática do próprio Fidel:
O Comandante foi dos primeiros a
alertar que ao haver uma espécie em perigo, o homem, estar também a ser
afectada a Mãe Terra, garante da vida tal qual a conhecemos, a nossa “casa
comum”, o pequeno planeta azul!
O Comandante foi dos primeiros a,
entendendo a constante necessidade de desburocratização do socialismo e para
que Cuba jamais fosse uma fruta madura a cair da árvore para o banquete dos
poderosos, graduar o processo cultural revolucionário, estendendo-o às artes, à
investigação e às ciências, como à democracia participativa, de forma a superar
todo o tipo de riscos inerentes ao bloqueio e às mais diversas agressões que
sobre o povo cubano têm sido lançadas pelo actual quadro de hegemonia unipolar
(como antes pelo império), o processo agenciado pela aristocracia financeira
mundial desde aqueles remotos anos post IIª Guerra Mundial!
O Comandante foi ainda dos
primeiros a procurar respostas clarividentes a todo o tipo de fenómenos
inerentes ao capitalismo neoliberal e suas transversalidades, até por que Cuba
bloqueada era um laboratório dilecto, onde tudo o que fosse tenebroso era
experimentado em primeiro lugar para, ainda que as experiências não resultassem
ali, fossem utilizadas com adaptações nas contínuas agressões a outras nações,
estados e povos, por parte da hegemonia unipolar!... algo inerente ao actual
domínio nas comunicações globais, por parte dos interesses privados da
aristocracia financeira mundial!...
6- As vitórias estratégicas de
toda a humanidade não se cingem hoje às vitórias estratégicas resultantes do
pensamento e da acção directa do Comandante Fidel com ele em vida (e de todos
aqueles que a partir da saga dos Comandantes revolucionários e dos libertadores
dos continentes, deram substância à lógica com sentido de vida)!
A singularidade humana de Fidel
ilumina enquanto vanguarda outras vanguardas que se disseminam, fluindo da
visão do monolítico onde repousam suas cinzas!
Dessas multiplicadas vanguardas,
despertam algumas das presentes gerações, como as futuras para uma capacidade
de luta que expandirá as artérias oxigenadas continentes adentro, ali onde
ainda medram os mais obscuros rincões da Terra, onde Fidel palpita numa latente
rebeldia!
A batalha das ideias está mais
acesa que nunca, apesar do domínio avassalador de 1% nas comunicações globais e
é uma incontornável transversalidade para a perversidade dos termos da
hegemonia unipolar nos processos correntes de globalização capitalista neoliberal,
por que é dialeticamente contraditória a esses interesses dominantes e contra a
vontade estruturalista e sectária dos poderosos da Terra!
O grito de “a Luta Continua”,
é inerente ao processo dialético global do lado dos deserdados da Terra e isso
confere uma imensa responsabilidade, individual e colectiva, à paz e a todos os
progressistas e combatentes da liberdade, mais agora face às avassaladoras
crises que em cadeia assolam humanidade e Mãe Terra!
Aí Fidel está bem desperto e
vive!
Inspirados no pensamento e na
prática vanguardista de Fidel, inspirados na pedra filosofal que é o singular
túmulo onde repousam suas cinzas em Santa Efigénia, onde tantos se irão rever e
buscar energia acima de suas próprias forças e capacidades, na heroica Santiago
de Cuba e face a face à persistente ocupação de Guantánamo, assim como “pátria
es humanidade”, há outra certeza em honra da exemplar dignidade de Fidel: A
LUTA CONTINUA!
Martinho Júnior - Luanda, 25 de Novembro de 2017,
1º aniversário do desaparecimento físico do Comandante Fidel de Castro Ruz.
Ilustrações extraídas de La
victoria estratégica | La victoria estratégica – http://www.granma.cu/granmad/secciones/la_victoria_estrategica/index.html
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