domingo, 1 de outubro de 2017

ADEUS CASTELA | Catalunha. Número de feridos aumenta para 761 e até as polícias se confrontam





Maioria das urnas continuam abertas (18:30), mas o sistema informático criado pela Generalitat está em baixo. Guarda Nacional e Mossos d'Esquadra confrontam-se sem violência. 

A presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, anunciou que 460 pessoas ficaram feridas ao longo da manhã e início da tarde em confrontos com a polícia espanhola, um pouco por toda a região catalã. “Como presidente da Câmara de Barcelona, exijo um fim imediato às cargas policiais contra a população indefesa”, lançou Colau no Twitter.

O número de feridos foi entretanto atualizado pelos meios de comunicação locais para 761.

A meio da tarde deste domingo continuam a surgir novas imagens de confrontos entre as polícias nacionais espanholas e eleitores catalães nos locais de votos, que são ainda alvos de rusgas, várias horas depois da abertura das urnas. Mas surge um tema novo: imagens da polícia local catalã, os Mossos d’Esquadra, em confronto com a Guarda Civil.

Os Mossos d’Esquadra (polícia catalã) recusaram-se a participar nas operações de remoção das pessoas concentradas nos locais de votos durante a manhã, assim como nos controlos de motim. A Guarda Civil, militarizada e nacional, começou a difundir imagens de escaramuças entre as duas autoridades e de mossos não intercedendo contra o referendo.

Ao início da tarde, na última atualização, o número de feridos situava-se perto das 350 pessoas, algumas em estado grave. A maioria dos ferimentos aconteceu de manhã, com a entrada violenta da polícia espanhola em locais onde se estendiam filas com dezenas de pessoas, que esperavam para votar e se viram escorraçados com brutalidade.

São comuns as imagens de jovens, homens, mulheres e idosos atirados pelo ar ou arrastados pelo chão, recusando-se a abandonar os edifícios do referendo. O Ministério do Interior afirma ter encerrado mais de 90 locais de voto só este domingo. Já os Mossos d’Esquadra divulgaram esta tarde terem encerrado 244 urnas para o referendo.

Contas feitas, e acreditando nos números do governo regional catalão, a maioria das mais de duas mil urnas instaladas este domingo continua aberta. O sistema informático que a Generalitat criou para impedir votos repetidos – o referendo é universal e as delegações de voto não estão distribuídas por residência – parece, contudo, em baixo.

Colau votou em branco na manhã deste domingo. A alcaidesa, que assumiu por vezes uma postura ambígua em relação ao referendo, acabando por dizer, há semanas, que faria o melhor para que ele acontecesse, insurgiu-se nos últimos dias contra o governo de Mariano Rajoy pelo número de polícias enviados para a Catalunha.

“Um presidente de governo cobarde inundou de polícias a nossa cidade”, escreveu Colau na manhã deste domingo, mais tarde dizendo-se “emocionada” com o facto de a violência da polícia não ter dissuadido dezenas de milhares de pessoas de votar. “Votei indignada pela repressão policial, mas também esperançada pela resposta exemplar de cidadania.”

Jornal i

Portugal | Autárquicas 2017 | PSD COM PASSOS ESTÁ NA MAIOR... DERROTA




Mário Motta, Lisboa

"Que se lixem as eleições", deram a saber alguns PSDs quando ainda Passos era primeiro-ministro. Ele referia-se às eleições legislativas passadas, em que mesmo com o CDS não conseguiu a maioria. Por isso mesmo avançou a aliança parlamentar entre o PS, o Bloco e o PCP. Uma maioria estável que apoia o governo vigente do Partido Socialista, com António Costa em PM.

"Que se lixem as eleições", disse Passos Coelho. Lixaram-se. 

Também por tudo e por nada o aldrabão-mor (Passos Coelho) evoca o diabo. Que vem aí o diabo, que venderam a alma ao diabo... Passos deve ser um adulador de Satanás que nem por isso recebe recompensa desse tal Satã e em vez disso o seu diabo faz-lhe a vida negra, tão negra como barrote queimado nas labaredas do inferno onde habita.

O PSD nestas autárquicas já conta com uma derrota estrondosa, em alguns casos fica-se atrás do CDS de Cristas, Lisboa é evidência. Mas há mais pelo país.

Ferreira Leite disse que Passos deve demitir-se, deve dar o lugar a outro. Que pena. É que se tal acontecer Passos não terá mais oportunidade de arrasar ainda mais a posição já tão menorizada do PSD. E isso era muito bom para os portugueses. Principalmente para os que às ordens de Passos enquanto primeiro-ministro foram votados à fome, à miséria, ao desemprego recordista, ao desprezo, ao roubo puro e duro dos mais carenciados. Que tão esbulhados foram por Passos e pelas suas políticas, de mão dada com Paulo Portas e mais uns quantos sicários que assumiram posições e decisões características e comprovadas de inimigos do povo português e de Portugal.

Deixem-no continuar em chefão do PSD. Até se torna muito atrativo ver um cadáver político chefiar um partido, para mais o PSD. Só assim o PSD ficará sempre na maior... desgraça. Afinal essa é a paga pela desgraça a que Passos e o PSD votaram os portugueses durante quatro tenebrosos anos. Deixem-no ficar, assim, tal e qual o zumbi que merece continuar a ser. Deixem-no ficar...

Portugal | Autárquicas 2017 | Taxa de abstenção entre 40,3% e 48%, indicam projeções



A taxa de abstenção nas eleições para as autarquias locais situou-se entre os 40,03% e os 48%, indicam as projeções divulgadas pela RTP, SIC e TVI.

Segundo a previsão da RTP, a abstenção ficará entre os 42 e os 47%. O estudo da SIC indica uma taxa entre 40,3 e 44,8% e a TVI avançou com uma projeção de 44 a 48%.

Nas autárquicas de 2013, a taxa de abstenção atingiu os 47,4%, a mais elevada desde as primeiras eleições locais, em 1976.

Hoje, a afluência às urnas até às 16:00 foi de 44,39%, um valor superior ao registado no anterior ato eleitoral autárquico (43,43%), à mesma hora, segundo dados do Ministério da Administração Interna.

Nas eleições de 2009, a taxa de abstenção situou-se nos 40,99%, sustentando uma tendência de diminuição da participação eleitoral nas eleições locais, iniciada no escrutínio de 1982, com uma taxa de 28,64%.

Nas autárquicas de 1985 a abstenção subiu para os 36,09% e em 1989 para os 39,1%, segundo dados da Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna - Administração Eleitoral.

Na década de 90, a percentagem de abstencionistas situou-se entre os 36,6% nas autárquicas de 1993, e 39,9% nas eleições de 1997.

Nas autárquicas de 2001, a abstenção tinha sido semelhante às anteriores, 39,88%. E, em 2005, o nível de abstenção desceu apenas algumas casas decimais, com 39,02%, para voltar a subir em 2009 até aos 40,99%.

As eleições autárquicas mais participadas de sempre foram as de 1979, com uma taxa de abstenção 26,24%. As primeiras eleições autárquicas em democracia, em 1976, registaram 35,42% de abstenção.

Lusa | em TSF | Foto: Jorge Amaral/Global Imagens

DEIR EZ-ZOR, A VIRAGEM FINAL APROXIMA-SE!



Martinho Júnior | Luanda 

1- A vitória dos emergentes, a vitória da Síria, assim como a vitória do Iraque, começa a aprontar-se para as questões finais!

A “civilização judaico-cristã ocidental”, segundo a batuta da orquestra que integra os Estados Unidos, a NATO, os falcões de Israel e os aliados das monarquias arábicas são os grandes derrotados!

As ementas neoliberais, que promovem a hegemonia unipolar para os da “civilização judaico-cristã ocidental” e o caos, o terrorismo e a desagregação para o resto do mundo, se ética e moralmente já há muito estão derrotados, agora estão sem soluções económicas, de inteligência, militares, ou outras, pelo que, sem cosmética resta esconder a cabeça na areia escaldante dos desertos da região!

2- As alianças mais perversas vão ficando a descoberto, pelas notícias que vão chegando dos fronts e da diplomacia: sabe-se hoje com cada vez mais consistência, quem financiou o Estado Islâmico, as redes da Al Qaeda (qualquer que o nome por que se esconde), ou os grupos “moderados” (só a hipocrisia e o cinismo “ocidental” tinha possibilidade de criar uma ilusão dessas) e à medida que tudo entra em colapso do lado dos projectos da “coligação”, a crueza da verdade vem ao de cima, como o azeite sobre a água!

O Estado Islâmico já perdeu 70% do território que controlava na Síria e até ao seu fim haverá uma aceleração das ofensivas sírias.

Os “aliados” curdos têm a oportunidade agora de ensaiar uma saída para a armadilha em que se encontram em função da “coligação”, sabendo-se que o seu papel contra o Estado Islâmico e as redes da Al Qaeda não foi decisivo, nem na Síria, nem no Iraque, quanto queriam os media da hegemonia fazer crer.

Na Síria, por exemplo, alimentam um pântano em Raqqa, que ainda não foi totalmente tomada, enquanto as Forças Árabes Sírias tomaram Deir ez-Zor e avançaram para território a norte do rio Eufrates, onde Rojava tem tido quase expressão única.

A Síria está disposta a não deixar para outros os seus poços de petróleo e gás e, se os curdos ripostarem aos avanços das Forças Árabes Sírias, arriscam-se a receber o mesmo tratamento que o Estado Islâmico e os grupos da Al Qaeda (ainda que com o rótulo de “moderados”) têm sofrido.

Só depois da Alemanha decidir



Manuel Carvalho Da Silva | Jornal de Notícias | opinião

A discussão sobre o futuro do euro e da União Europeia (UE) tinha de ficar para depois das eleições alemãs. Antes disso nada feito. Assim pensavam e diziam, quer o primeiro-ministro português, quer o presidente francês. Acontece que das eleições alemãs resultou uma perda substancial de votos e de deputados dos partidos da anterior coligação - com forte queda da força política de Merkel - e uma subida da extrema-direita, que teve entrada de rompante no parlamento, bem como do Partido Liberal.

Do ponto de vista interno, estas eleições mostraram um país dividido: um país onde os frutos da pujança económica são mal distribuídos, e onde o ressentimento social se transforma em reações xenófobas e fascistas, como as alardeadas pelo partido de extrema-direita. Ora, sendo esta realidade interna resultado de políticas que têm agravado precariedades, condições de trabalho, qualidade de emprego e fatores de desigualdade; sendo o Partido Liberal assumidamente um partido "dos negócios", que coloca como linha vermelha para a sua participação no novo Governo a existência de qualquer reforço orçamental europeu que contribua para a coesão; estando a Alemanha a beneficiar (veja-se os excedentes recorde da sua economia) do rumo que impôs à UE, é claro que não se vislumbram razões de esperança para a resolução dos grandes problemas desta, vindos do Governo mais poderoso da Europa Ocidental.

Mas afoito, até porque precisa de cortinas de fumo que escondam a sua perda de credibilidade interna, o presidente francês programou para a terça-feira que se seguiu às eleições alemãs o seu discurso, o que foi propagandeado como uma importante declaração sobre o futuro da União Europeia. E lá fez um discurso "arrojado" na forma, bem menos no conteúdo.

Catalunha | Apesar da repressão querem “ser como os portugueses e alcançar a liberdade”



"Queremos ser como os portugueses e alcançar a nossa liberdade. Estamos fartos dos espanhóis a sacar o que é nosso", disse à Lusa Eulàlia Vilalta.

Catalunha: 465 pessoas atendidas nos hospitais e centros de saúde

Feridos em resultado das cargas policiais na jornada do referendo

O departamento de saúde do governo catalão anunciou que 465 pessoas foram atendidas hoje nos hospitais e centros de saúde, "na sequência das cargas policiais", para impedir o referendo pela independência na região.

O 'Departament de Salut' [equivalente regional do ministério da Saúde] fala em 465 feridos "relacionados com as cargas dos corpos policiais durante a jornada do referendo".

"O Serviço de Emergências Médicas (SEM), os centros de cuidados continuados e os hospitais atenderam um total de 465 pessoas. Os dois feridos em estado mais grave estão nos hospitais de Sant Pau e Vall d'Hebron", informou em comunicado.

A mesma nota, publicada no site oficial do Departament de Salut, informa que 216 dos feridos foram atendidos na região de Barcelona, 80 em Girona e 64 em Lleida.

Um dos casos mais graves é o de uma pessoa ferida num olho por um projétil de borracha (em forma de bola), que foi operada no hospital de Sant Pau.

A meio da tarde os Serviços de Saúde da Catalunha informaram que o número de pessoas feridas nos distúrbios ascendia a 91 pessoas, um número muito inferior ao que o governo regional catalão estava a divulgar nessa altura: 337.

Um porta-voz dos Serviços de Saúde catalães confirmou que tinham dado entrada nos hospitais e centros de saúde 337 pessoas, mas que muitas delas tinham sido atendidas por se terem sentido mal ou por problemas ligeiros [tonturas, ataques de ansiedade, indisposições].

"Entre estes [337] contam-se 90 feridos e um ferido grave, num olho", indicou a mesma fonte.

A justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado para hoje pelo governo regional catalão e deu ordem para que a polícia regional fechasse os locais de votação.

Face à inação da polícia regional em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola. Foram estes corpos de polícia de âmbito nacional que então protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo.

A Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola realizaram cargas policiais e entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido ocupadas por pais, alunos e residentes, numa tentativa de garantir que os locais permaneceriam abertos.

Estas forças retiraram pessoas que ocupavam locais de votação, tendo mesmo ocupado o pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da Generalitat, Carles Puigdemont.

O presidente catalão acabaria por votar noutro local.

Lusa | em Diário de Notícias

Governo de Rajoy terá de "acabar por responder perante os tribunais"

Dia do referendo na Catalunha marcado por incidentes e detenções

O dia do referendo pela independência da Catalunha começou marcado por momentos de tensão e violência. Há registos de 460 feridos em confrontos com a polícia e o governo da Catalunha responsabiliza o governo central.

Têm sido distribuídos cravos de várias cores nas mesas de voto. "Queremos ser como os portugueses e alcançar a nossa liberdade. Estamos fartos dos espanhóis a sacar o que é nosso", disse à Lusa Eulàlia Vilalta.

As autoridades espanholas tentam impedir a votação, já que o referendo foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional. Ainda assim, algumas pessoas conseguiram votar.

Diário de Notícias

TERRORISTA RAJOY | GENERALÍSSIMO DE CASTELA ATERRORIZA A CATALUNHA



É fecundo o noticiário que versa o referendo na Catalunha e a repressão terrorista dos mastins policiais às ordens do Generalíssimo Rajoy e do rei do país que não é nação mas sim um estado de nações – até Paulo Portas o reconheceu ontem ao referir-se à Espanha (que quer ser uma nação sem o ser de facto). Depreende-se que em democracia uma dessas nações ou mais pretendam a independência e libertação das amarras que os prendem aos ocupantes castelhanos. Por isso a necessidade e importância  do referendo.

Mais de três centenas de feridos recorreram aos hospitais, devido aos maus-tratos policiais. Agredir sem olhar a quem só porque a nação Catalunha decidiu referendar se devem continuar ocupados por Castela ou não.

O Jornal de Notícias foi o selecionado pelo PG para trazer aqui parte do testemunho terrorista-castelhano que está a acontecer hoje na Catalunha. Não só em texto mas também em algumas imagens que ferem sensibilidades por se ver idosos muito agredidos pelos mastins policiais castelhanos. Cobardes, terroristas, também eles. E são esses que se prestam para infligir violência sobre cidadãos catalães pacíficos que somente querem votar sobre o seu destino, sobre o destino da sua nação, liberta (ou não) do jugo castelhano a que chamam erradamente um todo espanhol democrático. Está visto que não. Espanha e repressão aos povos que subjuga para se dizer "unida" significam isso mesmo: ocupação de nações e povos. Assim mesmo até que referendos desejados aconteçam e ditem que os povos querem ser "espanhóis" governados por Castela, por Madrid, submetidos a uma pseudo-autonomia que afinal não existe em pleno, como hoje é demonstrado pela vontade do terrorista Rajoy, ao serviço de Castela.

Perante imagens que recordam a violência franquista, perante o testemunho daquelas vítimas do ditame Rajoy e seus apaniguados anti-democráticos, terroristas, o que na realidade faz a chamada União Europeia? Cala, também ela cúmplice do terrorismo que Rajoy fomenta e põe em prática na nação catalã. (MM | PG)

337 feridos: Referendo na Catalunha marcado pela violência

O governo regional catalão atualizou, este domingo, para 337 o número de feridos na sequência de distúrbios relacionados com a realização do referendo pela independência na Catalunha.

"Há 337 pessoas feridas ou com contusões. Pedimos aos feridos que façam uma denúncia junto dos Mossos d'Esquadra (polícia regional)", declarou em conferência de imprensa o porta-voz da Generalitat, Jordi Turull.

A Justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado para hoje pelo governo regional catalão e deu ordem para que a polícia regional fechasse os locais de votação.

Face à inação da polícia regional em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola. Foram estes corpos de polícia de âmbito nacional que então protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo.

A Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola realizaram cargas policiais e entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido ocupadas por pais, alunos e residentes, numa tentativa de garantir que os locais permaneceriam abertos.

Foram retiradas pessoas que ocupavam locais de votação, entre os quais o pavilhão desportivo da escola em Girona, onde deveria votar o líder da Generalitat, Carles Puigdemont. O presidente catalão acabaria por votar noutro local.

Além destas situações, houve ainda confrontos noutros locais, nomeadamente na sala de exposições de Sant Carles de la Ràpita (Terragona) e na Escola Rius i Taule (Barcelona), segundo relatos de repórteres das agências noticiosas internacionais.

O Sistema de Emergências Médicas (SEM) do governo catalão tinha dado conta de 38 feridos, na sequência da ação da Polícia Nacional e da Guardia Civil para impedir o referendo, a maioria por tonturas, ansiedade ou contusões. No entanto, em conferência de imprensa, o porta-voz da Generalitat, Jordi Turull, falou em 337 feridos na sequência das ações policiais.

"A atuação da Polícia e da Guardia Civil não obedece aos critérios de proporcionalidade, responde apenas ao: Vamos a eles!", disse. "Responsabilizamos o presidente do Governo, Mariano Rajoy, e o ministro do Interior [Administração Interna], Juan Ignacio Zoido, pelo que está a acontecer na Catalunha", salientou.

11 polícias feridos

Pelo menos 11 agentes das forças policiais foram feridos em operações para impedir a votação. "De momento, no total, nove agentes da polícia e dois da Guardia Civil foram feridos ao executarem ordens", escreveu o Ministério no Twitter, precisando que os agentes foram atingidos com pedras.

Governo catalão assegurou referendo "com garantias"

O porta-voz da presidência e do Governo da Catalunha, Jordi Turull, apelou ao voto no referendo e à "defesa de forma cívica e pacífica do direito fundamental ao voto", garantindo que 73% das mesas eleitorais (4561 mesas) estão a funcionar. Turull sublinhou que, apesar dos incidentes, "vale sempre a pena defender a democracia" e rejeitou "render-se face à violência do Estado".

Turull assegurou ainda que o referendo se realizará "com garantias", podendo os eleitores votar em qualquer local habilitado, mesmo sem envelopes e com boletins impressos em casa.

A votação vai permitir que 5,3 milhões de catalães votem em qualquer colégio eleitoral, facilitando a votação àqueles cujos locais de voto tenham sido encerrados, por ordem do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.

O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu, no início de setembro, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo parlamento e pelo Governo da Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação convocado para este domingo.

Procuradoria espanhola vai agir contra os Mossos d'Esquadra

A Procuradoria-Geral de Espanha vai agir contra os Mossos d'Esquadra por entender que a polícia regional da Catalunha agiu como uma "polícia política", por não ter acatado a ordem de fechar várias assembleias de voto no referendo catalão.

Fontes da Procuradoria-Geral do Estado espanhol citadas pelo jornal "El País" manifestaram o seu "mal-estar" quanto à atuação dos agentes da polícia autonómica por "terem atraiçoado a confiança que os juízes e os procuradores depositaram neles até ao último momento".

Generalitat vai apresentar queixa contra Governo espanhol na UE

O conselheiro do governo catalão para os Assuntos Exteriores anunciou que vai apresentar uma queixa contra o executivo espanhol na União Europeia, por violação dos direitos humanos. Em conferência de imprensa, Raul Romeva afirmou que a Generalitat vai invocar o artigo n.º 7 do Tratado da União Europeia (UE), que permite ao Conselho da Europa tomar medidas contra um Estado-membro se for declarada uma "violação grave" do artigo 2.º do mesmo diploma.

Segundo o Tratado, a UE "funda-se nos valores do respeito pela dignidade humana, da liberdade, da democracia, da igualdade, do Estado de direito e do respeito pelos direitos do Homem, incluindo os direitos das pessoas pertencentes a minorias", com valores comuns aos Estados-membros, numa sociedade caracterizada pelo pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a igualdade entre homens e mulheres".


LUANDA, POUCO A POUCO, VAI GANHANDO OUTRO SENTIDO ESTÉTICO



Martinho Júnior | Luanda 

1- Podemos não estar de acordo (e eu sou um deles) em relação à "invasão" de "arranha-céus" que a capital angolana vem ostentando, marcando os impactos de carácter neoliberal da época. e as gritantes assimetrias "selvagens", inerentes à sociedade luandense da actualidade…

 Na mesma dimensão de espaço que caracterizava o atrofiamento mental do colonialismo português (em contraste com a megalomania da “dilatação da fé e do império”), em termos de urbanização (as cidades foram construídas como se vivêssemos num país com 14 vezes menos área que Angola), têm sido construídos esses edifícios, não levando em conta exigências de toda a ordem, desde as ambientais, às de consumo de energia e água, passando pelas manutenções, saneamento e as questões que se prendem à gestão eficiente dos imóveis!

A ostentação tem um preço tão elevado, que em relação à crise se vai tornando insustentável, (algo que para mim era previsível).

Podemos não estar de acordo situando-nos na visão da capital no seu contacto com o mar, com o que em relação a muitas estruturas e infaestruturas foi feito (e eu sou um deles), podendo citar o exemplo da conexão entre o Porto de Luanda e os Caminhos de Ferro de Luanda, pasto dos estímulos e investimentos também de carácter neoliberal, que têm trazido resultados nefastos ao cômputo da própria economia nacional e vão dando corpo a elites nacionais com comportamento próprio de mercenários, ao invés de fomentarem comportamento patriótico...

Longe de ser alvo de acções de guerra, as acções tipicamente neoliberais que impactaram no Porto de Luanda, enquanto servidor das linhas de penetração no território, entre elas a do traçado do Caminho de Ferro de Luanda, dividiram (para melhor reinar) o que havia sido executado como estrutura única e integrada, destruindo entre outras coisas o feixe ferroviário que nele havia sido criado, para júbilo das iniciativas privadas dos rodoviários que garantem o trânsito das mercadorias (encarecendo os produtos) e para que as ferrovias ficassem tão malparadas, anémicas, palúdicas e com doença do sono, conforme estão hoje!...

Se há alguma coisa desde já a corrigir, agora que está aberto o tempo para reflexões, essa é gritante!

2- Há todavia algo de muito importante que estou de acordo: é necessário em relação ao acervo histórico, antropológico e cultural, assim como em relação aos monumentos, marcar-se o que em independência e soberania da jovem Angola se assumiu, fruto do Movimento de Libertação em África o que, sob o ponto de vista estrutural, está a ser feito um pouco por todo o país e também na capital...

No anfiteatro da Marginal 4 de Fevereiro, onde os sinais da época colonial e dos seus vários ciclos são evidentes, em desafio a eles e às mostras dos impactos neoliberais que marcam a arquitectura e a engenharia contempoânea dos edifícios e do perfil marítimo de Luanda, alguns museus e monumentos têm sido criados e o último foi inaugurado ontem pelo camarada Presidente José Eduardo dos Santos: o Monumento ao Soldado Desconhecido.

O monumento é um sinal que cumpre necessidades de memória que se impõem, onde quer que ele fosse erigido (também aí haveriam outras opções, entre elas, por exemplo, a do Cemitério-Monumento do Kuito, onde cada campa é de um soldado desconhecido)…

Foi erigido na Marginal 4 de Fevereiro e faz juz a essa memória, à Luta pela independência e a soberania de Angola e do que ela trouxe em benefício das regiões Centrais, do Golfo da Guiné e Austrais do continente africano, ombreando com outras memórias, como o Mausoléu dedicado ao Presidente Agostinho Neto, ou o monumento sobre a batalha épica do Cuito Cuanavale, ou o monumento marcante da batalha de Quifangondo!


3- Os ciclos modernos da vida nacional em grande parte ainda são um arrasto estrutural e humano do que advém do passado, das decisões que foram tomadas pelo homem nesse passado, consequência duma visão sustentada a partir de quem chega por mar à costa angolana e, nesse sentido, têm tudo a ver ainda com o que o colonialismo implantou ao longo de séculos, quando Angola mal preparada está ainda para os desafios próprios e compatíveis do século XXI.

Sintomaticamente o Monumento ao Soldado Desconhecido veio ocupar o espaço onde existia outra memória: a de um padrão dos tempos da dilatação da fé e do império colonial, numa cidade capital onde existe a maior concentração de fortalezas coloniais em todo o espaço nacional!

É evidente que a construção da identidade nacional tem esse tipo de suportes e contrastes, próprios dos pólos de desenvolvimento que apressadamente foram construídos no período derradeiro do colonialismo, mas não se poderá resumir a eles e as visões de futuro que se impõem para o país, legitimam aspirações que são contraditórias aos enredos estruturantes que advêm do passado, em especial desse passado colonial.

A memória do Soldado Desconhecido é assim uma nota no compasso do tempo histórico e antropológico angolano, implantado num ambiente feito de contrastes, mas é também um incentivo, até por causa desse seu enquadramento, no sentido de que a visão de futuro sobre Angola em paz, não se limite mais ao que prende o homem à amenidade relativa do mar, mas o impulsione em direcção ao imenso espaço vital interior, onde a construção da identidade nacional tem sido tão decisiva quanto marcada pelas principais batalhas que os angolanos foram obrigados a travar para serem soberanos e independentes, contribuindo para a independência e a soberania de outros povos e nações e darem seguimento na construção duma pátria digna para todos os seus filhos!

Martinho Júnior | Luanda, 24 de setembro de 2017

Fotos do imediatamente antes e do depois, no mesmo local fronteiro à Marginal 4 de fevereiro de Luanda.

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