sexta-feira, 21 de julho de 2017

Timor-Leste | Eleições | Da euforia da campanha à calma da reflexão, sem cartazes



António Sampaio

Timor-Leste está em período de reflexão para as legislativas de sábado e o melhor símbolo disso, depois da euforia e da festa da campanha, é o vazio dos 'outdoors' gigantes de onde desapareceram os cartazes dos partidos.

Como que por magia desapareceram bandeiras, cartazes e faixas penduradas em casas, edifícios, postes elétricos e em 'outdoors' gigantes em vários pontos da cidade.

Até os autocolantes que foram colocados em paredes ou em postes parecem ter desaparecido numa operação que foi concluída durante a noite de quarta-feira e madrugada de hoje.

Depois de nos últimos dois dias a cidade ter sido dominada por caravanas dos dois maiores partidos do país, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), hoje Díli recuperou a normalidade urbana.

Visíveis são já os sinais do que será o arranque da grande mobilidade para o voto. Estima-se que cerca de metade dos eleitores timorenses se desloquem para votar no sábado, alguns para zonas ou locais mais remotos.

Portugal | DA NOITE PARA O DIA



Manuel Carvalho da Silva | Jornal de Notícias | opinião

No início de 2016, podíamos ter esperança, mas não sabíamos se Portugal iria resistir ao autêntico assédio da União Europeia e de outros credores contra a nova maioria parlamentar e respetiva solução governativa e, por arrasto, contra o país. As interrogações dos portugueses perante uma solução nova e inovadora e, acima de tudo, as cargas de desconfiança que a Direita e Cavaco Silva colocavam na "geringonça" traziam para a sociedade uma perspetiva de possível falhanço.

Quando se observam as pontuais mas significativas melhorias das condições de vida de milhões de portugueses, as alterações nos indicadores económicos ou nos níveis de confiança em vários campos, só podemos concluir que, desde o outono de 2015 até à passada quarta-feira, dia em que a Assembleia da República (AR) discutiu o Estado da Nação, a mudança é quase da noite para o dia, mesmo que esse dia não seja, e não é, de céu limpo. Não há razões para pessimismo perante nuvens provocadas por problemas conjunturais, mas de forma alguma nos podemos deslumbrar. É caso para dizer que, por detrás do desafogo que permite respirar melhor, há mesmo diabos à espera de oportunidade.

O desemprego apesar de vir diminuindo mantém-se elevado, continuando a impelir os jovens para a emigração e a impedir regressos. A dívida mantém-se muito alta, constituindo um grave problema estrutural que, de forma alguma, pode ser escamoteado. Os salários continuam muito baixos para a maioria dos portugueses e as precariedades acentuam-se. Existem claros indícios de dinâmicas especulativas no setor imobiliário, pelo menos nas grandes cidades, que dificultam a vida a quem procura habitação e podem degenerar em "bolhas", diferentes das anteriores nas causas mas semelhantes nas consequências.

Nuvens | ADN DOS MILITARES DE HITLER NA FRANÇA OCUPADA ESTÃO NOS "CÉUS" DA ALTICE?


Valdemar Cruz serviu hoje o Expresso Curto. Aborda muitos temas. Ele nunca se fez rogado. Avante. De tanto que serve selecionamos a PT, MEO… Por outras palavras: os esclavagistas e negreiros da Altice. Este foi um negócio de Passos Coelho e aqui está à vista – excepto o que ainda está escondido – o negócio que fez. Provavelmente quando deixar a política mais ativa tem por ali cargo assegurado. Nunca se sabe. Negócios são negócios. A seu tempo veremos se o palpite é certo ou errado. Passo ou outro da mesma espécie. Eles são tantos!

Pois esses tais negreiros e esclavagistas a que chamam CEO já estão a somar quase 2 mil despedimentos, e querem isto e aquilo. Até já foi declarado por um destes mastodontes do capitalismo selvagem que o ideal era não ter de pagar ordenados aos empregados… Com a tal mentalidade fascistóide vê-se mesmo que é parceiro de Passos, de Cavaco e de mais uns quantos que por aí abundam e nos tramam. O que o tal CEO quer é que trabalhem de borla. Empresa franco-israelita… Há gente mesmo feia, porca, má… e judia. Quanto aos francos, o chauvinismo prevalece e o ADN ali deixado pelos homens de Hitler, no truca-truca às francesas, é, provavelmente, responsável pela herança nazi de algum destes CEO. Pois. E os céus não querem esperar. De uma assentada vão despedir 2 mil empregados, pelo menos. É o que já estimam os mais pessimistas. E é provável, se o governo, os trabalhadores, os sindicatos, alguém, não lhes souber pôr um travão e lhes der um grande pontapé nos traseiros.

Leia mais em produto eleborado por Valdemar Cruz e ainda uma peça que está a seguir ao Curto, da lavra de Anabela Campos, também do Expresso. Eis o título: “O posto de trabalho é MEO”: modelo da Altice e trabalhadores transferidos motiva greve histórica

Se continuar a ler vai ficar esclarecido, por agora.

MM | PG

“O posto de trabalho é MEO”: modelo da Altice e trabalhadores transferidos motiva greve histórica



Desde 2006 que os trabalhadores da PT não se mobilizam para uma greve geral contra as condições de trabalho - voltam a fazê-lo esta sexta-feira. Temem despedimento em massa, querem regresso dos trabalhadores à MEO e dizem que há um ambiente intimidatório. BE fala em “faroeste laboral” por parte da Altice. PCP defende a recuperação do controlo público da PT

Os trabalhadores da PT, empresa controlada pela franco-israelita Altice, vão estar esta sexta-feira na rua a protestar contra as novas condições de trabalho e a transmissibilidade de trabalhadores da PT para empresas externas à operadora, uma estratégia de gestão iniciada recentemente. Os trabalhadores temem que este seja o princípio de um processo que poderá levar a um elevado número de despedimentos. O Expresso noticiou, recorde-se, que a Altice chegou a contactar o Governo no sentido de perceber qual a recetividade para avançar com um processo de rescisão bem acima das quotas atuais. Em causa estaria a saída de cerca de três mil trabalhadores.

“Há uma grande motivação para participar na greve geral com o objetivo de contestar o atual modelo de gestão. Apesar do ambiente intimidatório na empresa, acreditamos que irá pesar mais a vontade de fazer greve e lutar por um futuro melhor do que o ambiente persecutório sentido pelos trabalhadores”, diz Francisco Gonçalves, membro da direção da comissão de trabalhadores da PT. “Esta utilização da lei leva à precarização dos trabalhadores e gera preocupação. Até agora foram transferidas, através da figura da transmissibilidade, 155 trabalhadores para outras empresas, e não acreditamos que fique por aqui. Por isso, não descansaremos enquanto estes trabalhadores não regressarem à MEO.”

EUA, ESTADO DAS GUERRAS



Nicolas J. S. Davies [*]

Cada país destruído ou desestabilizado pela ação militar dos EUA é agora terreno fértil para o terrorismo.

Este é o estado de guerra nos Estados Unidos em julho de 2017.

A campanha de bombardeamentos dos EUA no Iraque e na Síria tornou-se a mais severa desde os bombardeamentos do Vietname, Camboja e Laos nos anos 1960-70, com 84 mil bombas e mísseis lançados entre 2014 e no final de maio de 2017. Quase o triplo das 29.200 bombas e mísseis lançados no Iraque na campanha "Choque e Pavor" ("Shock and Awe") de 2003.

A administração Obama procedeu à escalada de bombardeamentos em outubro passado, quando se iniciou o assalto americano-iraquiano a Mossul, sendo lançadas 12 290 bombas e mísseis entre outubro e o final de Janeiro quando Presidente Obama deixou o cargo. A administração de Trump agravou ainda mais a campanha, lançando 14 965 bombas e mísseis desde o primeiro dia de fevereiro. Maio pode vir a ser o mês de mais intensos bombardeamentos, com 4 374 bombas e mísseis lançados.

O grupo de monitorização Airwars.org, baseado no Reino Unido, elaborou relatórios em que entre 12 mil e 18 mil civis foram mortos durante quase três anos de bombardeamento norte-americano no Iraque e na Síria. Estes relatórios só podem ser a ponta do iceberg, o verdadeiro número de civis mortos pode muito bem ultrapassar os 100 mil, com base na relação típica entre mortes relatadas e mortes reais em anteriores zonas de guerra.

PÓS-CAPITALISMO: A DIMENSÃO SENSÍVEL



Qualquer projeto político precisa propor, também, outros modos de sentir e desejar. Como superar a competição perpétua, acumulação obsessiva e banalização dos afetos que caracterizam o neoliberalismo?

Amador Fernández-Savater | Outras Palavras | Tradução: Inês Castilho | Imagem:Henri Cartier-Bresson

Nos anos 70, o cineasta italiano Pier Paolo Pasolini propôs pensar o conflito político como uma disputa fundamentalmente antropológica: entre diferentes modos de ser, sensibilidades, ideias de felicidade. Uma força política não é nada (não tem nenhuma força) se não se enraiza em um “mundo” que rivalize com o dominante em termos de formas de vida desejáveis.

Enquanto os “homens políticos” de seu tempo (dirigentes de partido, militantes de vanguarda, teóricos críticos) miravam o poder estatal como o lugar privilegiado para a transformação social (toma-se o poder e muda-se a sociedade a partir de cima), Pasolini advertia – com sensibilidade poética, isto é, sismográfica – que o capitalismo estava avançando mediante um processo de “homologação cultural” que arruinava os “outros mundos” (campesinos, proletários, subproletários), contagiando os valores e modelos de consumo “horizontalmente”: através da moda, da publicidade, da informação, da televisão, da cultura de massas etc. O novo poder não emana, irradia ou desce de um lugar central, antes se propaga “indiretamente, na vivência, no existencial, no concreto”, dizia Pasolini.

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