Raul
Diniz | opinião
JOÃO LOURENÇO NÃO É NEM NUNCA FOI
O HERDEIRO NATURAL PARA PRESIDIR O MPLA
A inadequada eloquência verbal
encontrada nos discursos musculados do vice-presidente do MPLA, são a prova
comprovada de que o governante é parcialista e não compreendeu o cansaço que a
imponência dos seus exaustivos discursos sem criatividade causa aos que o
escutam. Por outro lado, denota-se nos discursos uma elevada doze de
incredulidade que de certo modo inviabilizam o prometido combate a corrupção e
a igualdade de oportunidades e na aplicação da justiça igual para todos,
debalde.
Essa questão obstaculiza a salutar convivência
entre a elite governante e os governados expostos a todo tipo de sofrimento
miserável e de pobreza descabida.
Governar o país não significa
apenas exonerar inimigos e/ou adversários e de seguida nomear amigos próximos.
O que fará o PR auto-intitulado
reformista para transformar a economia do país? Além de ter passado mais de 150
dias a defender o gangster corrupto Manuel Vicente, com quais instrumentos
conta o PR para ajustar e fortalecer economicamente o país?
Pelos vistos, o presidente
precisa urgente de um plano coeso para começar a executar as prometidas
reformas económicas. Cabe a cada um dos presidentes o da república e do MPLA, o
papel fundamental para retirar o país do estado de falência económica que se
encontra. João Lourenço tem de aprender e rápido a governar para todos como
prometeu fazer.
Quanto ao presidente JES, cabe-lhe o papel
fundamental de modernizar o MPLA, retira-lo da fossilização nauseabunda onde se
encontra acostado. José Eduardo dos Santos é neste momento a pessoa certa para
permanecer a frente do MPLA para afasta-lo do estigma de partido elitista e
voltar a dar-lhe o cunho de partido de massas do passado.
Foi de uma estrema gravidade o PR
permitir que o novo PGR Pitagróz ameaça-se e/ou tenta-se amordaçar a Maria
Luísa Abrantes.
Se o presidente da república quer
tanto perseguir gatunos e corruptos, então que comece dentro da cidade alta,
por exemplo poderá começar por perseguir o director do seu gabinete, passar
pelo seu secretário económico, pelo secretario dos assuntos produtivos e
desaguar no ministro da casa de segurança. Aí sim daria sinais de verticalidade
e amadurecimento político.
Todos cometemos erros, todos
falhamos, sobretudo aqueles que como eu, deram inicio a construção da república
popular de Angola. Então por quê essa peregrina perseguição contra os filhos da
Maria Luísa Perdigão Abrantes? O que esses filhos da nossa Angola fizeram que
os outros filhos da elite não fizeram?
Porque não amnistia os
prisioneiros políticos e de consciência injustamente atirados para as masmorras
da ditadura. Como por exemplo o cristão “KALUPETECA” cidadão humilde e pobre.
A forma violenta como foram desarreigados dos
seus negócios, nem mesmo os seus direitos empresariais foram respeitados. Tem
razão a dra. Milucha Abrantes, e fez muito bem abrir a boca no momento certo
para defender os seus filhos.
Caso essa mulher valente não partisse para
luta em defesa dos filhos quem o faria?
João Lourenço e o seu PGR não têm
o direito de ameaçar a mãe dos filhos de JES, se quiserem começar uma caça as
bruxas comecem dentro do palácio não aqui fora. Não lutamos para que se repita
o que aconteceu no passado recente, vamos com humildade trabalhar por uma
verdadeira paz social em harmonia.
Tanto ódio para quê?
Todos erramos e roubáramos o que é de todo povo,
incluindo o próprio PR e o PGR. Querem agora criar bodes expiatórios para
justificar o recurso a uma ambicionada purga só para o PR e sua entourage
alcançar popularidade mixuruca?
Afinal querem mudar o país para
pior e coloca-lo em desordem social? Que razão está por baixo dessa tão
dedicada caça as bruxas? Ameaçar e/ou tentar calar a cidadã a Milucha, foi no
mínimo um perigoso exercício de estupidez delirante e um doloroso tiro mo pé do
PGR e de quem lhe deu ordens. Vamos trabalhar e melhorar a vida do nosso
sofrido povo.
Por essa e por outras é que o
MPLA se enfraquece a cada vez mais, por outro lado, os injustiçados estão
incondicionalmente ao lado dessa mulher valente. O governo de João Lourenço é
de facto a extensão do anterior em todas as suas vertentes.
Quem quiser ser presidente do
MPLA tem de ir a votos, os “LOURENCISTAS” querem a presidência do MPLA, a
solução é JL irem a votos.
Não existe unanimidade nos
partidos políticos, o MPLA não é excepção a regra. Não existe unidade de
pensamento no interior da militância do MPLA e muito menos no corpo
expedicionário da oligarquia impositora do regime segregacionista. Por assim
dizer, João Lourenço não é nem poderia ser a única escolha para dirigir o
partido.
Nunca fiz política por encomenda,
tão pouco meu comportamento obedece a qualquer espécie de seguidismo político
cego e irresponsável. Porém, a minha posição desta vez é claríssima, enquanto
militante do MPLA, estou ao lado da corrente que segue o ex-presidente da
república e actual presidente do partido José Eduardo dos santos.
A razão é que os seguidores de
João Lourenço nunca encararam positivamente o debate político como o caminho a
seguir. Sempre se comportaram como ratazanas oportunistas, nunca abriram a boca
para manifestar qualquer opinião contra as arbitrariedades impostas pelo regime.
Todos quantos desejarem concorrer
a presidência do partido poderão fazê-lo em liberdade e em sã consciência.
Não me oponho a predisposição do
novo inquilino da cidade alta desejar liderar o MPLA. Essa vontade é
legitima, só não deve ser tão levianamente exigível. Nem deverá pensar que é o
herdeiro natural do trono só por ter sido colocado por JES e Kopelipa na
presidência da república.
Pensar que é o candidato de toda
a militância seria o mesmo que insinuar que somos todos dementes. Em primeiro
lugar é que no MPLA cada cabeça é uma sentença, segundo lugar, não existe
nenhum deficit de quadros com capacidade de comandar capazmente o MPLA e
leva-lo a bom porto.
Sempre se mantiveram caladinhos e
obedientes a mercê da vontade do ditador, agora aparecem como pavões
alvoraçados em arautos defensores da democratização do país.
Jamais fui preparado como expert
para discutir pessoas ou cargos, a minha praticabilidade sempre se baseou em
discutir ideias e em apoiar projectos estruturais, sobretudo, discutir modelos
de governação viáveis, que respeitem a com clareza a administração coerente da
coisa publica. Isso significa dizer que é preciso que o povo participe em
liberdade nas discussões económicas do país.
Portanto, para mim JES não é mais
o principal entrave da governação que o precisa para sair da clausura fúnebre
em que se encontra, Não há mais nenhuma necessidade de se combater o presidente
do MPLA nem se lhe pode assacar responsabilidades idênticas as que no passado
recente provocou tamanho sofrimento ao povo.
Os que acreditaram que João
Lourenço seria a promessa de renovação do sistema político-económico
encontram-se expectantes.
Certamente perceberam o engodo em
que se meteram e entenderam que não haverá alteração melhorada nenhuma na
condução do xadrez político económico e social. Aqueles que sonhavam com uma
nova Angola estão decepcionados pois o chefe do executivo decidiu defender os
corruptos, coisa que não foi escrutinada nas eleições de Agosto.
Por exemplo, a Angola profunda não esta
representada no governo do presidente lobitanga. Com João Lourenço o país
encolheu e ficou mais pequeno. O governo ficou desconfigurado descabidamente, e
está sem tecnocratas de reconhecida craveira, também não possui nenhuma representatividade
política fora do celeiro da corrupção.
Até o MPLA ficou mais pequenino
com a presidência de João Lourenço. a As escolhas para formação do governo são
da inteira e exclusiva responsabilidade do presidente da república. Porém,
acredito que seria bem-vinda tentar utilizar outras alternativas com quadros
experimentados da nossa praça político-económica, deste modo ajudariam a
retirar o país da enrascada em que MPLA o colocou.
Infelizmente em Angola a
democracia não é a regra, mas, a excepção.
O estado de direito não funciona
onde não se respeitam as liberdades de expressão, de ir e vir e de manifestação
publica. Hoje a integridade e a inteligência do cidadão em Angolano tem sido
constantemente estuprada violentamente pelo poder carrancudo emanado do
autoritarismo do regime, que insiste em não se renovar.
Isso demonstra que filosofia
autoritária e a cultura totalitária continua a cultivar a intolerância, a
mentira eloquente continua activa e actuante na divulgação da publicidade
falsa, com o firme propósito de enganar o maior número de pessoas distraídas.
Não sou e nem nunca fui
LOURENCIANO e não faço questão nenhuma em sê-lo, do mesmo modo que nunca fui
JESSEANISTA.
Sou apenas um humilde cristão que
é também militante do MPLA há 43 anos, disso não abro mão. Esse sentimento
lúgubre que define a bajulação como o caminho mais rápido de ascender a um
lugar ao sol sem qualquer esforço, não é mais bem-vindo. Essa é a formula
errada de se chegar ao pólio e por isso tem de ser definitivamente banida.
Quando JES foi automaticamente
conduzido ao cargo de em Presidente da república e do partido ao tempo do
MPLA/Partido do Trabalho, pertence a era de partido único. Seria uma tremenda
imprudência continuar a alimentar levianamente a militância com deslavadas
incongruências, não se pode perpetuar o erro nem continuar a conduzir
erradamente o partido.
Camaradas, uma coisa é uma coisa
e outra coisa é outra coisa.
Ninguém pode chegar a presidência
do partido senão pela via eleitoral, e não vale mais a farsa de candidato
único, o confucionismo elaborado tem de terminar no MPLA.
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