Empresa prevê o fecho de 22 lojas
este ano e a saída de mil trabalhadores até 2020
O gestor do maior
accionista privado dos CTT defende o fecho de 22 lojas e o plano de
reestruturação, em entrevista ao Público. «Tem havido encerramentos de
estações desde sempre», afirmou João Bento.
O presidente da Gestmin
(detida por Manuel Champalimaud), a empresa que aumentou a sua participação no
capital dos CTT para 11% à boleia da queda da cotação das acções na bolsa,
explicou que a decisão de reforçar a posição accionista foi um sinal de
apoio ao plano de reestruturação, que implica a saída de mil
trabalhadores.
Essas saídas são
caracterizadas por João Bento, na entrevista ao Público, de forma
criativa: não são despedimentos, mas a «não renovação de alguns contratos
a termo», «reformas e saídas de pessoas que vão trabalhar para outros sítios» e
«rescisões por mútuo acordo».
Também sobre o encerramento de
lojas – 22 já neste ano, como ontem foi noticiado –, o
gestor argumenta que «tem havido desde sempre». Na verdade, essa tendência
iniciou-se na última década e intensificou-se com a entrada da actual equipa de
administração, nomeada pelo anterior governo. Em 2008, existiam 924
estações de Correios, entretanto renomeadas lojas CTT. No final de 2017,
eram pouco mais de 600.
João Bento falou ainda sobre
o futuro da empresa e em particular sobre o serviço postal universal, que,
alerta, é um monopólio natural que só os CTT podem garantir. O presidente da
Gestmin antevê que, no futuro, será mais caro enviar uma carta e
chegará mais tarde ao destino. «Se nós quisermos que as cartas continuem a
chegar a todos os pontos do País, provavelmente será mais caro e teremos de
aceitar que os tempos de entrega possam ser diferentes», afirmou.
AbrilAbril
Na foto: Os CTT, outrora uma
empresa pública rentável para as contas do Estado, foram privatizados em 2013 e
2014 pelo governo do PSD e CDS-PP.Créditos
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