Raul
Diniz | opinião
As frequentes manifestações silenciadas de
desagrado popular contra o governo, além de triviais têm contornos
perigosamente alarmantes. A situação é demasiado conflitante, e poderá perigar
a frágil paz social estabelecida. Os angolanos convivem de perto com um
estado de degradação social cada vez pior em qualidade e quantitativamente de
maior dimensão. Os senhores donos da riqueza angolana querem estrangular o
mercado financeiro interno angolano de varias maneiras, eles não desistirão
fácil, e tudo fazem para alcançar as suas pretensões e estrangular o
fragilizado sistema financeiro angolano. Esse enfoque demonstra que a riqueza
acumulada ilicitamente jamais retornará a Angola.
MPLA CONNECTION (III)
O financismo corporativo corrupto
angolano é perigoso, e fortemente activo, por isso estreitou facilmente laços
fortes com o grande capital português, dentre outros estados estrangeiros já
identificados, que serviram e servem ainda de placa giratória para a extracção
ilegal do capital exportado para o exterior.
Esse grupo de delinquentes bem
conhecidos, não desistirão fácil, e tentarão por todos os meios apagar o rasto
do dinheiro branqueado e colocado no circuito financeiro internacional sitiados
em offshores.
Assim sendo, não se pode negar as
virulentas birras entre antiga PCA da SONANGOL, Isabel dos Santos e o actual
PCA Fernando Saturnino, que de modo geral intrigaram a comunidade inteligente
da sociedade civil activa organizada.
O comportamento dessas duas
figuras de relevo do sistema politico-financeiro angolano, demonstram ter uma
total falta de princípios éticos, morais e profissionais. É verdade que o país
está numa verdadeira encruzilhada, onde duas facões se digladiam vis a vis pelo
controle da presidência do MPLA.
A entra da em cena de Fernando
Garcia Miala na novíssima presidência, pode vir a desanuviar esse obscuro
quadro de insegurança institucional prevalecente no sistema financeiro do
Angola.
O passado de Fernando Miala fala
por si só, não precisará com toda certeza de qualquer vanguardismo opinativo
justificável do que motivou a reentrada desse general do regime, no concerto
dos serviços de inteligência e segurança interna e externa de Angola.
Para afinar a parábola do gato
escondido com rabo de fora, Miala não é de perto nem de longe nenhum traidor da
causa do povo. Dessa vez João Lourenço procedeu coerentemente e acertou em
cheio, é preciso assegurar a protecção da coisa pública e torpedear veemente a
devassa informativa irresponsável, comandada pelos que se sentem órfãos no
actual quadro politico institucional.
João Lourenço se quiser o apoio
de todos nós terá de mudar rapidamente os conselheiros que dispõe e proceder
com urgência a uma remodelação governamental e nomear novos quadros na direcção
da SONANGOL, ENDIAMA, e, em outras empresas nucleares que o país dispõe. O
quadro degradante que Angola atravessa, permite a remodelação do governo.
No passado todos angolano
minimamente atento tomou conhecimento dos atropelos praticados contra o General
Fernando Miala, a entourage de arautos defensores da presidência de JES na
altura, fizeram sair informações descabidas sem qualquer fundamento, acusando
MIALA de preparar uma tentativa de golpe de estado, debalde.
Miala tem consciência do que ele
representa para a comunidade da intelligentsia nacional e internacional, FM é
tão só o maior espião visível, que um dia Angola produziu.
Esse é o mais forte atributo que
levou a mobilização dos seus algozes, que de maneira irracional promoveram as
intrigas palacianas que originaram a perseguição sistémica de que foi alvo.
Essa adjetas figuras do regime promoveram o
seu enclausuramento e rapidamente se sucederam nos lugares outrora ocupados por
Fernando Garcia Miala. Sem medo de errar, posso afirmar, que dessa vez o
presidente da republica agiu rápido e acertadamente, como deve sempre operar um
chefe de estado.
É importante que o partido entenda
em definitivo, que o MPLA não é nem nunca foi o povo, e, muito menos o povo é o
MPLA.
O MPLA vai ter que crescer rápido
e terá que perder a puberdade, deixar o estado permanente de imaturidade
adolescente e amadurecer. O partido de JES e JL vai ter que escolher entre
viver eternamente a utopia ou encarar em definitivo a dura realidade vivenciada
em Angola.
O estado hoje está completamente
aparelhado, é importante que o MPLA se afaste do estado e desista de continuar
a subjuga-lo. Está mais que comprovado que o aparelhamento do estado estimula a
corrupção, enfraquece o próprio governo e o torna disfuncional. O regime
angolano faliu, não é mais possível conviver com essa desordem
político-administrativa reinante.
O capitalismo selvagem
incrementado pelo MPLA, não pode continuar a ser o principal activo
desenvolvimentista, nem pode o estado continuar como o único operador
económico, e maior empresário do país. Após a saída do presidente JES do poder
executivo, não faz sentido nenhum continuar a impedir a participação da
sociedade no debate central da economia e da distribuição da riqueza.
Faz-se necessário desconstruir a
“financeirização” absurda da economia herdada do estado ditatorial do passado
recente.
De contrario essa confusão tornar-se-á
relevante e ajudará a desmoronar a ambientação politica de si já demasiado
degradada. Por outro lado, nota-se a existência de uma luta interna entre duas
alas do “M” pelo controle da presidência do MPLA. De um lado está o grupo
maioritário adeptos de JES e também o mais forte, e do outro os aderentes de
João Lourenço ciosos em adquirir o controlo do partido.
O país precisa de um presidente
com transito entre a militância e essa com o povo. Um presidente com visão
politica e com poder argumentativo sério aceitável, que possua uma tenaz
capacidade de interlocução viável com a sociedade politica inteligente activa
organizada, e com a população em geral, sem esquecer a capacidade de dialogo
sincero com as oposições dentro e fora do MPLA.
Os angolanos merecem ter um
presidente que zele e cuide do seu povo, em simultâneo Angola quer um líder que
impeça que o dinheiro publico roubado não continue a viajar na bagagem da
impunidade.
Hoje conhece-se melhor o que quer
dizer partido-estado, isso é nada mais do que uma confraria de impiedosos
ladrões corruptos, que agem a escala mundial com a ajuda do governo português,
de cidadãos estrangeiros indesejáveis, que operam livremente a partir de Luanda
com o beneplácito da cidade alta.
Essa corja de dilaceradores do
erário publico utiliza a banca controlada pela Isabel dos Santos, para as sua
rotativas acções criminosas e negociatas milionárias ilícitas. O roubo se
processa em Luanda, mas, a lavagem de dinheiro é realizada em Portugal como
beneplácito apoio tácito do regime da terra de Camões.
Não existe duvida que o MPLA é de
facto uma organização criminosa despótica e espiritualmente miserável.
Trata-se de uma organização sinuosa que se
julga acima de tudo e todos, comportam-se como deus vidente, mas não passam de
vagabundos que se sentem com o direito de desconstruir a verdade do soberano
povo e leva-lo a pensar pequeno e erradamente.
Aguardam-se alterações
substanciais no modo e estilo de governar, sobretudo, com tecnocratas capazes,
incorruptiveis e que representem todas as camadas sociais envolvidas na
transformação do país.
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